Sei que demorei, mas tô aqui! Gente o próximo capítulo vem aí, me confundi um pouco 🤪
Boa leitura, amo vocês e não desista se nósPOV CATARINA
Graças a Deus já era sexta, essa semana foi uma das mais cansativas desde que cheguei ao Rio, mas valeu a pena o esforço. Vanessa e eu conseguimos um habeas corpus e Rogério está em liberdade provisória, entretanto ainda temos muito trabalho pela frente.
Essa semana me serviu de aprendizado, não se deve julgar nunca um livro pela capa. Vanessa me surpreendeu de tantas maneiras, que devo dizer que estou admirada com o seu profissionalismo. Ela trabalhou ferozmente, para tirar o homem da cadeia, sempre focada e firme em suas palavras. Claro que ela usava o charme dela pra ter algumas regalias, a prova disso foi que ela conseguiu a assinatura da juíza ontem quase onze da noite.
-Tinto ou rose? — Vanessa me tirou do transe entrando na cozinha com duas garrafas na mão.
-Vamos no tinto primeiro, vai combinar mais com a carne. — Ela assentiu e foi em busca das taças.
Hoje ela decidiu fazer o jantar, Vanessa estava felizinha com a soltura do amigo do pai, inclusive ele ligou nos dando os parabéns. Nossa convivência durante essa semana voltou ao que era. Decidi não ser tão chata e reconhecer que ela é uma pessoa que me faz bem, a amizade dela é algo que eu aprecio, mas ela não parou com suas piadas e flertes em cima de mim.
-Vem, já está na mesa. — Ela não quis minha ajuda pra nada, me deixou na sala enquanto cuidava de tudo. — Espero que eu agrade o seu paladar.
-Vamos ver se o sabor está tão bom quanto o cheiro. – Vanessa mostrou a língua e nos acomodamos em seguida.
Ela nos serviu e o cheiro estava divinamente incrível. Vanessa preparou um Filé mignon com crosta de castanha. A carne estava no ponto certo e na primeira garrafa eu soltei um gemido satisfatório. Estava delicioso e ela me olhava com expectativa.
-E então? – Levei a taça aos lábios enquanto ela esperava minha resposta. – Aprovado?
-Meu Deus, isso está divino, Vanessa. – O sorriso dela se expandiu no rosto.
-Então já posso casar? – Apertei os olhos.
-Que coisa antiquada, só porque cozinha bem não significa que deva casar. – Dei os ombros fazendo ela gargalhar.
-Ah, achei que você ia falar que sim. – Vanessa deu um longo gole no vinho antes de prosseguir. – Ia te pedir em casamento agora.
-Vanessa... – Ela voltou a gargalhar.
Nosso jantar continuou e conversamos sobre a amenidades. Vanessa é muito divertida e deixa o clima leve, mesmo jogando piada a cada cinco minutos. Ela levava tudo na brincadeira, mas algo dentro de mim se sentia diferente. Depois do jantar, colocamos a louça na máquina de lavar e levamos o vinho, as taças e um pote de sorvete pro sofá.
Vanessa ligou o som baixinho, me surpreendendo mais uma vez ao colocar Frank Sinatra pra tocar. Nos sentamos no sofá e conversamos enquanto dividimos o mesmo pote de sorvete.
-Onde você aprendeu a cozinhar assim? – Perguntei, ao me lembrar do capricho do prato que ela nos serviu.
-Minha mãe e eu fazíamos uma receita nova todo sábado a tarde, era nosso programa juntas. – Ela deu um suspiro nostalgico. – Quando ela se foi, eu fiquei um bom tempo sem conseguir cortar um tomate, mas aí a terapia anda me ajudando muito e eu voltei ao meu hobby.
-Sinto muito, Vanessa. – Falei com pesar.
-Tá tudo bem. – Seu sorriso de lado dava um charme a mais nela. – Enfim, vamos mudar de assunto, me fala mais de você, seus gostos, dos seus filhos.