Do que voce tem medo?

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POV CATARINA

Vanessa estava de bruços, com as costas nuas e o lençol cobrindo sua nudez da cintura pra baixo. Vi marcas em suas costas, marcas que eu deixei e isso me fez corar imediatamente. Levei a mão na boca ao me lembrar do  sabor do nosso beijo. Eu nunca senti nada parecido com o que eu senti me entregando pra ela. A suavidade do toque, o sabor da pele dela, o desejo com que ela me olhava, tudo era novo, mas ao mesmo tempo eu sentia que busquei isso a minha vida toda.

Acariciei o rosto dela, desenhando as linhas do seu rosto. Nunca me senti tão leve, digo até que estava me sentindo realizada, me sentindo completa. Não vou ser injusta e dizer que os anos que eu vivi com o Marcos não foram bons, mas analisando tudo que estou sentindo, eu nunca senti esse frio na barriga, essa vontade doida de gritar pro mundo que eu beijei Vanessa, que eu passei a noite com ela, mas ao mesmo tempo, um medo do que as pessoas vão pensar sobre isso, como as pessoas aceitariam isso. Com o Marcos era cômodo, era aceitável, com Vanessa é com adrenalina, com medo do desconhecido, mas com vontade de fazer de novo.

-Ainda tá cedo, para de me olhar  e vem dormir mais. – Ela disse com a voz rouca e me tirando do transe. – Vem, me abraça aqui.

-Já são quase nove da manhã, eu preciso ir pra casa. – Falei preocupada com os meus filhos, se eles chegassem e não encontrassem, eu não saberia me explicar.

-Não precisa não. – Vanessa se virou completamente nua, me deixando envergonhada. – Bom dia.

-Bom dia, Vanessa. – Encarei minhas mãos, eu não sabia como me comportar, não depois de tudo que fizemos.

-Não é assim que dá bom dia. – Vanessa se sentou e puxou meu rosto colando nos lábios.

O beijo era pra ser só um selinho, mas eu o aprofundei e quando dei por mim, rolávamos nos lençóis novamente. Não sei por quanto tempo ficamos ali, só levantamos quando a fome falou mais alto. Vanessa tomou banho rápido e desceu para preparar nosso café, enquanto isso eu fiquei dentro da banheira pensando em tudo que aconteceu de ontem até aqui.

{...}

Vanessa mexia os ovos na frigideira, enrolada em um roupão branco e os pé nos chão, o cabelo estava preso no alto da cabeça e não havia imagem mais linda do que aquela. Senti um frio percorrer o meu corpo quando ela me encarou e sorriu eu não sei o que é isso, eu só sei que eu gosto de me sentir assim.

-Tá com fome? Já tô quase terminando aqui. – Me aproximei e sentei na cadeira que estava posta pra mim. – Fiz um pouquinho de tudo, pra gente comer, espero que você goste.

-O cheiro está ótimo. – Sorri apaixonada. 

Espera, apaixonada? Era isso que eu estava sentindo por ela? Mas qual a definição de paixão? O que me faz achar que é isso mesmo que eu estou sentindo? O jeito que ela me trata, a forma como me olha, o sorriso que me dá todas as vezes antes do beijo, isso tudo me deixa desconcertada. Eu penso estar sendo patética as vezes, mas Vanessa consegue despertar o melhor de mim, eu esqueci do mundo lá fora, só pensei em mim e nela aqui.

-Ei, o que você tanto pensa? Tô falando sozinha aqui, linda? – Me assustei quando ela me abraçou por trás e deixou um beijo em meu pescoço.

-Desculpa, o que você dizia? – Disfarcei, enquanto Vanessa continuava na mesma posição.

-Estava falando que podíamos aproveitar esse domingo de sol, descer na praia, sair pra almoçar, podemos chamar as meninas e o Igor. – Acho que de todas as coisas que me atrai em Vanessa, ela se importar com os meus filhos é o que mais me conquista. – Tá rolando uma exposição de fotografia, a Valen vai gostar.

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