Antes de partir

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Desde o meu reencontro com S/n, a esperança de que algo dentro de mim pudesse ter mudado se tornou nula. Eu tenho mais certeza do que nunca dos meus sentimentos por ela. O que muitas vezes, eu pensei ser uma chama de uma paixão passageira, hoje, está estabelecido dentro de mim, como algo solido e concreto, como um metal que não é possível se deteriorar facilmente. As palavras simples não expressão toda a complexidade por trás do fato que eu a amo. Eu me sinto culpado por insistir neste amor, por desejá-la mais que tudo, por querê-la só para mim, por não desistir de que algum dia poderemos ficar juntos, mas algo dentro de mim, festeja pelos mesmos motivos da minha culpa. O amor que sinto por S/n está marcado em mim, e mesmo com nossos destinos opostos, nossos deveres indo em contracorrente, eu não posso lutar contra ele, por mais que nosso amor viva à sombra de pequenos gestos: cada palavra, cada olhar, cada toque, cada suspiro vindo dela, alimenta de uma forma incontrolável esse sentimento, fazendo com que ele cresça exponencialmente em cada parte da minha existência.

Como o amor pode ser um sentimento que nos domina de tal maneira?

É o incompreensível que me faz entender, é a prisão que me liberta, a dor que me é prazerosa, a sede que me sacia, a angustia que me tranquiliza, o medo que me encoraja, a mentira que é sincera... O amor que eu sinto por S/n me proporciona uma explosão de emoções, eu não quero parar de sentir, é uma necessidade viciante, só pelo fato de eu sofrer por sentir sua falta, faz eu querer mais e mais estar perto dela. É a saudade que eu gosto de ter, pois isso, me garante que eu continuo a amando e aconchega a minha alma que pertence a ela.

Essas últimas semanas, viram como um dilúvio arrasador que me fez mergulhar profundamente e me encharcar em cada gota do mar dos prazeres carnais. Aquela noite com S/n se tornou o abrigo da minha memória, meu refúgio preferido quando não suporto a realidade. Em contra partida, a notícia de sua gravidez me fez sentir a agrura de que preciso aceitar que ela jamais será totalmente minha. Porém, só de pensar nesta possibilidade sinto meu coração se estilhaçar.

O que devo fazer?

O que é correto a se fazer?

Minha consciência diz-me que devo seguir em frente, aceitar que S/n e eu nunca ficaremos juntos, essa seria a melhor decisão, mas eu me recuso acatá-la, seria como declarar minha desolação. Contudo, tenho que fazer algo. O que será que ela quer? Provavelmente, agora tudo mudou, a sua prioridade é o bebê que está em sua barriga. Se ela preferir que não tenhamos mais nenhum tipo de contado amoroso, apenas, uma relação como cunhados, ou até mesmo nem isso. Eu serei obrigado a aceitar, sem me opor, sem protestar... Eu sairei completamente da sua vida se ela quiser.

Eu nunca irei contra à vontade de S/n, mesmo que para isso eu abra mão da minha própria felicidade.

Eu tento evitar a interação de outras pessoas, o que se torna fácil, pois todos só querem saber da gravidez de S/n. Eu não quero que ela veja a minha angústia aparente, não quero estragar esse momento tão especial. A notícia da vinda de um filho deve ser comemorada com alegria. No jantar de aniversário de Taehyung, não consigo encará-la, mas eu sinto seu olhar fixo sobre mim, quando nossos olhos se encontram por um breve momento, eu me arrependo instantaneamente, consigo identificar a sua preocupação, seu olhar é como se me pedisse desculpas. Este ato, faz com que o temor se aposente no meu peito.

Será esse o nosso fim?

Eu preciso ouvir essas palavras dela, só assim, talvez meu coração se conforme que nosso amor é impossível.

Durante o restante do jantar, eu não ouso olhar novamente em seus olhos, quando ela e a maioria dos presentes se retiram, me dou conta que permanecem a mesa apenas Taehyung e eu.

Dois Impérios - Imagine Park Jimin e Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora