Capítulo 37

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• Maiara •

Quando a língua de Fernando encontrou a minha, percebi o quanto eu estava completamente perdida. E, paradoxalmente, como eu havia, enfim, me encontrado.

Ele deslizou as mãos pela minha cintura, subindo por baixo da minha blusa, percorrendo as laterais do meu corpo e provocando arrepios em minha pele. Então, elas deslizaram para as minhas costas, puxando-me para mais perto, até que eu senti o corpo dele contra o meu.

Pude perceber a ereção dele, por baixo da calça, pressionada contra o meu ventre, e aquilo me excitou ainda mais. Eu já não conseguia mais raciocinar direito, muito menos fazer contestações sobre o nosso passado ou sobre como deveríamos nos relacionar agora.

Antes, meu pensamento era o de que, se algo voltasse a acontecer entre Fernando e eu, este seria um processo lento. Afinal, oito anos haviam se passado, tanto ele quanto eu havíamos mudado, amadurecido, éramos outras pessoas agora.

Porém, aquele beijo foi como um verdadeiro 'foda-se' para qualquer preocupação a respeito daquilo. Eu precisava ter Fernando dentro de mim. Precisava sentir novamente que éramos a extensão um do outro. Eu precisava dele. E, eu sentia, ele também precisava de mim.

Sem deixar de me beijar, ele seguiu a pressionar seu corpo contra o meu, fazendo-me recuar alguns passos, até que minhas costas encontrassem novamente a parede. Sua mão voltou para a minha cintura, subindo por baixo da blusa, até encontrar os meus seios ainda cobertos pelo sutiã. Mesmo com aquele tecido como obstáculo, a forma como sua mão envolveu um dos meus seios me fez arfar, sedenta por mais.

Abaixei minhas mãos entre nós, começando a abrir o seu cinto e a desabotoar sua calça e abrir o zíper. Ao mesmo tempo, ele desceu com sua outra mão, levantando a barra da minha saia, deslizando pela parte interna da minha coxa.

Involuntariamente, movimentei os quadris, denunciando a urgência que sentia para ser tocada por ele. Se, na nossa primeira vez, tudo tinha sido extremamente lento e cheio de receios – especialmente da parte dele, por eu ainda ser virgem – de estarmos indo rápido demais, ali, havia uma pressa instintiva e incontrolável.

Ele afastou o tecido da minha calcinha e usou dois dedos para abrir espaço, usando outro para pressionar o meu clitóris. E este foi o primeiro momento em que minha boca se afastou da dele para soltar um gemido, que ainda me esforcei para controlar ao máximo, temendo acordar Nina. Mas Fernando achou um jeito eficaz de abafar aquilo, voltando a me beijar, desta vez de forma ainda mais possessiva.

Terminei de abrir o zíper de sua calça e enfiei a mão dentro de sua cueca, agarrando seu membro com força. Desta vez, fui eu que senti seu gemido em minha boca, acompanhado dos meus, que ficavam mais constantes enquanto ele seguia pressionando meu clitóris.

Eu já estava tão excitada e tão molhada, que o dedo dele deslizava com muita facilidade, trazendo uma onda de prazer cada vez mais crescente em mim. O membro dele, em minha mão, estava rígido como uma rocha, com as veias pulsando de forma acelerada. Sentindo a necessidade de mais, eu ergui uma das pernas. Fernando soltou a mão que estava em meu seio para servir de apoio por baixo do meu joelho. O primeiro orgasmo veio logo, com uma intensidade que há anos eu não sentia. Com a intensidade que apenas Fernando sabia me proporcionar.

Mas ele não me deu tempo para me recuperar. Usou sua outra mão para erguer minha outra perna. Segurando-me pelas coxas, ele deixou de me beijar apenas para olhar em meus olhos antes de começar a me penetrar.

Maiara: Fer... — gemi, sentindo sua ereção entrando em mim. — Meu Deus, Fer...

Ele continuou me olhando, até estar inteiramente dentro de mim.

Fernando: Senti sua falta, amor. Eu senti tanto a sua falta.

Deslizei as mãos pelos seus cabelos, tomando seus lábios em mais um beijo, antes de responder.

Maiara: Você agora me tem de volta, amor. Me faça sua mais uma vez.

Ele recuou, saindo devagar de dentro de mim, retornando em seguida em um movimento mais rápido, mais bruto.

Fernando: Eu não vou deixar que ninguém te tire de mim, amor. Nunca mais.

Era uma promessa. E eu sabia que Fernando faria tudo o que estivesse ao seu alcance para cumprir.

Ele continuou daquele jeito: entrando em mim de forma bruta, e saindo de forma lenta e suave. Fechei os olhos, sentindo o tremor em meu corpo, o prazer tomando conta de mim.

Fernando: Olhe para mim, amor...

Eu não sabia se aquilo mais soava como uma ordem ou um uma súplica, mas obedeci, fixando meus olhos aos dele. E, ao mesmo tempo que eu estava agora diante de um homem, pude enfim ver, naqueles olhos, o mesmo brilho que existia nos olhos do garoto Fernando por quem eu me apaixonei no passado. Aquele mesmo brilho da primeira vez, que me dizia que não iria me machucar e que eu poderia confiar nele. Os mesmos olhos tão sinceros que deixavam explícito o tanto que ele me amava. Ele ainda me amava...

Maiara: Eu te amo... — declarei, entre gemidos.

Fernando: Eu nunca deixei de te amar, am... — a voz dele desapareceu enquanto ele se mexia dentro de mim.

Maiara: Amor... eu vou... — anunciei, sentindo o orgasmo dominando meu corpo.

E não consegui mais manter meus olhos abertos. Senti que iria gritar, mas a boca de Fernando me calou, enquanto meu corpo inteiro tremia e eu o sentia derramar seu gozo dentro de mim.

Não permiti que ele fosse embora naquela noite. Fomos para o meu quarto e, agora com a porta fechada, tiramos nossas roupas e recomeçamos tudo novamente. Dessa vez, sem pressa. Exploramos nossos corpos devagar, conhecendo cada novo detalhe um do outro.

Ser mãe havia feito transformações físicas em mim. E mesmo Fernando já não era mais o mesmo. Estava mais forte, era um homem adulto agora. Não acompanhamos as mudanças um do outro, mas ainda conhecíamos nossas almas.

Depois de nos amarmos de forma mais lenta e profunda, deitamos um nos braços do outro e conversamos durante horas. Falamos sobre coisas importantes, sobre coisas bobas, sobre detalhes e situações das nossas vidas naqueles últimos oito anos.

Já no meio da madrugada, recomeçamos tudo mais uma vez, e eu me perguntei como eu teria forças para encarar um dia de trabalho no dia seguinte.

Mas isso não importava. Eu tinha Fernando novamente ali comigo.

Adormecemos nos braços um do outro. E eu sequer conseguia me lembrar da última vez que tinha me sentido tão em paz.

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Último de hoje 🥰.

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