CAPÍTULO 46

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SANSÃO

Naná: Aaaaaah.- meu corpo todo treme com esses gritos que saem da boca da minha mulher.- Aahhhhh.- eu te odeio Carlos magno.- diz pela milésima vez entre os gritos.- Nunca mais você bota um filho em mim.- as palavras estão começando me magoar pow.

Sansão: pega leve morena.- falo meio chateado.

Naná: Pega leve? Eu quem estou sentindo dor e preste a botar xereca a fora um bebê cabeçudo igual você.- do risada com a situação ja que é a única coisa que posso fazer, estamos no hospital, ela está com contração e o bebê está prestes a nascer.

A médica mandou contar os minutos entre uma e outra, e a cada grito eu faço as contas.

Nicolas tá vindo aí.

Naná: o bebê.- fala e eu a encaro.

Sansão: logo está nascendo amor, tenha um pouco de paciência.

Naná: o bebê, tô sentindo a cabeça do bebê.- me assusto e olho o meio das suas pernas, e com certeza será uma das piores coisas que eu já vi, a CABEÇA do menino totalmente para fora da minha mulher.

Sansão: alguém.- grito desesperado.- alguém, o bebê, tá nascendo.- uma das enfermeiras entra na sala e logo a equipe médica, meu bebê vai nascer.

Drª: Vamos Ana, só mais um empurrãozinho, quando vir a contratação.- e assim minha morena fez.

O garoto nasceu, lindo, forte e pauzudo, igual o pai.(não deixem a naná ouvir isso)

[•••]

Kátia: EAI filho, fala logo, ele é bonito?- pergunta animada.

Sansão: Lindo, igual o pai pow.- ouço uma risada e encaro o doca.

Doca: ou é lindo ou é igual ao pai.- fecho a cara.

Cami: finalmente um dia feliz depois de meses.- concordo, esses meses foram bem complicado, a naná mal se alimentava, o que levou a uma anemia bem profunda, precisou tomar umas injeções e a gente obriga-la a comer.

A cat está bem deprimida, não sai de casa e mal levanta da cama, a Cami ficou se desdobrando em ajudar a cat e a Naná, o que  levou minha irmã a uma exaustão horrível.

Esperamos que com o bebê a naná se anime.

Márcia: as coisas vão melhor.- abraça ela de lado.

A dr me chama novamente e avisa que o Nicolas já está no quarto, avisa que a visita será somente no dia seguinte, mas podem vê o bebê do vidro do quarto.

Entro no quarto e vejo a Ana encarando a parede, ela está quieta e aparentemente com os pensamentos longe.

Sansão: tudo bem?- ela assente.- nossa família, vou mostrar o Nicolas a eles do vidro.- ela só concorda.- resolvo não falar nada e vou com o bebê até o vidro, abro as persianas e os mostro o menino.

Eles logo se vão com promessas de que voltariam no dia seguinte.

Sansão: quer segurar ele?- ela assente eu só ponho ele em seu colo. lágrimas descem pelo seu rosto e eu acredito que seja felicidade.

Naná: tira.- encaro ela sem entender.- tira ele do meu colo.- meus olhos arregalam e logo pego o menino.

Sansão: você não quer segurar nosso filho?- questiono e ela nega.- naná, o bebê não tem Culpa de nada do que aconteceu, ele precisa da mãe dele.

Naná: eu posso mata-lo também, a culpa disso tudo é minha.- eu nego.

Ela se vira para o lado da parede e aquilo me dói profundamente, ela tá negando nosso filho.

Ponho o Nicolas no bercinho e vou até a dr, saber se ela me explica algo, sei lá, minha mulher ficou louca?

...

Drª: Ela está deprimida senhor Carlos, precisa de paciência, depressão pós parto é comum, e ela já estava negando o bebê durante a gravidez, vou pedir um psicólogo, ok?- assunto um pouco triste.-ela vai melhorar.- só concordo.

Ligo para minha mãe na intenção de receber uma palavra de incentivo, estou dilacerado, sei que o Nicolas não foi planejado, mas estávamos animados com o bebê, embora nos últimos tempos eu quem resolvi tudo, como quartinho, enxoval que escolhi tudo em cor neutra,ficou foda o quartinho do pirralho.

Acordo com o corpo dolorido de dormir nessa poltrona de hospital e o Nicolas está chorando

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Acordo com o corpo dolorido de dormir nessa poltrona de hospital e o Nicolas está chorando.

Pego ele no colo e balanço um pouquinho, olho sua fralda e ele não está sujo, encaro a cama e vou até lá.

Sansão: amor, o Nicolas quer mamar.- ela me olha descontente.

Naná: da mamadeira.- diz rispida.

Sansão: naná, o bebê precisa de você.- ela me encara e depois volta a dormir.

Chamo alguém que passa no corredor e explico a situação, logo a enfermeira me trás uma fórmula para dá.

Enquanto alimento meu menino, observo a cama onde está minha mulher, isso tudo é culpa minha, a Bella, a depressão dela, a situação da cat, eu sempre destruo tudo o que toco, o lobão tinha razão, o amor destrói as pessoas, ela me amou e consequentemente, perdeu a melhor amiga, a liberdade, e agora meu bebê tá perdendo a mãe.

Ponho o Nicolas na caminha uma enfermeira logo entra no quarto.

Enf: vou verificar os sinais vitais.- assinto.

Sansão: vou tomar um café, qualquer coisa me chame.- ela assente e eu saio do quarto indo até a cantina.

Peço um café preto e fico sentado refletindo tudo o que está rolando na minha vida, o quanto as coisas mudaram de uns meses para cá, o Fernando, deu um chá de sumiço, ainda estou caçando ele, sei que enquanto esse cara não estiver morto, minha família não estará bem.

O Coroa é outro que está louco atrás desse cara, a gente tá convicto de que vai matar ele, a briga é de quem vai fazer as honras primeiro.

Sonho com o dia que vou botar as mãos nesse vagabundo filho da puta, vou torturar ele, até ele implorar por morte.

Depois de responder algumas mensagens, e resolver alguns dos meus assuntos no celular, me levanto, caminho pelos corredores do hospital, entro no elevador e vou até o quarto onde os amores da minha vida estão, sei que isso logo vai passar e minha mulher com certeza será a melhor mãe do mundo.

Vou até o mini bercinho e aliso o embrulhinho branco de bano.

Sansão: oi neném do papai - passo a mão e sinto que não a bebê ali.- naná, cadê o Nicolas?

Naná: no berço.- encaro ela.

Sansão: Naná, o Nicolas, cadê o Nicolas?

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PATROAOnde histórias criam vida. Descubra agora