Capítulo 22

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• Maiara •

Fernando aparentemente tinha bloqueado o meu número de celular, mas não fez o mesmo com as redes sociais. O que não me ajudava em nada, já que fazia mais de um mês que ele não fazia nenhuma postagem. Eu estava navegando pelo Instagram dele, olhando as fotos antigas, muitas delas de nós dois juntos. Ao menos, ele não as tinha apagado. Talvez isso significasse que a raiva dele por mim não era tão forte assim. Ou, talvez, ele tivesse meramente abandonado a rede social.

Eduardo: Vai ligar ou não? — Eduardo perguntou, sentando-se ao meu lado na minha cama.

Maiara: Já tentei — respondi. — Acho que ele me bloqueou.

Eduardo: Não seja por isso. — Ele me entregou seu próprio aparelho celular.

Suspirei.

Maiara: E se ele já estiver com outra pessoa? Já tem um mês que eu terminei com ele... daquele jeito horrível.

Eduardo: Um amor como o de vocês? Acho muito difícil ele ter superado tão rápido.

Eduardo ficara meio encantado com a minha história com Fernando – além de, é claro, inconformado pela forma como acabou.

Ele prosseguiu:

Eduardo: Porém, ainda que ele esteja com outra pessoa e não aceite te perdoar mesmo sabendo de toda a verdade, isso não muda o fato de ele ser pai do seu bebê.

Ele tinha razão com relação a isso.

Maiara: Eu sei que devia ter ligado antes para ele, para contar toda a verdade, mas...

Eduardo: Maiara, você mal conseguia articular uma frase inteira nos dias depois que sua mãe morreu. Você entrou em um estado de depressão que deixou todos nós muito preocupados.

Maiara: É, eu sei. Mas eu devia ter ligado. Só que... Você tinha que ver como o Fernando ficou por achar que a mãe estava se importando verdadeiramente com os sentimentos dele. Quando ele descobrir o que ela fez para nos separar... Isso vai destruir o coração dele.

Eduardo: Aquela megera já destruiu o coração do filho, Maiara. E o seu também. Será que dá para você pensar um pouquinho só em você e perceber o quanto foi a maior das vítimas de tudo isso?

Maiara: Fernando me dizia a mesma coisa. Que eu deveria pensar um pouco em mim.

Eduardo: Então pense. Em você e no seu filho. Ligue para o Fernando e diga a verdade. Tudo bem se não quiser falar agora, assim pelo telefone, sobre o que a megera da mãe dele fez, mas precisa contar a ele que está grávida. Eu vou estar bem ali no corredor se você precisar de mim, tá?

Dito isso, ele me deu um beijo no rosto e saiu do quarto, deixando-me ali sozinha. Respirei fundo algumas vezes, até tomar coragem para discar o número de Fernando. Já passava das onze da noite, não era o melhor dos horários para ligar para alguém, mas eu precisava aproveitar aquele surto de coragem. Se esperasse pelo dia seguinte, talvez acabasse desistindo.

Depois de alguns toques, alguém atendeu.

XX: Alô?

Era uma voz feminina... Uma voz feminina e sonolenta... A uma da manhã... Senti meu coração se estilhaçar por compreender o significado daquilo. Ainda assim, torci para que eu tivesse ligado para o número errado.

Maiara: Boa noite. Desculpe o horário, mas... Por acaso é o celular do Fernando Zorzanello?

XX: É, sim. Ele está no banho. Se você puder ligar mais tard... Ah, não espere, ele está saindo. Vou passar para ele.

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