A Babá Perfeita

Capítulo Quarenta e Quatro

Notas Iniciais

Voltei mais cedo que o esperado, estrelinhas!

Preparados?

Daisuke só estava aceitando aquilo por sua mãe. Apenas por sua mãe. Ele sabia que nem mesmo seu pai fazia questão, mas sua mãe queria muito que eles aceitassem. Talvez para que ficasse tudo bem. Diferente de como ficou com Haruki. Então ele aceitou. E sua irmãzinha também, já que ela fazia quase tudo que ele fazia. Era por um bem maior. Mas quem disse que tinha que ficar feliz por isso? Não estava feliz. Na verdade, estava emburrado. Dentro do carro, ele conseguia impedir que sua mãe ou seu pai visse o quanto estava emburrado, mas tinha quase certeza — ou certeza absoluta, porque conhecia a si mesmo — que não conseguiria fazer o mesmo quando encontrasse aqueles dois. Sim. Aqueles dois. Não era avô, não era avó. Era aqueles dois. Não conseguia nem mesmo dizer o nome deles sem se lembrar de quem eram pais e o que um deles fez há alguns dias em sua escola. Provavelmente nunca se esqueceria, em especial aquelas palavras.

Mayumi parecia mais calma que ele. Mas só talvez porque Sakura estava indo junto. Não que ela não se encontraria mais calma se estivesse só o pai deles, mas com a mãe deles ao lado, era ainda mais fácil ficar calma. E seria o mesmo com ele se o problema não fosse tão maior do que sua confiança na mãe. Eram duas pessoas que ele não conhecia e nunca pensou que fosse conhecer. Eles não quiseram conhecer nem a ele e muito menos a irmã dele, então por que teria de querer conhecê-los? Nem mesmo se lembrava de que tinha avós maternos até eles aparecerem. Até pouco tempo, ele não tinha mãe alguma, e nem queria, e agora, a única mãe que ele conhecia e que amava, era Sakura. E se tivesse que dizer quem eram seus avós maternos, teria dito que eram Hyuuga Hiashi e Hyuuga Suzuki. Já que eles faziam os papeis de pais de sua mãe desde que ela os reencontrou há um ano atrás.

Quando chegaram ao lugar marcado, ele foi o primeiro a se sentar. Não, se jogar mesmo. E isso chamou a atenção de seus pais, mas eles não disseram uma palavra sobre. Mayu se sentou ao seu lado, já olhando no cardápio. Aquela cafeteria começou a ser o seu pior lugar. Deveria pensar daquele jeito só porque encontraria "aqueles dois" ali? Talvez não. Mas não conseguia. Era mais forte que ele. E era por isso que havia perdido a fome — que era absurda — e a vontade de ver cardápio.

— Eles estão atrasados.

— Devem estar chegando, filho, por favor, um pouco de paciência.

O menino bufou, se jogando novamente contra o estofado da cadeira.

— O que acha... de uma panqueca? – Sakura perguntou, querendo acalmar o filho.

— Não quero.

— Um cappuccino?

— Não.

— Uma torta de limão.

E então Daisuke a olhou, como se dissesse que "ela deveria parar de tentar", e a rosada deu um longo suspiro, compreendendo que era perda de tempo.

— Eu quero uma torta de limão.