ANA MARIA
Encaro o vaso que pela milésima vez na madrugada, me vê, estou desde a janta vomitando horrores, só me falta está doente.
Deito na cama, me sentindo cansada, encaro o relógio, são 4h da Manhã, daqui a algumas horas preciso trabalhar e eu nem dormi.
Pego o celular e abro o whatsapp, olho alguns status e logo uma notificação chega.
WHATSAPP ON
+552195555-5555
Está tudo bem?
4:15h
Acordada uma hora dessas
4:15h
Whatsapp offComo todas as outras mensagens durante esse mês eu não respondo.
Pois é, já se passou um mês desde a prisão dele.
Encaro o celular pensando se devo, mas mudo me nego, sinto falta dele, mas a chateação não muda, ou melhor, mudou para pior quando eu descobri que quem estava visitando ele na cadeia era a Manuela.
Pego no sono por alguns minutos e logo acordo vendo que já são 7h, me levanto me arrumando, estou exausta, enjoada e morrendo de sono.
Encaro a geladeira pensando se devo comer algo, mas não vale a pena, estou enjoada e logo eu vomito o que comi, deve ser dengue, ou outra doença.
Entro na loja e as meninas já estão.
Bella: nossa, que cara é essa?- olho indignada para ela.
Naná: tô passando mal a noite toda, devo está doente.- boto a bolsa no chão e sento na cadeira.
Cami: tomou algum remédio?- nego.
Naná: logo passa.- do de ombros eu odeio remédios.
A gente fica toda a manhã trabalhando, ou melhor elas trabalham e eu vegeto, só estou existindo.
Bella: vai para casa, a gente da conta.- me encara.
Cami: vai naná.- assinto já que preciso deitar.
Nana: amo vocês.- elas dão risada, saio da loja e me arrependo amargamente de ter vindo apé.
Vou murrinhando pela rua, até chegar na portaria do prédio, onde está o seu Luís e o Fernando, o cara que estava procurando o Luan outro dia.
Como sei o nome dele?
Flashback
Fernando: oi, desculpa.- diz depois de esbarrar em mim.
Naná: nada.- sorrio simpática, é o cara que procurava o Luan outro dia.
Fernando: prazer, Fernando.- estende a mão.
Naná: Ana Maria.- respondo.
Fernando: mora aqui a muito tempo?- assinto.- conheceu o Luan.
Naná: Sim, saímos algumas vezes, mas depois nossos horários não batiam mais.- ele assente.- já teve notícias dele?- ele nega.
Fernando: vamos nos vê bastante agora, se quiser sair para um café um dia desses.- sorrio simpática e assinto.
Flashback
É óbvio que eu não sairia com ele, sei exatamente o que aconteceu com o Luan e não conseguiria ficar muito tempo Perto desse cara mentindo.
Luís: Bom dia Naná.- sorrio e respondendo.
Fernando: Bom dia.- respondo ele também.
Luís: está tudo bem?- o mais velho me encara preocupado.
Naná: sim, seu Luís, tudo ótimo.- forço o sorrio e do um passo, passo esse que falha, minha vista fica turva e logo tudo se apaga.
SANSÃO
Camila: ela está bem Magno.- fala baixo no telefone.-foi só um desmaio por que ela não comeu.
Sansão: ela não comeu por que?- ela suspira do outro lado da chamada.
Camila: não sei, ela tava na casa dela e eu na minha, não posso responder por ela.- verdade.
Sansão: deixa eu falar com ela.- ela fica quieta algum tempo.
Camila: ela não quer falar.
Xxx: É seu namorado?- ouço uma voz masculina.
Naná: só um encosto mentiroso.- diz com a voz carregada de mágoa e ódio, isso ainda não passou?
Camila: é...- ia dizer algo mais eu corto ela.
Sansão: quem tá aí? Quem é o cara que tá aí com vocês?- ouço barulho de porta fechando .
Camila: o vizinho novo da naná que levou ela para o hospital.- diz incerta, como se tivesse receio de dizer. vizinho?
Sansão: nome?- ela suspira.
Camila: Fernando.- hum.- preciso desligar.
Sansão: fica com ela, não sai de perto dela.
Camila: ok.
Desligo a chama e encaro o santos.
Santos: como a patroa tá?
Sansão: diz minha irmã que bem.- ele concorda.
Deito a cabeça no travesseiro e me lembro dos nossos últimos dias juntos, o sexo gostoso que a gente fez, os carinhos trocados, as declarações que fizemos um ao outro, para agora estarmos separados, sem eu está perto dela em um momento desses.
E ainda por cima ter um pau no cu no apartamento dela, e ainda socorre ela.
Gostei? Claro que não, mas pelo menos alguém socorreu ela, mas podia ter sido tipo o seu Luís, não um cara qualquer fazendo sei lá, pegando ela no colo? Quero nem pensar, papo reto.
Mando uma mensagem para ela mesmo sabendo que ela não iria responder.
WHATSAPP ON
Morena🥵Tô contigo
17:20h✓
Se precisar de qualquer coisa
fala com o Doca, ou me liga
17:20h✓WHATSAPP OFF
Bloqueio o celular e fico olhando para o teto.
[•••]
É hora da janta e todos estão servindo, encaro alguns caras que me olham de rabo de olho, não curtam muito minha presença.
A regra básica para sobreviver no presídio é andar sempre desconfiando da própria sombra, as chances de você cochilar e não acordar são grandes, principalmente quando se é chefe do tráfico.
Muitos aqui dentro querem me matar, outros nem me conhecem, na minha ala o comando vermelho é a maior facção, o que nos deixa um pouco mais seguros, mas não te tira do foco.
Pego a comida ouvindo o Santos falar, o cara fala pelos cutuvelos, tá sempre tagarelando.
Santos: sua audiência foi marcada? A minha é no dia 25.- assinto, o Fernando conseguiu marcar para o próximo mês.
Sansão: próximo mês.- ele concorda.
Santos: eu fico aqui ainda por uns anos, com certeza.- assinto.- você deve sair em um ano.- concordo,
Ou menos, se me der na telha eu fujo daqui.
Santos: o Negão, tá te olhando a bessa.- assinto.- acha que tem problema contigo.
Sansão: com certeza.- sorrio negando.
Santos: foda.
Ficamos conversando por mais um tempo, enquanto jantavamos, logo voltamos para a nossa sela.
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PATROA
FanfictionAna Maria é uma mulher linda e forte, no auge dos seus 25 anos, dona de sua própria loja de roupa no centro do rio de janeiro. Sansão (Carlos ) Dono do Vidigal, um dos maiores traficantes do rio de janeiro.