Alguns dias depois...
POV LUIZA
A nossa árvore de natal estava linda, Carol e eu fizemos um bom trabalho. Nossos convidados chegariam a partir das oito e eu já estava ansiosa com aquilo. A ideia de fazer o natal aqui em casa foi uma das melhores escolhas do meu pai, aproveitamos para realizar minha despedida, já que minha viagem já estava marcada para o dia seis de janeiro.
Eu estava me um misto de sensações, estava eufórica, estava saudosa, mas o sentimento que eu mais estava sentindo era culpa por deixar Valentina aqui, esse sentimento estava me consumindo da cabeça aos pés. Estávamos evitando tocar nesse assunto, mas a cada dia que passa, a nossa despedida será inevitável.
-Filha, já sabe o horário que eles chegam aqui? – Minha mãe perguntou, me tirando do transe.
-A Valen disse que lá pelas oito da noite. – Me levantei, depois de terminar de arrumar os presentes embaixo da árvore. – A Vanessa vai vir também, ok?
-Sem problemas, meu amor. – Minha mãe sorriu. – Vão se arrumar, seu pai e eu terminamos tudo aqui.
Assentimos e subimos ao lado de Carol que também estava animada com a nossa comemoração de natal. Seguimos para os nossos respectivos quartos e eu segui direto para o chuveiro, pois apesar do clima de despedida, queria aproveitar cada segundo ao lado das pessoas que eu amo.
Optei por um vestido vermelho um pouco mais solto e uma maquiagem mais leve, deixei meus cabelos soltos e caprichei no perfume. Me encarei no espelho, gostando do que via, sorri brevemente e desci para esperar nossos convidados, que já deviam estar a caminho.
-Tudo certo por aqui? – Perguntei assim que cheguei na cozinha.
-Já está tudo pronto, filha. – Meu pai se aproximou, beijando minha têmpora. – Fizemos seu prato favorito e também cuidamos das receitas vegetarianas pra sua namorada e pra Vanessa.
-Vocês são incríveis. – Sorri abertamente e beijei o rosto do meu pai. – Eles já devem estar a caminho.
-Vamos pra sala, vou abrir um vinho. – Assenti e seguimos abraçados para a sala.
...
Meu pai e eu estávamos sentados conversando sobre a viagem, ele iria comigo pra Espanha para me ajudar com minha instalação. Ele achou melhor que eu alugasse uma casa ao invés de um quarto, pois assim seria mais confortável pra mim. De início achei estranho, mas acabei aceitando, pois alugar um quarto na casa de alguém que eu não conheço seria estranho. Ele parecia muito empolgado com a viagem, e apesar de tudo, no fundo eu me sentia realizada, estou indo realizar um sonho de criança e farei de tudo pra dar muito orgulho a minha família. Serei uma dançarina muito competente.
-Quando você chegou da aula aquele dia, quando ainda estava na quinta e disse que seu sonho era ser uma bailarina, eu sorri e achei que você esqueceria isso na próxima semana. – Meu pai tinha uma voz emocionada. – Mas os anos foram passando e eu seu amor pela dança foi só aumentando. Você é dedicada, competente e acima de tudo, tem paixão pelo que faz, isso é raro, filha.
-Eu dou o meu máximo, pai. – Sorri timidamente.
-Eu tenho muito orgulho de você, tenho certeza que verei você brilhando nos palcos. – O choro embargava em minha garganta. – Eu vou morrer de saudades, mas sei que será por uma boa causa.
-Eu sou feliz demais por ter vocês ao meu lado. – Agradeci e me virei para abraçá-lo. – Eu amo nossa família.
-Eu amo vocês. – Meu pai retribuiu o abraço e no mesmo instante, ouvimos a campainha tocar. – Deixa que eu abro.
