Amizade

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POV VALENTINA

Assim que Vanessa saiu, eu segui direto pra casinha na árvore. Me acomodei entre as almofadas, me lembrando dos momentos que passei com Luiza naquele mesmo lugar. Me encolhi entre as almofadas, deixando algumas lágrimas rolarem. É assustador admitir, mas eu estou gostando de Luiza, mais do que deveria. Pensei tanto nisso, que acabei adormecendo no meio das almofadas.

-Valentina? – Senti a mão da minha mãe em meu ombro. – Filha?

-Oi. – Minha voz saiu baixa.

-Você pegou no sono, vamos subir? – Ela tirou o cabelo do meu rosto. – Olhe esse cheiro horrível de tinta, você tá maluca, Valentina?

-Eu cochilei. – Me ajeitei na cama.

-Você esqueceu da sua alergia? – Minha mãe disse em um tom de repreensão.

Entramos em casa e eu passei na cozinha apenas pra pegar um copo d'água. Minha mãe se despediu com um beijo nos meu cabelos e eu segui pro meu quarto, minha cabeça estava começando a doer, deve ser de tanto pensar na minha bagunça interna.

{...}

-Valentina, você vai se atrasar. – Minha mãe bateu na porta do meu quarto, porém eu não tinha forças pra me mexer.

Fechei os olhos novamente, sentindo minha cabeça pesar uma tonelada, meu corpo todo dolorido. Me encolhi mais sentindo um calafrio percorrer  pelo meu corpo.

-Valentina, você tá atrasada. – A voz da minha mãe soou mais grave. – Anda, você já perdeu a primeira aula.

Minha mãe puxou o edredom, fazendo meu corpo arrepiar. Continuei de olhos fechados e tremendo de frio. Minha mão colocou a mão em minha testa, aferindo minha temperatura.

-Meu Deus, você está queimando em febre. – Minha mãe sentou na beirada da minha cama. – Olha como você tá vermelha, levanta pra tomar banho, vou pegar seu remédio.

Meu corpo parecia uma gelatina, minha mãe me ajudou a ir ao banheiro me fazendo entrar embaixo da água morna. Desliguei o chuveiro tremendo de frio, me enrolei no roupão e logo minha mãe voltou com um comprimido.

-Toma. – Ela me deu um copo com água. – Deita e espera fazer efeito, vou avisar no escritório que vou chegar mais tarde.

-Não precisa, mãe. – Falei com dificuldade. - Eu tô bem.

-Descansa. – Ela deu a ordem e se retirou.

Creio que devo ter dormido o dia todo, meu remédio de alergia simplesmente me derrubou. Acordei perdida e ao lado da cama tinha um suco pra mim. Me espreguicei na cama e levantei indo ao banheiro.

-Filha? – Minha mãe entrou em meu quarto. – Está melhor?

-Minha cabeça ainda doi. – Respondi encolhendo o corpo. – Quantas horas são?

-Quase seis da tarde? – Arregalei os olhos assustada.

-Meu Deus, dormi demais. – Passei a mão no rosto.

-Vem, preparei uma comida leve pra você. – Minha mãe disse com um tom carinhoso.

-Não foi trabalhar? – Acho que minha mãe nunca faltou ao trabalho por minha causa.

-Vanessa me deu o dia pra cuidar de você.

Descemos com minha mãe me abraçando pela cintura, era estranho aquele contato, porém eu estava gostando daquilo. Comemos e conversamos sobre assuntos aleatórios. Nem me lembro da ultima vez que havia tido uma crise alérgica tão forte.

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