PATROA

CAPÍTULO 23

ANA MARIA

Naná:Está tentando me dizer que o cara que me deu amor, carinho, colo, me ensinou a andar de bicicleta e que me botou para dormir até os meus oito anos, não é meu pai? - encaro ela abismada e ela assente com cara de dó.

Encaro o Sansão calado e o senhor do outro lado da sala.

Naná: Mas por que isso agora? Meu pai sabia?- ela assente.- ele sabia que não era meu pai?- ela concorda.

Como assim minha vida é uma mentira?

Márcia: o Mauro te amava Naná, e ele te criou por que te amava.- meus olhos enchem de lágrimas por falar do papai.

Naná: por que resolveu me contar isso agora?- ela abaixa a cabeça.

Márcia: quando eu soube que você estava aqui...- suspira.- eu precisava fazer algo para te tirar, o Coroa.- aponta para o homem no outro sofá, foi um amor na adolescência.- nego.- ele é o seu pai.- encaro o homem anestesiada, ele me encara esperando uma reação e a única coisa que eu faço é sair daquela casa.

Sansão: Naná.- me chama quando já estou saindo no portão.- espera mulher.- eu paro ele me abraça me fazendo cair no choro.- chora não morena.- alisa meus cabelos.

Naná: ela mentiu por todo esse tempo.- soluço entre as lágrimas.

Sansão: ela deve ter um motivo, vocês precisam conversar.- fala comigo ainda em seus braços.- quer fazer o que agora?

Naná: Sair daqui.- ele concorda e me puxa até o carro.

Sento no banco do carona com com os pensamentos voando solto.

Flashback 📸

Mauro: vai Ana banana, você consegue minha filha.- fala soltando o banco da bicicleta rosa.

Naná: papai, eu consegui.- grito pedalando, mas não demorou muito para eu cair estabanada no chão.

Mauro: É errando que se aprende, logo você vai está andando rápido como um foguete.- me faz rir ainda sentada no chão com os joelhos ralados.

Flashback off

Naquele dia minha mãe queria matar o meu pai, mas eu estava feliz por ter ficado pelo menos 1 minuto pedalando sem cair.

Sansão: para onde quer ir?- me encara me tirando dos pensamentos.

Naná: pode ser para sua casa?mas eu não queria vê ninguém.- ele assente.- pelo menos não agora.

Flashback 📸

Mauro: Você precisa se concentrar mais.- faz carinho na minha cabeça.

Naná: mas eu sou burra papai.- faço birra.

Mauro: você não é burra, é inteligente, mas a inteligência é conquistada, ninguém nasce sabendo, a gente aprende.- encaro ele.- vamos de novo.- aponta para o dever que eu me negava a fazer.

Flashback off

Meu pai me ensinou muita coisa, mesmo ficando pouco tempo na minha vida.

Agora me vem minha mãe, me dizer que meu pai é um amor adolescente dela?

Percebo que subimos o morro, as crianças brincam pela rua, estão todas sorrindo.

Logo passamos da praça e chegamos na casa do Carlos.

Ele abre o portão da garagem no controle e estaciona.

Descemos do carro e eu vou até a área interna.

Naná: vou tomar um banho.- ele assente e eu subo.

Me banho, lembrando das últimas horas, tudo o que eu passei, e percebi que o medo de morrer me fez admitir uma coisa, eu amo o Sansão.

Não sei como dizer isso para ele, mas também não quero parecer uma doida emocionada, melhor eu guardar isso para mim.

Passo um creme que tem no banheiro no corpo, visto uma calcinha minha que tinha aqui e uma blusa do Carlos.

Desço as escadas e escuto ele falando ao celular.

Sansão: Ela está bem, só está cansada..- suspira..- ela precisa de um tempo, quando eu achar que dá ela fala com vocês..- passa a mão no rosto..- sim ela está bem, só com a cabeça bagunçada..- ele olha para escada e me encara.- vou cuidar dela, depois falo com você.- ele desliga o celular e me encara.

Naná: tô com fome.- faço bico.

Sansão: vamos comer um sanduíche.- assinto indo para a cozinha.

Depois de comer subimos para o quarto e deitamos agarrados, e eu sinto que precisava disso, do calor dele, do afago, do carinho, do apego.

Naná: obrigada.- sussurro.

Sansão: por?- pergunta.

Naná: por me buscar.- ele fica em silêncio.

Sansão: não fiz nada, tudo obra da sua mãe.- fico quieta.

Não quero falar dela agora.

Sinto o carinho do Sansão e fico curtindo seu toque.

Logo sinto meus olhos pesarem e o sono me tomar.

[•••]

Acordo sentindo a claridade no meus olhos e procuro pelo quarto algo com hora já que não sei onde anda meu celular.

O celular do Carlos está na mesinha então pego e olho as horas.

11h da manhã, já é outro dia, dormi bastante.

Ouço o barulho da porta do banheiro e encaro ele sair do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, um grande gostoso.

Sansão: Bom dia.- fala com a voz rouca o que me tira um arrepio.- fica me olhando assim não.- sorrio de lado.- tarada.- do uma risada.

Naná: você é besta.- do risada.- vou tomar banho.- ele concorda.

Sansão: Camila, Isabella, Catarina, Miguel e dona Cátia querem vir aqui.- encaro ele.- tudo bem pra você?- concordo.

Depois de tomar um banho e vestir algo confortável desço as escadas para vê as meninas.

A galinhada já está gritando como sempre, mas quando me vêem se jogam em cima de mim.

Abraço cada uma e o Miguel.

Cat: estava preocupada com você.- diz sincera.

Cami: não mais que eu, quase morri quando soube.- diz eufórica.

Bella: queria matar todo mundo do coração.- do risada.

Cátia: parem de sufocar minha nora.- fala rindo e resolvo fingir que não ouvi o apelido. 

Cami: é deixa minha cunhadinha.- reviro os olhos.

Sansão: se não pararem de perturbar minha mulher eu vou expulsar vocês.- pisco algumas vezes assustada com a forma que mais uma vez ele falou.

Bella: " minHa mUlhEr" .- imita com fazendo inheinhe.

O assunto rapidamente mudou de rumo , ficamos conversando por hora, almoçamos juntos e eu tinha finalmente esquecido toda a loucura que foi esse fim de semana.

Ouço o barulho da porta, o Sansão vai abrir e me encara da porta, olho a pessoa entrar e é minha mãe.

Reviro os olhos e ia sair mas escuro ela falar.

Márcia: Vamos conversar Ana Maria.- fala como suplica.- preciso que me escute minha filha.

Nana: escutar? O que? Mentiras? É só o que você sabe contar, mentiras.

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