Dois Impérios - Imagine Park Jimin e Kim Taehyung

Som e fúria

"Amanhã, e amanhã, e ainda outro amanhã

Arrastam-se nessa passada trivial do dia para a noite, da noite para o dia,

Até a última sílaba do registro dos tempos.

E todos os nossos ontens não fizeram mais que iluminar para os tolos

o caminho que leva ao pó da morte. Apaga-te, apaga-te, chama breve!

A vida não passa de uma sombra que caminha, um pobre ator

Que se pavoneia e se aflige sobre o palco –

Faz isso por uma hora e, depois, não se escuta mais sua voz.

É uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria

E vazia de significado"

(William Shakespeare)

Shakespeare transcreve exatamente a definição de como sinto-me: "uma história contada por uma idiota". Eu poderia estar pensando em qualquer outra coisa. Qualquer outra coisa! Ainda mais, não faltam problemas na minha vida que preciso resolver, mas quando chega à noite, minha mente é invadida por uma única pessoa.

Ele!

Ele que me recuso falar seu nome... Tenho raiva de mim mesma por conta dele... Por conta do que ainda sinto por ele. Os sentimentos não refletem a razão e a lógica da situação. Eu deveria estar sentindo-me muito mais que enganada e usada, pois foram dias e noites pensando e desejando em estar com ele. Ele que por muitas vezes fez eu desejar ter largado tudo para ficar ao seu lado. Ele impediu com que eu vivesse plenamente com Taehyung, fazendo eu não dar o devido valor ao meu marido, fazendo com que eu o traísse. Ele que agora eu vejo o quanto prejudicou minha vida pelo seu bel-prazer. Ele que continua assombrando meus pensamentos, e mesmo com toda decepção, raiva e mágoa, meus sonhos me sabotam e acabo revivendo os momentos que estive a sós com ele. Devido a isso, noites de insônia se tornaram uma rotina, venho para biblioteca para ler, tentando distrair-me até encontrar sono.

Eu quero não quero pensar nele!

Não quero lembrar de nada que envolva ele. Eu não quero sentir nada por ele. Ele não merece que eu sinta nada... Eu quero que ele seja para mim, o que eu sou para ele... vazia de significado...

— Amor? — Viro-me em um salto ao escutar a voz de Tae. — Não acredito que você ainda está aqui...

— Ah Desculpa! — Digo surpresa em um tom baixo. — Eu perdi noção do tempo — falo tentando me levantar da poltrona que estou sentada, Tae se aproxima e ajuda-me a levantar, pela dificuldade devido ao tamanho da minha barriga.

— Você precisa dormir, meu bem, isso não faz bem para você e muito menos para nosso bebê... — Ele fala com a expressão preocupada. — Toda noite está acontecendo isso. Está tudo bem? Não gosta mais de dormir comigo?

— Que bobagem, Tae! Claro que eu gosto. Eu amo dormir com você. — Digo enganchando o braço no seu para sairmos da biblioteca rumo ao nosso quarto. — Ultimamente aconteceram muitas coisas, fico com a mente cheia de pensamentos... venho até aqui me distrair um pouco...

— Eu entendo, meu amor — Tae diz enquanto abre a porta para sair da biblioteca.

Ele sempre á tão compreensivo. Nestes últimos meses, ele está sendo ainda mais que o costume.