Não é justo

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POV VALENTINA

Segui Luiza pelo pátio até cruzarmos o auditório, ela entrou primeiro e lá no fundo, forçou a porta de uma sala, ela entrou me puxando pela mão. Assim que passamos pela porta, ela encaixou os lábios aos meus em um beijo urgente.

-Eu estava morrendo de saudades. – Ela disse assim que o ar nos faltou.

-Eu também estava. – Tomei seus lábios em um novo beijo.

Minhas mãos presas na raiz do cabelo de Luiza, traziam ela pra mais perto, nosso corpo colados praticamente se fundiam um ao outro. As mãos dela estavam em minha cintura e eu sentia meu estômago formigar. Encerramos o beijo com alguns selinhos e Luiza sorriu largamente pra mim.

-Estou orgulhosa de você. – Senti um carinho sutil em meu rosto. – Eu sabia que você tinha que se inscrever naquele workshop.

-Eu agradeço por ser minha musa inspiradora. – Sorri timidamente. – Não teria ganhado se você não tivesse posado pra mim.

-Boba. – Luiza me empurrou pelo ombro.

-Lu... – Enchi o peito de ar antes de falar. – Eu sei que você acabou de terminar com a Malu e que a gente começou a ficar agora, mas eu queria saber o que estamos sentindo?

Falei com toda coragem presente em meu corpo, eu não sei como funcionam essas coisas, mas eu não quero me privar de viver o presente, de me jogar no que eu quero e no momento eu quero a Luiza.

-Valentina...– Luiza passou a mão no próprio cabelo. – Eu não sei.

Ela soltou os ombros e supurou fundo. Senti todos o meu corpo esfriar. Posso estar sendo precipitada, emocionada, mas eu me vejo completamente envolvida pelo sorriso dela, eu estou perdidamente apaixonada e eu não sei o que fazer caso não seja recíproco.

-Desculpa, eu... – Abaixei a cabeça envergonhada. – Eu não quero te pressionar.

-Hey. – Ela segurou meu queixo com o dedo, me obrigando a encará-la. – Eu ainda não sei definir o que eu estou sentindo, mas com você eu me sinto protegida, me sinto segura. – Meu olhos estavam marejados e Luiza fez um afago em meu rosto. – Você é meu ponto de tranquilidade no meio desse caos e é até estranho dizer, mas eu nunca senti nada parecido com ninguém.

-Eu me sinto da mesma forma, Lu. – Beijei sua mão que estava em meu rosto. – Você me faz querer fazer coisas novas, me dá coragem pra enfrentar os desafios, eu deixo minha timidez de lado. – Ela sorriu e eu continuei. – Com você eu me sinto segura pra ser eu mesma.

-Então vamos descobrir esses sentimentos juntas, tudo bem? – Luiza segurou meu rosto entre as mãos.

-Juntas. – Colamos nossos lábios em um beijo casto. – Eu não saberia te dividir com ninguém.

-Eu não quero que você divida. – Ela colocou meu cabelo atrás da orelha e eu senti meu coração bater apressado. – Depois daquele dia em que eu "fugi" e você não foi à escola, eu tentei entender a bagunça que estava aqui dentro, mas quanto mais eu pensava, mais bagunçada eu ficava, eu não conseguia te tirar da cabeça.

-E eu estava do mesmo jeito. – Puxei seu corpo e encaixei um abraço apertado.

-Vamos viver isso? Vamos deixar fluir? –Ela pediu me deixando completamente feliz.

-Vamos. – Passei meu nariz pelo seu pescoço e ela puxou meu rosto de volta.

-Mas por enquanto vamos deixar entre a gente? – Luiza pediu e eu me afastei levemente. – Vamos entender o que está acontecendo antes de qualquer coisa.

Wildest DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora