Capítulo 48

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Sina Deinert

"Para papai. — digo me contorcendo na cama com ele me fazendo cócegas."

"Não gosto de ver você triste pequena. — beijou meu pescoço me fazendo rir."

"Não estou. — me olhou. — Não mais. — sorriu."

"Mãe! — gritei entrando no banheiro e ela se assustou borrando o batom."

"Maria! — dei risada."

"Como ela está bonita. — digo vendo seu reflexo e ele ri limpando o borrado. — Ainda bem que eu puxei sua beleza. — rimos."

"Eu ouvi isso. — meu pai apareceu logo atrás me fazendo contrair os lábios. — Mas eu não discordo, gosto de como se parece com ela. — beijou o topo da minha cabeça. — Minhas mulheres. — sorri."

"Cadê a minha pequena? — ouvi meu pai me procurando no meio do povo e desci aquelas escadas correndo."

"Pai! — pulei em seu colo e ele me envolveu em um abraço me girando no ar."

"Parabéns pelo trabalho bem feito meu anjo. — sorri no abraço. — Você foi perfeita!."

...

"Mãe socorro! — gritei fugindo do meu pai enquanto ria."

"Maria volta aqui! — escutei meu pai e logo avistei minha mãe correndo para trás dela."

"O que está acontecendo? — me olhou e eu ri mais. — Sebastian, o que é isso? — disse rindo após olhar meu pai."

"Amor ela me maquiou enquanto eu dormia. — voltei a rir mais."

"Mãe, não ficou lindo? — digo e ela ri junto comigo."

"Vocês duas são um perigo. — disse ele inconformado. — Vem aqui. — me pegou no colo e me encheu de beijos."

"Pai, vai me sujar. — resmungo e ele ri. — Mas você ficou uma linda princesa. — segurei seu rosto e ele soltou o ar rindo."

"Você às vezes parece que não existe menina. — disse minha mãe apertando meu nariz."

"Mas eu existo mãe, em carne e osso. — brinquei com seus cabelos."

"A gente te ama pequena. — disse meu pai me fazendo sorrir."

"E eu amo vocês, muitão. — abracei os dois juntos que voltaram a me encher de beijos."

Lembranças e mais lembranças faziam eu chorar até não aguentar mais. Fiquei o máximo que pude na minha cama controlando cada lágrima que caia, mas quando essa dor aumentou ainda mais, tive que me trancar no banheiro.

A banheira estava cheia e eu estava encolhida me sentindo completamente vulnerável.

Essa sensação era sufocante, me sentia sem forças, mas simplesmente não conseguia parar de chorar. Meu corpo doía, meu coração parecia dilacerado e novamente eu me sentia culpada por tudo isso.

São seis anos, seis anos que não sei o que sentir o abraço deles, o beijo, o carinho, o seu "eu te amo" saindo com tanta sinceridade da boca deles. Não sei mais o que é sentir medo e ter a quem recorrer, não sei o que é me sentir fraca e ter em quem me apoiar. Eu tive que aprender a viver sem eles.

Não tem mais Si, pequena, anjo, não tem mais cócegas para me fazer rir quando eu estiver triste. Vazia, era assim que eu me sentia.

Podem se passar anos, eu jamais irei suportar esse dia como se ele fosse normal. Me tiraram eles, me tiraram aqueles que eu mais amava em minha vida, porquê?

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