Me promete uma coisa?

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POV LUIZA

Sabe a sensação de leveza? Era assim que eu estava me sentindo depois de abrir meu coração pra Valentina, e ao saber que ela sente o mesmo, meu peito se encheu de alegria.

Engraçado dizer isso, mas quando passo meu tempo com ela, consigo esquecer essa tempestade que pairou sobre a minha família. Ela me transmite calmaria e com isso eu consigo ter clareza pra enfrentar os problemas. E falando nisso, preciso conversar com a minha irmã sobre a decisão dela, o tempo está passando e cada vez fica mais perigoso.

Após me despedir de Valentina com vários beijos, fui direto pra casa. Assim que passei pela porta, encontrei Carol jogada no sofá assistindo algo na tv. Me sentei ao seu lado pensando em como puxar assunto, afinal, nosso afastamento estava gigantesco e eu tinha medo de dizer algo que a magoasse.

-A mamãe tá em casa? – Perguntei em um tom brando.

-Ainda não chegou. – Carol respondeu sem me olhar.

-Você está bem? – Me ajeitei melhor no sofá.

-Defina estar bem? – Minha irmã deu um longo suspiro. – Estou grávida, nossos pais se separaram, meu namoro com o Roger está por um fio, estou com medo da minha decisão e sinto enjoos todos os dias.

-Eu sinto muito Carol, e eu não quero que você pense que eu julgo suas escolhas. – Segurei a mão dela junto a mim. – Eu me preocupo com você e quero que saiba que eu sempre estarei ao seu lado.

-Eu acho que te devo desculpas. – Sua voz saiu envergonhada. – Eu joguei toda a culpa em você.

-Hey, não se sinta assim. – Fiz com que ela me olhasse. – Eu tenho uma parcela de culpa.

-Você vai me fazer falta, sabia? – Carol deitou a cabeça em minhas pernas. – Eu amo você, Lu.

-Também  te amo, irmãzinha. – Beijei seu rosto e uma lágrima solitária escorreu pela minha face.

Ficamos ali conversando sobre o nosso dia, eu sentia falta de quando éramos pequenas, e sei que vou morrer de saudades dela, quando eu estiver longe.

-Você gostaria que eu tivesse esse bebê? – Carol perguntou de supetão me tirando do transe.

-Eu eu não sei, Carol. – De fato, eu não sabia responder aquela pergunta. – Mas estarei aqui pra te apoiar em qualquer decisão.

Minha irmã sorriu largamente e saímos da nossa bolha quando minha mãe passou pela porta, ela deu um beijo em cada uma, avisando que tomaria um banho antes de descer pro jantar, avisei que ia subir também e segui pro meu quarto.

Antes de tomar banho coloquei meu celular no carregador, ele estava completamente sem carga e eu havia me esquecido disso. Tomei um banho demorado, vesti um pijama quentinho, pois estranhamente estava frio no Rio de Janeiro, em seguida desci pra jantar com minha mãe e minha irmã. O clima estava ameno, conversamos muito, mas eu ainda sentia falta da presença do meu pai, do nosso clima em família, das nossas conversas profundas.

-Meninas, vou subir, estou exausta. – Minha mãe disse se levantando da mesa.

-Também vou.

Subimos as três juntas, nos despedimos e eu me joguei na cama alcançando meu celular que estava na mesa de cabeceira. Esperei o aparelho ligar e logo mandei mensagem pra Valentina.

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