Mais uma garrafa?

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POV VANESSA

-Estou pronta. — Fernanda terminava de abotoar o colar enquanto eu a esperava tomando um drink de vodka. — Vamos?

-Vamos. — Deixei o copo sobre a mesinha de canto e peguei as chaves do carro.

-Você vai dirigir? — Ela tinhas as sobrancelhas franzidas. — Você já tomou três drinks desse aí.

-Eu estou bem. — Revirei os olhos.

Não deixei ela continuar com o discurso de que eu estava bebendo demais. Fernanda revirou os olhos e seguimos para o estacionamento. Eu não estava com ânimo algum pra vir jantar, mas ela insistiu e eu acabei cedendo.

Já no restaurante, fomos guiadas até a mesa em que ela fez reservas, o Maître se aproximou me oferecendo a carta de vinhos, pedi logo uma garrafa, Fernanda negou com a cabeça e eu dei os ombros me concentrando em olhar a decoração do lugar. Corri os olhos pelo ambiente e no momento exato em que olhei para o meu lado esquerdo, meus olhos se conectaram com os dela.

-Mas que droga. — Resmunguei baixo e Fernanda olhou para a mesma direção. — O Rio de Janeiro desse tamanho e a gente tinha que vir justo pra ca?

-É ela? — Fernanda continuava encarando. — Olha, devo admirar seu bom gosto, aceito perder pra ela.

-Agradeceria se você parasse com isso. — Fechei a cara e ela continuava sorrindo. — Não tá vendo o marido a tira colo? Devem ter voltado.

-Aquele bobão ao lado dela? — Fernanda olhou novamente. — O gosto dela é questionável, te deu um fora e tá com esse cara aí.

-Não vou pedir de novo. — Falei duramente.

Desculpa. — Ela acariciou minha mão. — Olha pra mim? Eu estou tentando te distrair, sei que não é fácil, mas você precisa seguir em frente.

-Eu estou seguindo. — Não consegui sustentar o olhar. — Agora vamos pedir, estou com fome.

Fernanda mudou de assunto e logo fizemos nossos pedidos, tentei a todo custo prestar atenção nela e não na mesa ao lado. Comemos e conversamos sobre meu apartamento novo, me mudaria na semana que vem e Fernanda estava me ajudando com a decoração, no meio do assunto emendamos com o papo sobre o escritório, ela me dizia como estava feliz por eu ter assumido o lugar do meu pai e que acreditava muito na minha competência.

-Mais uma garrafa? — A pergunta veio seguida de um suspiro derrotado. — Vanessa você está dirigindo, você está exagerando na bebida.

-Eu sei dos meus limites, eu estou bem. — O garçom nos serviu e meus olhos me traíram mais uma vez, no exato momento em que o pai de Valentina abraçava Catarina pelo pescoço. — Você não disse que queria me distrair? Então?

Dei os ombros e ela negou com a cabeça. Fernanda acabou mudando de assunto de novo, mas eu não fazia ideia do que ela dizia. No meio do assunto pedi licença e fui até o banheiro, precisava passar uma água no rosto.

Encostei na pia, encarando meu reflexo no espelho, não consigo entender como uma pessoa pode dominar meus pensamentos dessa forma, nunca em toda minha vida senti algo assim, eu simplesmente não estou conseguindo lidar com a rejeição dela.

-Oi Vanessa. — Ouvi a voz de Luíza atrás de mim. — Tá tudo bem?

-Oi Lu, oi Valen. — As duas estavam de mãos dadas, me virei e as cumprimentei. — Estou bem e vocês?

-Você sumiu. — Valentina disse assim que nos soltamos.

-Pois é, muito trabalho. — Sorri sem graça. — Mas vamos marcar algo, vou me mudar para o meu novo apartamento na próxima semana, vou fazer uma festinha pra comemorar. Vocês aproveitam e me ajudam com a mudança.

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