ANA MARIA
Mais um desmaio por falta de comer, mas não é culpa minha se eu não consigo, tudo me faz vomitar.
Márcia: mas minha filha você precisa comer, mesmo que vomite depois.- assinto pela milésima vez.
Dona Márcia já era uma mãe coruja, mal posso esperar para vê-la como vó, menos a parte que ela vai me fazer tomar suco de beterraba e couve, isso eu não curti não.
Sabiá: chegamos patroa.- estaciona na frente do meu prédio, esse eu não conhecia, é o menino que rende o DG na minha segurança, pelo menos foi o que ele e a Cami disseram.
Naná: obrigada sabiá.-sorrio simpática.
Sabiá: desculpa ter estragado a surpresa.- diz sem jeito.- mas tipo ele ameaçou me matar.
Sei que o Carlos é um maluco, e uma hora ou outra com esses tanto de tontura, vômito por aí ele, ia saber.
Naná: tudo bem.-me despeço e entro com minha mãe no prédio.
Fernando: Oi Naná.- me comprimenta assim que entro, não vejo ele a alguns dias.
Naná: oi Fernando.- o encaro.- seu Luís.- comprimento o porteiro com um aceno.
Fernando: está bem?- assinto e ouço o pigarro da minha mãe.
Naná: ah, essa é minha mãe, Márcia.- aponto.-esse é o Fernando, meu vizinho.
Márcia: prazer.- sorrir simpática.
Fernando: prazer todo meu, pelo visto a beleza é de família.- o sorriso da minha mãe aumenta.
Naná: obrigada, vamos?-chamo minha mãe.
Fernando: já estou subindo também, acompanho vocês no elevador.- assinto e ele nos acompanha.
Logo estamos dentro do elevador e ele não para de puxar assunto.
Fernando: Bom naná, o que acha de sairmos para jantar um dia desses.
Naná: ah Fernando, eu não sei que dia posso.- minha mãe me encara estranho.
Fernando: vê e me fala.- assinto e nosso andar chega.
Naná: tchau até mais.- digo entrando no meu apê.
Márcia: não vai sair com ele né?- franzo o cenho.- tipo tem o Sansão.- reviro os olhos.
Naná: não tenho nada com o Sansão mãe.- ela me olha debochada.
Márcia: naná, como não tem? Vocês se gostam, o cara te olha com devoção, minha filha, eu já recebi esse olhar, é maravilhoso se sentir assim.- encaro ela.
Naná: quem te olhava assim?- ela me olha com receio.- o Coroa?
Márcia: o assunto é o seu relacionamento.- reviro os olhos.- eu sei que ele errou, mas acredito que tenha se arrependido e aposto que isso nunca mais se repetirá, relacionamentos são novos para ele também, naná.
Naná: mas mãe...- ela me corta.
Márcia: É a minha opinião, você que sabe o que faz.- pego o celular e tem quase duzentas mensagens e ligações do Sansão.
Está tocando de novo então saio da sala para atender.
Naná: Alo.- falo calma.
Sansão: Ia me contar quando? Nunca?- parece bravo.- você tá grávida porra, de um filho meu, não pensou em me contar?
Naná: pode parar de berrar, se não vou desligar na sua cara.- falo grosseira.
Sansão: desculpa pow, mas não me contar foi vacilo, principalmente por sua segurança, você tá carregando meu herdeiro pow.
Naná: eu queria fazer surpresa.- minto, eu tava era esperando a raiva passar para contar.
Sansão: estou chateado, papo reto, saber pelos outros, legal não, queria que você contasse.- suspiro.
Naná: desculpa.- pego na consciência.
Sansão: agora que eu fico louco mesmo, como você fica aí desprotegida?- fica um tempo quieto.- vai lá para casa, fica no morro.- arregalo os olhos.
Naná: não posso, aqui é mais perto da loja.
Sansão: você tem carro, lá você tem minha mãe, Camila, doca e Catarina perto, não confio em você ficar sozinha aí, e se tu desmaia dentro de casa?
Naná: Carlos.- eu ia falar mais sou cortada por ele.
Sansão: ok então, eu fujo daqui e eu mesmo faço sua segurança.- ele não teria coragem, ou teria?
Naná: vou pensar.- falo e ele fica quieto, por um tempo só ouço sua respiração.
Sansão: estou muito feliz.- um sorriso bobo surge no meu rosto e por hora esqueço até a raiva que estou dele.- fez algum exame?
Naná: Fiz uma ultra hoje cedo.- falo alisando a barriga.
Sansão: manda um foto.- pego o exame que está em cima da cama e tiro foto da imagem borrada de preto e branco.
Mando no whatsapp.
Sansão: parece um carocinho.- do risada.- logo eu tô aí com vocês.
Naná: não foge, espera a audiência e cumpri a pena.- ele não diz nada.
Sansão: preciso desligar morena, beijo para você e nossa cria.- sorrio e me despeço dele.
O sorriso bobo que está no meu rosto some quando entro no Instagram e nas sugestões de amizade está a Manuela, ele não podia ter pedido outra pessoa para levar as coisas na cadeia?
SANSÃO
Quando vi a imagem daquele borrão preto que eu mal entendo o que é meu peito se transbordou de alegria, a mulher da minha vida está grávida de um filho meu.
Eu deviria ter dito a ela que ela é o amor da minha vida, que eu amo ela.
Foda ser um vagabundo apaixonado, sei que acabo expondo ela ao perigo e isso que acaba comigo.
Olho a foto ainda bobo e me culpo por não ter dado devida atenção ao Miguel e a Catarina no início e ter reconhecido que ele é meu filho só depois de alguém me dá um choque de realidade.
Meu pai deve está se revirando no caixão agora, o filho dele um doido apaixonado.
Disco o número de uma floricultura e mando entregar flores a minha morena.
Mando uma mensagem para a Cami e peço que ela compre um presente para o meu pivete, o Miguel deve sentir minha falta, está dias sem me vê já.
Troco uma ideia com ela e insisto que ela convensa a Naná ir ficar no morro é mais seguro para ela, lá uma tonelada de vapor vai dá conta dela, fora do morro só consigo dois.
Olho a hora e vejo que já vão servir a janta.
Santos: eai, como tá sua patroa?
Sansão: tá bem, graças a Deus.- ele sorrir.
Santos: que bom irmão.- até que ele é uma boa companhia.
Pego cigarro e acendo depois que acabo de jantar.
Fico ali curtindo uma conversa com os caras da Cela até da a hora de dormir.
Mando um boa noite para a morena e como de costume ela nem responde, achei que depois da nossa conversa ela ja não tava mais com raiva.
Deito na cama pensando nas coisas que estão acontecendo e logo caio no sono.
⭐⭐⭐⭐⭐
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PATROA
FanfictionAna Maria é uma mulher linda e forte, no auge dos seus 25 anos, dona de sua própria loja de roupa no centro do rio de janeiro. Sansão (Carlos ) Dono do Vidigal, um dos maiores traficantes do rio de janeiro.