Capítulo 66

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》Megan Adams《

    Peguei o milkshake e voltei a fazer a leitura labial dos proprietários, só parando de decifrar o que seus lábios diziam quando o assunto foi mudado para o que eles iriam jantar e em qual restaurante. 

    — E aí? — o rapaz se debruçou na bancada. 

    — Bom… — procurei seu nome no uniforme — Henrique, você vai receber um aumento de 11% por ter trazido um bom lucro e boas avaliações no atendimento daqui nos últimos meses — voltei para o meu milkshake. 

    — Isso! — Ele comemorou com o punho para cima de forma discreta — Valeu, Loirinha. 

    — Megan — me apresentei. 

    — Você já sabe o meu nome — ele sinalizou para o nome no uniforme. 

    Assenti e no momento em que eu terminei meu milkshake a mulher chamou Henrique, perguntando se alguém tinha vindo para preencher a vaga de emprego. Ele disse que algumas pessoas tinham vindo mais cedo, mas tiveram que voltar para casa, e então apontou para mim. 

    A mulher sorriu para mim e gesticulou para que eu me juntasse a ela, Henrique se retirou, mostrando as mãos com os dedos cruzados me desejando sorte. 

    — Boa tarde, Megan — Ela sorriu — Sou Melinda. 

    — Prazer em te conhecer — assenti uma vez. 

    — O prazer é todo meu — sorriu e começou a anotar algumas coisas — Tem alguma experiência? 

    Arrumei minha postura. 

    — Trabalhei como garçonete em um restaurante. 

    Ela assentiu e anotou mais algumas coisas. 

    — Então já sabe lidar com atendimento aos clientes. Por quê saiu do restaurante? 

    Expliquei como eu não me sentia confortável no ambiente do antigo estabelecimento e que agora eu procurava um lugar um pouco mais civilizado para que eu pudesse trabalhar. Citei os pontos fortes da sorveteria e, respondendo sua pergunta, onde eu via potencial para que eu usasse minha habilidade com o atendimento. 

    Após mais algumas perguntas, voltei para a bancada e me sentei no banco que eu ocupava antes da entrevista. Henrique se aproximou quando terminou seu pedido e eu observei enquanto outra pessoa seguia para a entrevista. 

    Eu acredito bastante no meu potencial para preencher a vaga, mas mesmo assim eu estava ansiosa. Preciso do emprego, se não as contas e as compras da casa não ficarem em dia minha mãe vai vir para cima de mim com a conversa de seguir os passos dela… Meu estômago se embrulhou só de pensar nisso.

    — Acha que vai demorar muito para ela escolher alguém? — Apoiei o queixo na mão.  

    — Olha Loirinha, as entrevistas acabam hoje às 16:00h, então o resultado sai só amanhã — Ele debruçou os braços na bancada, seu olhar rapidamente escorregando para a mesa da chefe e então retornando para mim. 

    Suspirei e me levantei. 

    — Então acredito que te vejo amanhã, Henrique. 

    — Se ganhar a vaga, vai poder me chamar só de Henri mesmo. 

    — E por que ainda não posso? — Cruzei os braços. 

    — Porque se não ganhar a vaga, você não vai me encontrar tão facilmente por aí — deu de ombros e olhou para uma mesa em que um casal tinha acabado de se sentar — Até amanhã, Loirinha — Deu uma piscadela e se apressou a ir anotar o pedido do casal.

Velozes e furiosos: um legado com fantasmasOnde histórias criam vida. Descubra agora