— Eu falei que o buque era de hibiscos e não tulipas. — Minha mãe fala encarando o florista. — Isso é muito importante, o hibisco representa o país do noivo, não é simplesmente uma flor qualquer.
— Majestade não encontramos hibiscos bonitos o bastante para um buque a altura do casamento da princesa. — O florista tenta explicar.
— Pois o senhor que dê um jeito de conseguir. — Minha mãe está perdendo a paciência. — Eu lhe avisei a semanas atrás que deveria ser de hibisco e hoje no dia do casamento, o senhor me chega aqui com um buque de tulipas.
— Tudo bem Majestade, eu vou dar um jeito de conseguir. — O homem faz uma reverência e sai apressado.
— O senhor tem exatamente três horas para me trazer um buque de hibiscos. — Ela diz antes do homem sair do recinto.
Minha mãe vem em minha direção se dirigindo a senhorita Amelie, que no momento está fazendo um penteado no meu cabelo. Eu estou sentada na frente de um enorme espelho com as mãos da senhorita Amelie nos meus cabelos fazendo uma espécie de coque de tranças.
— Pode perder todo o cabelo dela. — Diz me observando, sem se importar em perguntar a minha opinião. — Para deixar a mostra seu lindo pescoço.
Meu pescoço?
Ainda bem que Jimin não deixou nenhuma marca no meu corpo, porém, não posso dizer o mesmo do corpo dele. Mas tive o cuidado de deixar em locais que não ficassem expostos.
Na minha cabeça vêm as imagens das marcas no seu peito, barriga e virilha...
Sorrio discretamente lembrando da noite anterior.
Penso na forma que Jimin transformou minha vida, em apenas vinte cinco dias que nos conhecemos. Na verdade, eu já o conhecia de encontros entre nações que participamos, mas éramos muito novos e não tivemos a oportunidade de nos falar. Desde que foi firmado o acordo de casamento entre Taehyung e eu, sua família veio para meu país. Eu tento me aproximar de Taehyung. Mas ele é muito introvertido, talvez seja porque quando conversamos, várias pessoas ficavam nos observamos como se fossemos animais exóticos. Além disso, meu pai sempre intervia, porque queria apresentar os lugares, as pessoas; falar sobre o governo do nosso país, pois futuramente ele será o Consorte.
Jimin e eu nos aproximamos em um dia que eu estava lendo um livro no jardim. Eu geralmente ficava em um local mais escondido, que costumo chamar de meu esconderijo, pois não gosto que ninguém me interrompa quando estou lendo. Não sei como ele conseguiu me encontrar lá.
— Crime e Castigo. — Lembro da sua voz vivida, como se ele estivesse aqui. — É um dos meus livros preferidos! Em qual parte que Vossa Alteza está?
Neste primeiro momento, eu já percebi que ele não era como os outros, pois se fosso outro príncipe me diria que aquele livro não era adequado para mulheres. Diria eu deveria ler contos de fadas com príncipes encantados. Mas não Jimin, ele queria saber minha opinião sobre o livro e escutava tudo atentamente. Neste dia, conversamos por horas sobre como as pessoas podem ir contra seus princípios em momentos de desespero. Concluímos que não existe uma pessoa totalmente boa ou má, somos seres humanos com qualidades e defeitos. Depois deste dia, em todas as deixas que conseguimos, nos encontrávamos. As conversas param de ser sobre livros e começamos falar sobre nossas vidas, nossos desejos e como pretendíamos lidar com a responsabilidade que teríamos no futuro. Nós somos muito parecidos. Ele era o primeiro homem que não me tratava com diferenças, conversávamos de igual para igual. Ele respeitava minhas ideias e opiniões, mesmo que algumas vezes discordasse. Foi impossível não se apaixonar.
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Dois Impérios - Imagine Park Jimin e Kim Taehyung
RomanceEu, princesa S/n, como filha única sou a herdeira do império do meu país, e com isso, durante a minha vida toda fui preparada para governar e ter um casamento favorável politicamente. Até que finalmente, meu pai conseguiu fechar um acordo de casamen...