Para as três fãs de VanCat...
Meus amores, esse capítulo pode conter alguns gatilhos, desde então eu peço desculpas... boa leitura!!!
POV VANESSA
Hoje é aquele dia em que eu não queria ter levantado da cama. Minha cabeça estava pesada, devido a ressaca, sabia que beber quase uma garrafa inteira de uísque não era uma boa ideia, mas a data de hoje me levou a isso.
Acordei completamente sozinha em meu apartamento, encarei o teto e permiti algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto, não entendia por que tínhamos que passar por isso, esse sentimento não passa, parece que a cada ano que passa, a saudade da minha mãe aperta mais. São seis anos desde que ela se foi, e parece que foi ontem. Suspirei pesado e levantei, hoje eu tenho uma audiência e não dava pra simplesmente não ir.
Tentei me concentrar ao máximo na audiência, mas pra tudo ficar ainda pior, perdemos e agora preciso recorrer, meu cliente não ficou nada feliz, me desculpei e prometi que daria o meu melhor. Passei as mãos no rosto e segui para o escritório, mesmo com uma vontade enorme de chorar.
-Sandra, não quero ser incomodada por ninguém, cancele qualquer tipo de reunião que me envolva. – Nem ao menos dei bom dia para as pessoas ali presentes.
-Ok, senhorita Vanessa. – A mulher me olhou assustada. – Precisa de algo mais?
-Só isso, se eu precisar de algo eu aviso. – Entrei na minha sala e fechei a porta.
Sentei em minha cadeira e novamente o choro veio compulsivo, chorei por todos esses anos que vivo sem minha mãe. Meu coração estava pequeno, eu perdi minha melhor amiga, meu apoio, a pessoa que mais acreditava em mim. Pensar que eu nunca mais vou poder abraçá-la me deixa completamente sem chão.
Passei o dia recusando chamadas e mensagens, pessoas próximas a mim sabem que esse dia me tira a paz, mas eu não queria falar com ninguém, eu só queria ficar sozinha, e me apegar nas memórias bonitas que eu tenho da minha mãe. Peguei o porta retrato em cima da minha mesa e abracei.
-Você vive em mim, mãe. – Acariciei a foto e a beijei.
{...}
Uma voz suave entrou pelos meus ouvidos, um toque sutil em meu ombro me despertou do sono que eu estava. Me levantei assustada e percebi que adormeci abraçada a foto da minha mãe.
-Vanessa, o que houve? – Catarina se abaixou, tirando meu cabelo do rosto. – Você passou o dia todo aqui, não saiu pra nada. Me desculpe ter entrado, mas me preocupei, você não respondeu as batidas na porta e nem no telefone.
-Que horas são? – Perguntei completamente perdida no tempo.
-Quase sete. – Me assustei ao perceber que já estava tarde. – Você não comeu nada hoje, porque você está assim?
-Hoje não é um dia que eu goste. – Me endireitei melhor na cadeira. – É aniversário de morte da minha mãe.
Falei aquilo com o choro preso na garganta, era um gosto amargo dizer aquilo em voz alta.
-Eu sinto muito, Vanessa. – Catarina segurou meu queixo, me fazendo encara-la. – Vem cá, me dê um abraço.
Me levantei e os braços dela contornaram meu corpo. Catarina me abraçou apertado e eu permiti que as lágrimas viessem novamente. Chorei aparada ao coro dela, que acariciava minhas costas em um contato carinhoso.
-Não existem palavras que eu diga, que vá te trazer algum conforto, mas saiba que eu estou aqui. – Ela disse baixinho, tentando me tranquilizar aos poucos. – A falta que você sente dela, sempre vai existir, mas tenho certeza que de onde ela estiver ela está orgulhosa da pessoa que você é.