Capítulo 2

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》S/n Toretto O'Conner《

(...)

    Estávamos na sala discutindo o que faríamos no último dia de férias, que já era amanhã. Até que meu primo recebeu uma ligação e saiu para atender.

    — Que tal cinema? — Sugeriu Millie.

    — Por mais que eu goste de bater perna pelo shopping antes do filme começar, podemos ir ao cinema nos finais de semana — Argumentei.

    — Aí galera — Meu primo chamou nossa atenção — Estão afim de um racha?

    Então era disso que se tratava a ligação. Ele e os amigos dele arrumam os melhores rachas para nós.

    — Quando? — Perguntei interessada.

    — Amanhã às 2:30 da manhã.

    — Então é isso. Um racha e depois passar o resto do dia na oficina — Noah falou e todos comemoramos.

    Gostamos de passar o tempo juntos, e passar o dia juntos com os carros jogando conversa fora era uma das nossas atividades favoritas.

    — Então nós já vamos — Disse Millie se levantando — Vamos organizar as coisas e decidir quanto vamos apostar na S/n.

    Ri de seu comentário. Sempre que eu corro eles apostam em mim, grande parte dos concertos dos nossos carros se deve às minhas vitórias.

    — Beleza, vejo vocês de madrugada. — Me despedi.

(...)

    — Vai correr hoje querida? — Perguntou meu pai chegando na garagem e chamando minha atenção.

    — Vou sim — Disse sorrindo pra ele.

    — Então deveria descansar.

    — Só estou checando algumas coisas no Challenger, nada que exija muito de mim — Argumentei voltando minha atenção para o carro.

    — Pode deixar que faço isso, vai descansar.

    — Se você insiste — Disse levantando as mãos em sinal de rendição.

    Comecei a rir e caminhar em direção a ele.

    — Obrigada pai — Disse o abraçando.

    — Tudo pela minha melhor corredora.

    Ele me deu um beijo na cabeça e foi em direção ao Challenger. Eu passei por minha mãe, parando para lhe dar um abraço e avisar o porquê de eu estar indo dormir mais cedo. Subi para meu quarto, fechei as cortinas e coloquei meu celular para despertar a 1:30 da manhã.

(...)

    Já era 1:45 e eu estava saindo de casa, meu irmão Jack estava com Dominic e eu encontraria minha equipe no local do racha. Eu vestia uma blusa, uma calça jeans e uma jaqueta preta. Nos pés calçava uma bota preta de cano baixo, e de acessórios meu colar com uma cruz e meu medalhão. Dentro do medalhão tem duas fotos, uma foto de toda a família e uma foto minha com meu pai, minha mãe e meu irmão.

    Dirigi tranquilamente pelas ruas. Chegando no local acelerei indicando minha presença, as pessoas presentes se agitaram com a minha chegada e muitos aplaudiam e gritavam me apoiando. Sai do carro cumprimentando as pessoas e indo em direção a minha equipe.

    — E aí — Cumprimentei — Algum de vocês vai correr?

    — Noah vai correr na primeira corrida, e você na última corrida, Millie e Sadie estão cuidando das apostas — Dominic me atualizou.

    — Beleza.

    — Precisou mudar alguma coisa no Challenger? — Perguntou Noah.

    — Pra falar a verdade, eu não sei. Foi meu pai quem olhou pra mim.

    — Ata — Ele disse, e então ficou pensativo como se minha resposta tivesse lhe dado a última parte de um quebra cabeça.

    Depois disso, tinha um chute do que estava acontecendo. Encostei no meu carro esperando as meninas terminarem de fazer as apostas.

    — S/a! Está aqui há muito tempo? — Millie perguntou me abraçando.

    — Cheguei a pouco tempo. Como estão as apostas?

    — Vamos ficar ricas depois que você e Noah ganharem — Respondeu Sadie.

    Ri da sua resposta. Meus amigos ficam muito animados quando eu corro, só não ficam mais animados do que eu. Dominic pediu para que os pilotos se preparassem e anunciou que o primeiro pega começaria em cinco minutos. Fomos até o carro de Noah ajudá-lo a se preparar e ficamos conversando até a corrida começar.

    Dominic pediu para os corredores se alinharam e explicou o percurso. Em questão de segundos ele deu a largada e os carros saíram em alta velocidade. O que restava agora era esperar Noah. Fui até meu carro e olhei o porta luvas encontrando um bilhete do meu pai, que dava algumas instruções para ativar um último recurso caso eu precisasse. Isso só confirmava minha teoria.

    Depois de um tempo ouvi o pessoal se agitar, o que significa que os pilotos estão chegando. Fui em direção às meninas e pude ver o Toyota Supra de Noah atravessar a linha de chegada. Eu e as meninas aplaudimos e elas gritaram e correram em direção a Noah para abraçá-lo. Caminhei preguiçosamente em sua direção para parabenizá-lo.

    — Isso aí Noah, continua assim e só vamos enriquecer — Sadie falou.

    — Agora só falta a S/n. Vamos esperar o Dominic terminar de organizar minha vitória, aí ela mostra como se ganha uma corrida com emoção — Noah falou.

    — Aí Noah, tem umas garotas ali atrás de olho em você — Disse fazendo com que o garoto virasse para olhar.

    — Hoje não, talvez na próxima — Respondeu indo em direção a Dominic e Jack para pegar seu prêmio.

    Qualquer um da minha equipe tinha qualquer garota ou garoto a seus pés. As pessoas daqui gostam de corredores, e gostam mais ainda quando são vencedores. Mas por mais que muitos queiram estar conosco, nem todos têm esse privilégio.

    — A próxima corrida começa em 10 minutos — Avisou Jack se aproximando de mim.

    — Beleza vou me preparar — Respondi, e em seguida fui até meu carro.

    Estava eu e outros três carros na linha de largada, um deles era novo na área. Jack me disse que ele se chama Liam Meiner, amigo de um dos pilotos que vai participar hoje, e que é um ótimo piloto. Isso significa que hoje vai ser emocionante.

    — Estão prontos? — Dominic perguntou e todos nós respondemos com uma acelerada, o que fez a multidão de pessoas se agitar ainda mais.

    Ele explicou que o trajeto ia passar por uma rua deserta com curvas e que pegaríamos uma avenida que dava para uma rotatória pouco movimentada. Teríamos que dar meia volta, pegar o outro lado da avenida e voltar para o ponto de encontro. Me concentrei esperando o sinal dele.

    — Vai! — Ele deu a largada.

    Não perdi tempo, acelerei me concentrando no carro e no percurso. Liam estava do meu lado e os outros atrás de nós. Seguimos pela rua abandonada em alta velocidade, Liam conseguiu me passar e agora me impedia de passar jogando o carro nas direções que eu pretendia tomar.

    — Qual é a sua, cara? — perguntei a mim mesma trocando de marcha mais uma vez.

Velozes e furiosos: um legado com fantasmasOnde histórias criam vida. Descubra agora