Velozes e furiosos: um legado com fantasmas

Capítulo 52

》S/n Toretto O'Conner《 

    Graças a Deus vou voltar a ver o Midnight! Não aguento mais. Arrumei minhas coisas e desci. Quando ia sair alguém tocou a campainha, Gallagher foi mais rápido que eu.  

    Abri a porta e vi Millie, ela parecia nervosa. 

    — Aconteceu alguma coisa? — Puxei ela levemente para dentro e nos guiei até a sala. 

    — S/n… eu…eu — ela hesitou. 

    Ela disse meu nome, não apelido. A coisa é séria. Assenti para que ela continuasse, ela esfregou as mãos nas coxas. 

    — Eu e o Aidan estamos namorando. 

    Travei. Isso é chocante. 

    — Não sabíamos como contar e… não queríamos que você se sentisse trocada ou sei lá — Ela colocou as mãos no rosto. 

    — Tá tudo bem Millie, foi escolha dele ficar com você — apertei seu ombro em conforto. 

    — Eu não podia ter me apaixonado por ele, você gosta dele e-

    — Millie me escuta — interrompi ela — Não escolhemos por quem nos apaixonamos, não está sob seu controle decidir isso. Mesmo se eu e Gallagher estivéssemos em contato e ele escolhesse você eu aceitaria, foi escolha dele, ele quer você. 

    Cada palavra era totalmente verdade. Não quero que nossa amizade acabe e não vou brigar por algo que ela quer e pode ter. É claro que eu ainda gosto do Aidan, muito, mas gostar de alguém de verdade às vezes significa deixar ir. Se ele está feliz com Millie eu fico feliz pelos dois. 

    Os olhos de Millie estavam cheios de lágrimas, então a puxei para um abraço. Obviamente meu mundo caiu com a notícia, mas segurei qualquer reação de tristeza, as deixaria livre quando estivesse sozinha. 

    Quando Millie foi embora, subi para o meu quarto e fechei a porta, a trancando. Sentei no chão com as costas encostadas na cama e deixei as lágrimas saírem, abaixei meu rosto em minhas mãos para que qualquer soluço involuntário fosse abafado. 

    Senti lambidas no meu joelho e levantei o olhar para Dexter, esqueci que ele estava dormindo no meu quarto. Ele inclinou a cabeça para o lado e choramingou, como se perguntasse se eu estava bem. 

    — Tá tudo bem, Dex, só não foi dessa vez — lhe dei um sorriso triste. 

    Ele resmungou e sentou do meu lado. O abracei e ele lambeu minha bochecha, o abracei com mais força enquanto deixava as lágrimas silenciosas saírem. 

    Depois de algum tempo, deitei na cama e ele também subiu, se deitando de frente para mim. Geralmente ele deitava assim quando estava com medo ou se lembrava de quando estava acorrentado naquele beco. 

    Peguei as patinhas dele e comecei a brincar com as mesmas, Dex colocou a língua para fora com o maxilar fechado, o que me fez rir. Realmente o melhor amigo do homem. 

    — Como eu devo agir daqui para frente? — ponderei — Tipo… eu ainda gosto dele. Talvez ignorá-lo vai diminuindo esse gosto — dei de ombros — Se bem que algo parece errado. O que acha? 

    Dex me encarou por um tempo e colocou a pata no meu peito, bem no rumo do meu coração. 

    — Tem razão, o amor é forte demais. Mas você acha que tem algo errado? 

    Dexter lambeu minha testa. Use a cabeça e o coração como materiais de trabalho, os dois juntos te trarão a resposta. 

    — Você é tão sábio — elogiei enquanto ria.