POV LUIZAEm minha casa o silêncio reinava, não havia nem um sinal da minha família ali. Suspirei fundo e subi pro quarto. Deixei minhas coisas jogadas pela cama e segui para o banheiro, precisava de um banho relaxante. Passei um tempo considerável embaixo do chuveiro, pensei em tudo o que estava acontecendo, pensei na minha irmã, pensei nos meus pais e principalmente pensei no carinho com que a Valentina havia me tratado hoje.
Acho que apenas Duda viu esse meu lado vulnerável até hoje. Em pouco tempo Valentina se mostrou uma pessoa incrível, eu estava simplesmente encantada com esse jeitinho dela. Hoje ela cuidou de mim, me ouviu e ainda me levou pra pensar na praia, eu fiquei muito surpresa como conquistamos afinidade em tão pouco tempo.
Desliguei o chuveiro, me enrolei no roupão e me joguei na cama, eu não tinha ânimo pra absolutamente nada, só queria que esse caos passasse logo. Passei a mão no rosto no mesmo momento em que meu celular tocou dentro da bolsa.
DUDA LIGAÇÃO ON:
-Onde cê se meteu, cachorra? – A voz de Duda saiu eufórica. – Sumiu, não veio a aula, não me respondeu.
-Oi Duda. – Minha voz saiu cansada e logo minha amiga percebeu.
-O que aconteceu?
-Amiga, tá tudo desmoronando; – Comecei a contar e ela me ouvia com atenção.
-Lu, chego ai em dez minutos, vou levar seu sorvete favorito. – Duda disse assim que terminei de contar o que aconteceu.
{...}
Duda estava deitada ao meu lado e nós duas tomávamos o meu sorvete favorito, caramelo salgado. Contei a história novamente e dessa vez com todos detalhes, contei desde o início em que sentia a Carol estranha. Falei sobre Carol me culpar e de como eu estava me sentindo em relação a isso.
-Amiga, que barra. – Ela se sensibilizou novamente. – A Carol andava estranha, mas eu não imaginava que era algo do tipo.
-Pois é. – Suspirei de novo. – Minha casa tá de perna pro ar, meus pais estão em pé de guerra.
-Isso é o mais confuso de tudo, nunca vi o tio Augusto e a tia Sônia levantar a voz um para o outro. – Minha amiga disse me fazendo concordar. – Mas sua mãe apoiar essa loucura da Carol, me surpreendeu.
-É uma decisão dela.
-Mas você sabe isso ainda é ilegal no nosso pais. – Duda disse me lembrando da minha maior preocupação. – Isso pode ser muito perigoso, pois provavelmente é algo clandestino.
-Eu sei disso, e eu ainda vou conversar com a minha mãe sobre isso. – Coloquei minha taça no móvel ao lado da cama. – Tô com medo do pior acontecer, meu pai não dormiu em casa.
-Oh amiga. – Duda me puxou pra um abraço apertado.
Deixei me envolver pelo abraço apertado da minha amiga. Algumas lágrimas rolaram e Duda tentava me passar algum conforto.
-Vem cá, me responde uma coisa. – Depois de um tempo ela se afastou um pouco. – Você passou o dia na casa da Valentina?
-Sim. – Ela arqueou uma das sobrancelhas. – Ela me levou pra praia antes, eu estava péssima amiga. Depois passei o resto do dia lá, peguei no sono, pois não havia dormido direito.
-Devo ficar com ciúmes dessa amizade? – Ela perguntou com um ar de riso. – O posto de melhor amiga é meu e eu não abro mão.
-Deixa de ser palhaça. – Dei um tapinha em seu ombro e ela continuou com as palhaçadas de sempre.