Capítulo 74

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》S/n Toretto O'Conner《

(...) 

    Cheguei em casa depois das 17:00, minhas últimas aulas tinham passado bem rápido. O carro do Jack já estava estacionado na porta de casa. Minha mãe e meu pai vão chegar mais tarde, pois tiraram um dia só para os dois. Abri a porta e encontrei um Dexter que parecia querer passear. 

    — Já vamos passear, só vou deixar umas coisas lá em cima — acariciei a pelagem do cachorro. 

    Comecei a subir as escadas e ouvi uns barulhos estranhos. Olhei para o final da escada, Dexter me esperava sentado. Ué, ele não vai subir? Voltei a subir os degraus, agora de maneira mais atenta e silenciosa. Quanto mais eu subia, mais os barulhos começavam a ficar nítidos. 

    Eu compreendi o que estava acontecendo quando cheguei no final da escada. Os barulhos vinham do quarto do Jack. 

    Fingi um tropeço para fazer barulho e logo gritei: 

    — Jack, cheguei! 

    Os sons não pararam. 

    — Vocês não estão sozinhos em casa, eu tô aqui e as paredes não estão abafando tanto assim! 

    Cheguei na porta do meu quarto e logo ouvi a maçaneta da porta do meu irmão girar. Tapei os olhos não querendo ver nada. 

    — Pode tirar a mão daí, empata-foda — Jack parecia ter vestido sua calça de qualquer forma, na verdade ela mal estava fechada. 

    Meu irmão me estendeu uma quantia de dinheiro. Peguei os 50 dólares de suas mãos e sorri para ele. 

    Meu irmão e eu temos um acordo, se um de nós for pego pelo outro em momentos como esse tem que pagar, pois o outro não é obrigado a ficar ouvindo certas coisas. Normalmente quem paga é o Jack, já que ele é quem tem uma pessoa fixa. Isso funciona quase como um suborno para eu dar mais tempo para eles. 

    — Volto mais tarde — joguei minha mochila dentro do meu quarto e fechei a porta — E vou levar o Dexter, ele não merece ficar ouvindo vocês. 

    — Tchau — Jack apontou para as escadas, estava louco para voltar para o seu quarto.

    — Tô indo — ergui as mãos em rendição.
 
    Quando cheguei no fim do corredor gritei: 

    — Façam meu sobrinho com carinho… Ou não, vocês que sabem — dei de ombros e desci correndo. 

    Peguei a coleira de passeio do Dexter, gesticulando para ele ir até a porta, e logo estava do lado de fora da casa. Guardei os meus novos dólares no bolso e saí vagando por aí, por onde Dexter quisesse ir. Seguimos para o parque, estava bem tranquilo para aproveitar o fim da tarde. 

    Dex começou a farejar algo e em frente vi o trailer de cachorro quente do Fabrício. Dexter choramingou olhando para o trailer e abanando o rabo. Guiei o cachorro para nos aproximarmos do trailer, o cheiro estava bom. 

    — Qual é, só faltam 2 dólares! — Megan parecia insistir. 

    — Não posso deixar passar dessa vez, Megan. Nessa de "só faltam 2 dólares" você já está me devendo 8 dólares — Fabrício disse apoiado na janela do trailer. 

    A loira resmungou e cruzou os braços no lugar. Me aproximei do trailer, Dexter não parava de abanar o rabo e manter as orelhas erguidas. 

    — Do, ré, mi, fá- Fabrício! — brinquei ao ficar de frente para o rapaz. 

Velozes e furiosos: um legado com fantasmasOnde histórias criam vida. Descubra agora