Capítulo 43

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Sina Deinert

"Quando você crescer será uma mulher e tanto. — dizia meu pai enquanto eu me olhava no espelho. Seu reflexo apareceu logo atrás e eu sorri".

"O senhor acha? — penteei meus cabelos".

"Acho não, tenho certeza. — sorriu segurando em meus ombros. — Está com 14, daqui uns anos estará se tornando uma mulher".

"Igual a mamãe? — ele sorriu".

"Igual sua mãe. — sorri. — Sabe o que me deixa feliz?"

"O quê? — pergunto curiosa".

"Saber que eu tenho duas mulheres incríveis na minha vida. — me abraçou por trás. — E que você se parece muito com ela".

"Mamãe disse que eu sou doida igual você. — brinco e ele ri".

"É, mas a sua mãe ama esse doido. — me pegou no colo e me girou me fazendo rir".

— É papai, sua filha se tornou uma mulher e tanto. — sussurro encarando meu reflexo no espelho e uma lágrima escorre pelo meu rosto. Limpei com leves batidas para não borrar a maquiagem e respirei fundo.

Já estava de noite, eu já estava arrumada e só aguardando minha hora de sair.

Minha noite foi um pouco complicada, demorei a pegar no sono e quando peguei, acordei agarrada em Noah. Quando despertei e notei isso não consegui voltar a dormir, apenas me virei para janela e fiquei encarando ela até o sol nascer.

Noah mal falou comigo hoje, apenas disse que ia resolver umas coisas e me via de noite. As meninas já estavam prontas e passaram aqui antes de ir,  todas estavam radiantes com seus vestidos.

Agora eu estou aqui, totalmente arrumada e me olhando no espelho já tem meia hora. O vestido caiu perfeitamente e o salto também serviu, eu só cuidei sozinha do meu cabelo, já que tive que ondular e da minha maquiagem.

Peguei o batom vermelho para aplicar em meus lábios e ouvi a porta destravando.

— Sina? — ouvi a voz de Noah no quarto.

— Aqui! — gritei e ouvi seus passos se aproximando.

Pelo espelho vi ele se aproximando, mas logo parou me observando de costas. Tirei a tampa do batom e passei ignorando seu olhar.

— É. — limpou a garganta e se aproximou mais. Notei que em suas mãos havia uma pequena sacola e terminei de passar o batom.

— Isso é? — pergunto me virando.

— Seu localizador. — peguei a sacola e tirei a pequena caixa que havia dentro. — Foi a Shivani que configurou. — abri a caixa e dentro havia um lindo colar.

A corrente era fina e a pequena pedra no meio era vermelha. Olhando assim parece apenas um colocar.

Ia pegar para colocar, mas Noah foi mais rápido e o tirou com cuidado da caixa.

— Com licença. — disse indo atrás de mim e eu me virei novamente para o espelho.

Sua mão passou em volta da minha cabeça e eu ajudei levantando meu cabelo. Deixei ele de lado e o olhei pelo reflexo colocando o colar.

Segundos depois sua mão desceu pelo meu braço e seus lábios depositaram um beijo quente em meu ombro direito. Fechei os olhos controlando a respiração e sua mão parou em minha cintura.

— Boa sorte Maria. — abri os olhos vendo ele me encarar pelo reflexo.

— Aí, me compra uma batata se der. — digo com um sorriso e me inclino pegando a bolsa.

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