E se der certo?

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POV VALENTINA

Preferi pedir um uber, seria mais rápido. Luiza e eu entramos no carro e ficamos conversando amenidades sobre a escola. Rapidamente o motorista parou na porta do meu condomínio e seguimos pra minha casa. Dei passagem e logo Jane veio nos receber.

-Oi Jane. – Cumprimentei a mulher que secava as mãos. – Essa aqui é a Luiza, viemos estudar.

-Oi meninas. – Luiza deu dois beijinhos no rosto da mulher. – Já comeram?

-Já sim, vamos subir? – Chamei e Luiza concordou. – Qualquer coisa você me chama, Jane.

-Bons estudo meninas. – Jane disse sorridente e seguimos pro meu quarto.

Eu estava sem jeito, era a primeira vez que eu estudava com alguém na minha casa, eu nunca precisei disso. Abri a porta e dei passagem pra ela passar, Luiza analisava tudo em sua volta com um sorriso suave nos lábios.

-Imaginava seu quarto de outro jeito. – Ela disse me fazendo franzir o cenho.

-Sério? Imaginava como ? – Perguntei colocando a mochila na cadeira.

-Mais dark, com um ar mais rock n'roll. – Luiza sorriu abertamente tirando a mochila das costas.

-Eu passo essa imagem? – Perguntei com meio sorriso.

-Acho que sim. – Luiza se sentou na cadeira. – Qual o tipo de música você gosta?

-Se eu disser que eu gosto de pagode? – Falei e ela arregalou os olhos. – Eu sou louca na Ludmilla também.

-Mentiraaa? – Ela estava bastante surpresa com a informação.

-Juro, até ia no Numanice, mas minha mãe não deixou. – Falei desanimada.

-Vai ter aqui no Rio, quem sabe ela muda de ideia?

-É, quem sabe? – Tire os meus materiais da mochila. – Vamos começar?

Preparei a minha mesa, coloquei uma cadeira ao meu lado e agradeci pela minha bancada ser bem ampla. Luiza se sentou ao meu lado e abrimos a apostila na matéria da prova. Luiza explicava tudo de forma calma, e por alguns segundos eu viajava na explicação. Passamos quase a tarde toda falando de metalinguística e propósitos de interlocução. Só paramos quando Jane disse que precisava aspirar o meu quarto.

-Vamos lá pra fora? – Perguntei espreguiçando meu corpo. – Mas se você quiser ir embora, tá tudo bem, tá?

-Vamos passar toda essa parte primeiro? – Luiza apontou pro livro. -- Temos muito o que revisar ainda.

-Então vamos dar uma pausa, comer uma fruta? – Ela assentiu e descemos pra cozinha.

Minha mãe sempre deixava nossas frutas picadas na geladeira, então aproveitei pra fazer uma salada de frutas, enquanto Luiza esperava sentada na bancada da cozinha. Ela me falava sobre o dia em que foi no lolla e eu ouvia tudo com atenção. Ela era muito descolada e eu tenho certeza que ela vai fazer muito sucesso com esse lance da dança.

-Você nunca teve uma segunda opção, além da dança? – Perguntei entrando no assunto.

-Acho que nunca pensei a respeito. – Ela deu os ombros e pegou a taça que eu a ofereci. – Dançar sempre foi o meu sonho e ganhar dinheiro fazendo o que a gente gosta é ainda melhor. 

-Mas e se der errado?

-E se der certo? – Ela rebateu. – Eu nunca penso no lado negativo, pois eu sei que se caso dê errado é porque ainda não é o certo.

Ela levou a colher na boca e eu observava o movimento. Ela levava a vida de forma tão leve que me deixava inspirada e com um pouquinho de inveja da coragem dela.

Wildest DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora