CAPÍTULO 02

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ANA MARIA

São 8h da manhã e a menina está aqui falando horrores, será que ela é assim toda dia?

Camila: Vocês deveriam ir para conhecer, é muito bom.- fala toda Eufórica.

Bella: mas não é perigoso?- a Camila está aqui a uns 20 minutos tentando nos convencer a ir no Vidigal com ela, segundo ela o lugar é muito bom de se viver, tirando a parte das invasões.

Camila: não é perigoso, claro que o tráfico é bem presente, mas é mais como uma segurança, metade das pessoas no morro vivem bem por causa do tráfico.- fico prestando atenção.- a polícia não é nosso meio de segurança, na verdade é nosso pesadelo.- ela suspira.- eles não sobem o morro com intensão de nós proteger, parece mais que somos insetos e eles a dedetização.

Bella: é complicado.- fala sem ter muito o que dizer.

A Camila já está trabalhando aqui a uma semana, estamos nos dando muito bem, mas a menina é bem serelepe, parece aquelas crianças agitadas.

Camila: no sábado tem baile, você podiam ir, o que acha?- ela nos olha pidona.- por favorzinho.- faz beicinho.

Eu tenho um pouco de receio claro, pelas coisas que passam nos jornais, a favela é um lugar terrível, mas a forma em que a menina fala do lugar onde vive me bate uma curiosidade terrível, ela fala da comunidade com um amor.

Bella: tá bom Camila, tá bom.- se dá por vencida com a cara do gatinho de botas que tá na nossa frente.

Camila: em naná.- agora está mais focada em mim.

Naná: tá bom, eu vou.- ela bate palmas animada e volta a atenção as roupas que está botando nos cabides.

Ficamos o restante do espediente conversando, a Camila então, puta merda.

As 18h saio da loja e vou caminhando até em casa, quando entro no prédio cumprimento o porteiro e entro no elevador.

Xxx: segura aí.- é o rapaz que pega o elevador comigo de manhã, Seguro o elevador para ele, então ele entrar.- obrigado.- da um sorriso, ele é bem bonito, alto.

Naná: nada.- sorrio sem jeito.

Xxx: seu nome é?- pergunta enquanto o elevador vai subindo.

Naná: Ana maria.- sorrio sem mostrar os dentes.

Xxx: o meu é Luan.- ele diz simpático.

Nana: bom, é o meu andar, prazer te conhecer.- falo envergonhada e saio do elevador sentindo meu corpo queimar de vergonha com ele me observando.

Hoje é quinta feira, estou morrendo de preguiça de fazer janta então resolvo pedir comida.

Pego o celular e entro em algum app de delivery, acho um restaurante que vende massas, então peço uma lasanha a bolonhesa.

Enquanto a comida não chega tomo um banho e visto um pijama confortável, a campainha toca e vou abrir.

Xxx: boa noite.- o menino diz educado.

Naná: boa noite.- pego a comida.- aqui o valor da comida e esse é para você.- boto mais 20 reais na mão dele.- obrigada por trazer aqui.- ele sorrir e agradece.

Fecho a porta e meu celular toca, atendo sentando na mesa.

Naná: alô.- falo pegando os talheres.

Camila: oi patroinha.- lá vem.

Naná: oi Cami.

Camila: tá tendo um pagode aqui no morro, você podia vir.

Naná: amanhã a gente trabalha Cami.

PATROAOnde histórias criam vida. Descubra agora