45 dias

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POV LUIZA

-Isso tudo vai pra doação? – Minha irmã entrou no meu quarto, desviando das enormes caixas que estavam espalhadas ali.

-Sim, vou doar tudo e você já separou o que vai mandar? – Ela assentiu com a cabeça.

-Não tenho muita coisa, mas já separei boa parte. – Carol se jogou na minha cama e eu desviei o olhar. olhando pra sua barriga já estava protuberante. – Você não vai levar muita coisa pra Espanha, né?

-Não muito, principalmente roupa. – Dobrei mais uma peça de roupa e fechei a caixa. – Por isso vou doar tudo, que dia é a sua próxima consulta?

-Na segunda que vem. — Carol alisou a barriga. – Será que vai dar pra descobrir o sexo?

-Pode ser que sim, né? – Levantei do chão e deitei ao seu lado. – Vai ser uma menina, tenho certeza.

-Como você sabe? – Minha irmã se virou sorrindo.

-Estou sentindo que vai ser. – Desci a mão e toquei na barriga dela. – Me vejo sendo tia de menina.

-Mas eu quero um menino. – Carol fez bico. – O Roger e a mãe dele querem uma menina.

-Vai ser a nossa princesinha. – Ela me mostrou a língua e eu gargalhei. – Já pensou em nomes?

-Se for menina vai ser Elis e se for menino vai ser Chico. – Sorri tão largo.

-Elis, aqui é a titia Luiza. – Me abaixei e comecei a conversar com a minha sobrinha. – Quando você nascer, eu não vou estar aqui, mas prometo que vou vir te ver assim que eu puder, tá bem?

-Eu vou sentir sua falta. – Minha irmã tocou meu rosto. – Mas eu quero que você conquiste o mundo, você merece, Lu.

-Obrigada Carol. – Beijei sua mão. – Me prometa que não vai deixar de estudar e pensar em você?

-Prometo. – Puxei ela pra um abraço e ficamos ali até sermos interrompidos.

-Podemos participar desse abraço? – Minha mãe e meu pai estavam parados na porta, olhando a cena.

-Devem. – Meu pais se aproximaram e ficamos ali na nossa bolha por um bom tempo.

Descemos para jantar em um clima animado. Minha família estava mais unida do que nunca e isso me trazia uma paz sem tamanho. Conversamos muito sobre minha viagem, sobre o bebê da Carol, meu pai e minha mãe conversaram sobre seus respectivos trabalhos. Eram coisas simples, mas eram coisas que me fariam falta quando estivesse fora. Me peguei olhando pra minha família, e agradecendo a Deus por ter eles.

-Filha, estamos pensando em fazer uma festa de Natal aqui em casa. – Meu pai me chamou atenção, me trazendo de volta pra realidade. – Pensamos em convidar a Valen e a família.

-Isso seria incrível, pai. – Sorri abertamente, pois eu já estava com planos de passar as festas de fim de ano com a Valentina.

-Vou falar com elas.

-Avise a família do Roger também, filha. – Minha irmã assentiu e continuou comendo. – Podemos aproveitar e iniciar sua festa de despedida, Lu.

-Será uma boa ideia. – Sorri sem humor.

Uma parte de mim estava em euforia, iria estudar em uma das melhores escolas de dança do mundo, mas a ideia de deixar Valentina para trás ainda perturbava minha mente.

-A Catarina esbarrou no restaurante perto da imobiliária hoje. – Meu pai mencionou, colocando os talheres sobre o prato. – Trocamos umas palavras rápidas, não deu pra fazer o convite.

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