Capítulo 50

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Sina Deinert

Compras, compras e mais compras, eu acho que nunca me diverti tanto gastando.

Mariane e eu saímos para ir ao shopping, viemos sozinhas pois segundo ela seria melhor, e realmente foi. O dia passou voando e durante todo o trajeto a gente conseguiu se conhecer melhor, Mari realmente é uma pessoa legal.

Ela tem 24 anos, mas está nesse meio desde os 16, seus pais causaram uma dívida alta com uma pessoa e não conseguiram pagar. Foram mortos a sangue frio, porém Mari disse que não se sentiu afetada por isso, os dois nunca ligaram muito para ela.

Quem achou ela foi justamente Arthur. Mari estava roubando uma loja e a polícia quase a pegou, foi se esconder em um beco e foi quando deu de cara com ele. Mari me disse que ele é engraçado, pois lembra que no dia que o conheceu ficou apavorada, hoje em dia ela só consegue ver graça nele. Eu deixei bem claro "isso é amor".

Do que entendi, os dois são amigos desde então, se afastaram apenas esse ano, já que Mari queria buscar novos ares e saiu da cidade. Diz ela que só voltou pois a notícia de fazer parte de uma máfia foi tentadora, ainda mais por descobrir que a Deinert está viva.

— Afinal, estão juntos? — pergunto tomando meu milkshake.

Havíamos acabado de comer, na verdade deveríamos estar em casa, mas minha barriga pediu por lanche e quando vi aquele M amarelo me deu vontade de comer um lanche do McDonald 's…

— Sim e não. — riu. — Nós estamos ficando, mas estamos indo com calma.

— Achei que gostassem um do outro. — digo confusa.

— Nós nos gostamos, mas é complicado. — franzi o cenho confusa. — É que assim, sempre é bom fazer algo sem compromisso, estamos com medo de avançar nisso e mudar tudo.

— Continuo confusa. — ela riu alto e eu levei o canudo na boca.

— É tipo você e o Urrea. — me engasguei com o milkshake e comecei a tossir batendo de leve no peito.

— De novo isso? — digo após me recuperar.

— Até quem não conhece vocês sabe que rola algo. — revirei os olhos. — Qual é? Aquele cara está de quatro por você. — arqueio uma sobrancelha.

— Quem te falou isso? — ele sorriu de canto.

— Não precisa me falar, da para ver na cara do moreno. — deixei minha bebida de lado. — Lembra quando te ofereci o macarrão com queijo? — assenti. — E você disse que não gostava? — assenti. — Ele entrou na cozinha resmungando. "Não gosta de queijo, quem ela quer enganar? Parece um rato de tanto que gosta de queijo". — soltei uma risada.

— Tem um pouco de verdade nisso. — voltei a tomar meu milkshake.

— Aí eu brinquei dizendo que você estava com ciúmes. — arregalei os olhos com o canudo na boca. — A cara dele foi sensacional, se aquele cara não gosta de você… — jogou no ar e no mesmo instante senti meu celular vibrar.

— Falando no diabo. — mostrei a tela e ela riu ao ver o nome de Noah.

Respirei fundo antes de atender essa ligação.

— Fala esquentadinho. — digo me escorando na cadeira.

Onde você está? — revirei os olhos.

— Shopping. — vi Mari revirar os olhos e dei risada.

Ainda? — murmurei um "uhum". — Será que pode vir para casa?Preciso falar com você.  — meu coração disparou e eu fiquei muda sem saber o que falar… — Maria?

— É… — passei a mão no rosto. — Sobre o que seria?

Já deve saber. — engoli seco e desliguei na cara dele.

Ai meu Deus, será? Não, ele não seria louco. Certamente deve ser sobre eu ter faltado à reunião ou sobre a data de ontem. Deus, me diz que esse cara não lembrou do que aconteceu…

— Maria? — sou tirada dos pensamentos com Mari estalando os dedos na minha frente.

Meu celular voltou a vibrar e eu atendi sentindo minhas mãos cada vez mais geladas.

— Desculpa, caiu a ligação. — digo encarando Mari que cruzou os braços desconfiada.

Enfim,vai demorar? — fechei os olhos lentamente negando.

— Já estou indo. — digo calma e logo ele responde com um "ok" desligando.

Soltei o celular na mesa e tirei a tampa do meu milkshake virando na boca de uma vez.

— Meu Deus Sina. — escutei a risada de Mari e bati no copo vazio na mesa.

Fechei os olhos com força sentindo minha cabeça doer com o líquido gelado que entrou de uma vez.

— Vamos para casa. — digo me levantando e jogo o copo no lixo que havia do lado.

Estávamos com algumas — várias — sacolas, estamos parecendo aquelas peruas ricas de filmes.

Mari entrou no carro e eu pedi para ela dirigir. Minha cabeça estava muito avoada e eu estralei todos os dedos da minha mão nervosa sem motivo algum.

Você consegue mentir Sina, e caso não consiga, jogue a culpa na bebida… ou finge um desmaio, também é uma boa.

Comecei a rir sozinha e queria me bater, o quão estúpida eu sou?

— Tinha álcool no milkshake e eu não sabia? — encarei Mari que ria comigo.

— Mari eu fiz uma merda tão grande. — digo cobrindo meu rosto e encostei a cabeça no banco.

— O que essa merda envolve? — entortei os lábios e encarei a rua na nossa frente.

Mariane não foi a pessoa que pensei em desabafar, mas quais as chances de eu contar isso para as meninas e não virar fofoca na casa? Confio nelas, mas não quero ficar sendo julgada porque transei bêbada com o chefe delas… aí Maria, você só se mete em furada.

— Essa merda envolve gemidos de prazer. — digo e ela para o carro de uma vez fazendo meu corpo ir para frente. — Endoidou Mariane? — olhei ela que me olhava de boca aberta.

— Transou com o Noah? — gritou e eu não disse nada. — Meu Deus, transou com ele! — ela começou a rir e eu suspirei já me arrependendo de ter dito isso. — Espera, o quão ruim é isso na sua cabeça?

— É muito ruim. — digo olhando a janela do carro. — Estávamos bêbados e eu não lembro de nada, só sei que transamos pois acordei e vi que estávamos nus, fora que senti um leve incômodo da minha intimidade. — olhei ela que ainda tinha sua expressão de choque. — Fala alguma coisa Mariane. — peço com súplica.

— Ao menos usaram camisinha? — disse rindo, mas quando eu não respondi ela ficou séria. — Não usaram? — cobri o rosto novamente.

— Procurei mas não achei. — suspirei. — Nem ao menos consigo me lembrar se ele gozou dentro… — Mariane negou lentamente.

— Pré-gozo também engravida Maria. — arregalei os olhos e senti meu coração disparar.

— Eu sei, mas não brinca com isso. — negou novamente.

— Tomou remédio? — assenti.

— Antes de sairmos de casa. — alisei a nuca. — Ele me chamou para conversar, e se ele tiver lembrado?

— Aí você conta. — disse simples ligando carro.

— Não, isso não deveria ter acontecido. — ela riu irônica.

— Mas aconteceu. — disse séria. — E se ele lembrar não finjam que não aconteceu, estavam bêbados, mas isso não significa que ambos não queriam aquilo. — abri minha boca para dizer algo, mas vi que fiquei sem argumento e me calei.

Nós tivemos nossos momentos, mas eu estava certa de que isso não iria acontecer, só aconteceu porque eu estava bêbada e se for preciso eu vou colocar a culpa na bebida sim!
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Um passarinho me contou que coisas vão acontecer...

Nós vemos no próximo capítulo☆

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