Capítulo 91

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》S/n Toretto O'Conner《

    A expressão de Jack mudou totalmente. Antes seus olhos me aqueciam com fogo fraternal, agora encaravam Renan com gelo que queimava, machucava e se, passasse muito tempo em contato com a pele, matava.

     Inspirei cansada ao ver o garoto correr em minha direção. 

    — Ai, alguém me mata — massageei minhas têmporas. 

    — Eu vou é matar ele — Jack não estava brincando quanto à sua ideia.

    — Oii — acenou para mim — E aí, Jack, como vai? 

    — Prestes a perder meu réu primário. E você? Já escolheu seu caixão? — Meu irmão cruzou os braços, encarando o garoto de olhos azuis. 

    — Calma aí — ergueu as mãos se rendendo — Quero fazer as pazes com vocês.

    — Não — esse foi o “não” mais frio que já ouvi Jack falar na vida.

    Renan me olhou preocupado. Eu dei de ombros em sinal de que não me importava. 

    — Minha irmã pode até ter se atentado a ser educada com você, está na natureza dela manter a educação, mas não pense por um instante que eu vou fazer o mesmo — deu um passo na direção de Renan, o garoto se afastou milimetricamente — Para de fingir que quer ser nosso amigo, para de ficar indo atrás dela, para de olhar na direção dela e para até de pensar nela. Continua assim que eu quebro a sua cara, depois seus braços, as pernas… você vai virar um quebra‐cabeça na minha mão. E tenho certeza que Aidan, o namorado dela, vai adorar me ajudar. 

    O garoto de cabelos escuros abaixou o olhar e me olhou. 

    — Vou dar uma festa na minha casa. 

    Ergui a mão, indicando que não queria mais ouvir.

    — Seria legal se você fosse — insistiu. 

    — Olha, Renan, eu não estou interessada. Diria para você falar com a minha mão, mas nem ela está interessada nisso.

    Jack e eu andamos até a entrada da escola. Meu irmão bufou assim que nos encontramos sozinhos.

    — Cara idiota filho da puta. Acha que pode simplesmente chegar aqui e que eu vou querer virar amiguinho dele. O que mais ele quer que eu faça com ele? Que pinte as unhas e passe gel no cabelo dele?

    — Imagina você passando um gelzinho no cabelo dele? Nunca mais ele deixa outra pessoa tocar no cabelo dele além de você — ri ao me recostar na parede. 

    — Nem me fale, vou atropelar ele. 

    — Não faz isso, aqui tem muita testemunha e todo mundo conhece o seu carro. Pega um outro carro e faz em outro lugar — aconselhei, segurando seu ombro e sorrindo compreensivamente.

    — Não sei não, se ele vacilar eu passo por cima — arqueou uma sobrancelha — Ninguém quebra o coração da minha irmã e sai vivo pra contar história. Ele só tá vivo porque você me pediu para deixar pra lá.

    Rimos de nossas ideias, tentando descontrair um pouco.

    — Mas e aí, vai voltar com seu namorado? — voltou a perguntar.

    — Vou, as roupas dele estão lá em casa. Falei pra ele pôr para lavar junto com as outras.

    Jack assentiu e depositou um beijo em minha cabeça.

    — Se cuida, maninha.

    — Se cuida, maninho. Não atropela ninguém por enquanto — ri. 

Velozes e furiosos: um legado com fantasmasOnde histórias criam vida. Descubra agora