Não me acorde

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— Jimin-ah, o que aconteceu? — Mi diz preocupada levantando da poltrona que está sentada assim que eu entro nos seus aposentos. Ela se aproxima e me abraça com delicadeza, eu retribuo da mesma forma o carinho da minha esposa. — Você está machucado...

É uma longa história... — digo em tom ameno. — Vou te contar tudo com calma, mas agora tudo que precisa saber é que estou bem — falo tentando a tranquilizar, passando meus dedos pelo seu rosto até seu queixo fino, levantando-o levemente para ela olhar em meus olhos.

— Meu Deus! — Mi diz franzindo o senho. — Ficamos muito preocupados com você...

— Me perdoe por isso... aconteceram alguns contratempos... — Digo envergonhado. — E como vocês estão? — Digo dando um beijo em sua testa, em seguida, me abaixo para acariciar sua barriga, a proeminência discreta, mas já perceptível da sua gestação.

— Estamos bem... Obrigada por perguntar, esposo — Ela diz com um sorriso singelo, sentamo-nos nas poltronas lado a lado. — Aqui me sinto meu melhor, não tive mais as crises de falta de ar que costuma ter na Coreia.

— Fico feliz de saber disso, jagiya! — Falo sorrindo. Era perceptível o desconforto de Mi em morar na Coreia, principalmente, porque meu pai não é uma das pessoas mais agradáveis de se conviver. Acredito que pelo desconforto e ansiedade que ela estava sentindo agravava ainda mais os problemas de saúde dela. — A sua saúde deve vir em primeiro lugar — digo pegando sua mão e enlaçando-a junto a minha.

— Então, eu estava pensando... Se permitir, é claro — ela diz e percebo a hesitação em sua voz. — Eu posso ficar aqui até dar à luz ao nosso filho?

— Claro que pode — falo acariciando sua mão. — Não vejo problema algum.

— Tem certeza, Jimin-ah? Seu pai já enviou várias cartas para cá, pedindo que retornássemos para Coreia — Mi fala fazendo uma leve careta. — Eu não gostaria de voltar... por favor...me deixe ficar aqui...

— Não se preocupe com isso — falo vendo o quanto ela está desconfortável em voltar. — Pode deixar que com o meu pai eu me entendo. O mais importante é que vocês estejam bem, combinado?

Mi assente com a cabeça. Ela é uma ótima pessoa e uma boa amiga, nunca me reprendeu pelos meus sentimentos por S/n, pelo contrário, sempre me apoiou. Por conta disse, Mi se tornou uma das minhas maiores confidentes e conselheiras. Ela sempre sabe o que dizer para acalmar minhas angústias. Sendo assim, conto para Mi com detalhes tudo que aconteceu nos dias que estive fora, desde as minhas conversar com Taehyung e Seokjin até o momento que encontrei S/n e precisei contar uma das maiores mentiras da minha vida: que eu não a amo. Mi me questiona se isso realmente foi correto e se vou conseguir conviver sabendo que ela tem sentimentos de decepção sobre mim. Porém, eu explico que essa era a única atitude decente que eu poderia tomar, depois de tudo que eu fiz S/n e Taehyung passarem. Então, conto sobre a emboscada e que os homens que me atacaram disseram que era pela honra de Imperatriz. Assim como eu, Mi aparentemente fica confusa e preocupada com a informação, pois não acredita que S/n mandaria fazer esse ato tão brutal contra mim, poderia ser a mando de outra pessoa, pois também que usam o nome da Imperatriz para tais atos, mas existe a questão de S/n estar extremamente magoada comigo e isso fazer com que ela tome atitudes extremas. "A vingança transforma as pessoas" Mi diz pensativa. Da mesma forma que eu disse para Alysanne, digo a Mi que no fundo sei que mereci isso. Mi me aconselha a não contar para mais ninguém sobre o que aconteceu, pois pode ser interpretado como um ataque entre países, e eu concordo. Combinamos que vamos dizer que eu sofri um acidente com meu cavalo para não levantar suspeitas. Permaneço mais dois dias junto a Mi na China, então, retorno à Coreia. Logo na minha chegada, sou comunicado que meu pai quer falar comigo imediatamente.

Dois Impérios - Imagine Park Jimin e Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora