Capítulo 62

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Sina Deinert

Achei que nada nessa vida seria capaz de me fazer sofrer novamente, achei que nada poderia me atingir tão em cheio que fizesse meu coração queimar e meu corpo ficar tomado pela raiva. Mas ele o fez.

Poderia parecer impossível, mas parte de mim confiava nele, parte de mim gostava da forma que ele fazia "questão" de me proteger. Mas tudo isso era mentira.

Seus passos sempre estiveram à frente dos meus, ele soube exatamente me manusear e me deixar como estou hoje.

- Como assim usou? - levei a mão no rosto e me virei de costas após ouvir a fala de Mari.

- Sai daqui Mariane. - Noah disse firme e eu olhei ele.

- Ela não vai a lugar nenhum. - digo passando a mão no rosto. - Eu não quero mais saber de você Noah, não quero mais sequer olhar na merda dessa sua cara. - digo irritada.

- Vai me ouvir antes. - neguei. - Sai Mariane! - gritou com a garota.

- Pense dez vezes antes de gritar comigo, idiota. - socou o ombro dele. - Estarei por perto Maria. - vi aquela porta se fechar e ignorei pegando minhas roupas.

- O que aconteceu? Onde estava? - encarei ele incrédula.

- É sério que está me fazendo essa pergunta estúpida? - arremessei a roupa na cama irritada. - Você e a merda do seu pai não estavam juntos esse tempo todo? - gritei apontando o dedo em seu peito.

- O quê? - ri desacreditada e me virei de costas levando uma mão no cabelo.

- Fui sequestrada por ninguém mais ninguém menos que seu pai. - olhei ele novamente e notei apenas seu olhar paralisado.

- Está falando sério? - fechei os olhos com força. - Sina meu pai está no Canadá. - ri forçada.

- Não está Noah! - gritei. - Estive cara a cara com ele, e ele me contou tudo. - olhei em seus olhos. - Acreditei em você, confiei em você, achei que realmente estávamos juntos nessa, mas tudo não passou de um jogo em suas mãos.

- Não é assim...

- É exatamente assim! - gritei em meio ao choro interrompendo ele. - Você sempre soube de tudo, quando eu achava que você estava sendo enganado, sempre estava a um passo à frente, por que fez isso? - digo em meio a um soluço.

- Eu fui criado assim Maria. - neguei chorando. - Ele me criou assim.

- Você me usou. - ele fechou os olhos lentamente.

- Não sabia quem era você e meu pai ficou sabendo quando fui roubado. - cerrei meus punhos. - O plano era apenas te pegar e matar, mas quando entrou em jogo que era uma mulher e estava grávida, as coisas poderiam fugir do controle. - ele começou a andar pelo quarto.

- No dia que foi sequestrada você mencionou o nome do Henrique, poderia realmente ser uma infiltrada e isso custaria sua cabeça. - parou na janela. - Mas eu te dei um voto de confiança, acreditei que realmente não seria nada da parte dele.

- Meu pai investigou fundo sobre sua vida Sina, queria saber se você realmente fazia parte da máfia italiana. - passei a mão no rosto encarando suas costas. - Se tudo isso fosse verdade, seria uma boa usar você para invadir aquilo. - disse simples me deixando mais irritada. - Como um território grande, você melhor do que ninguém deveria se lembrar do que ocorria lá dentro, que embora o sistema tivesse mudado, não teria segredo para invadir. - se virou me olhando. - Então você me confessou quem realmente era.

- Sabia disso? - pergunto referente aos meus pais.

- Que era filha deles? - assenti. - Não. - disse enquanto negava com a cabeça. - E não fui eu quem contou ao meu pai, ele descobriu um dia depois e me informou. - respirei fundo. - Aquilo foi um choque pra mim Maria, você era a garota a qual me foi prometida, a menina que todos sempre me falavam que era inútil. - ouvir aquilo me atingiu em cheio.

- Meu pai então me disse que eu deveria te matar. - prendi minha respiração. - Que isso não poderia ter acontecido em hora melhor. - vi seu tom de voz mudar. - Eu disse que deveríamos esperar, ninguém sabia que você estava viva, a não ser Henrique. - soltou um suspiro. - Mas lá no fundo eu estava apenas querendo ganhar tempo.

- Eu sabia de tudo sim, Maria, mesmo que você não tivesse ajudado no museu, eu não seria pego, mesmo que você não tivesse desmascarado Clary, eu não seria morto. Tudo era um teste. - olhei ele horrorizada. - Mas as coisas também começaram a fugir do controle, do meu controle. - caminhou na minha direção.

- Queria entender o que se passava na sua cabeça, mas quando eu achava que estava conseguindo, você me provava ao contrário. - soltei uma risada irônica.

- Você é um merda, Urrea. - digo séria olhando em seus olhos. - Um lixo de ser humano, um babaca sem escrúpulos. - controlei minha vontade de chorar novamente. - Você entrou na minha cabeça e me fez cair no seu jogo, a troco de quê? Por uma merda de território! - gritei.

- Eu já disse que não importava com aquilo, que tudo o que eu amava se foi e eu fiquei sozinha. - senti minha voz vacilar. - Mas você me achou, me trouxe para sua casa, me convidou para fazer parte de toda essa palhaçada, e eu idiota aceitei. - neguei lentamente.

- Sabe o que é pior nisso tudo? - contrai meus lábios e respirei fundo. - Eu realmente estava prestes a fazer uma burrada. - passei a mão no rosto assim que uma lágrima caiu. - Eu estava me sentindo em casa Jacob, achei que tudo estava indo bem demais e eu finalmente iria seguir com a minha vida sem me preocupar com o passado, mas você estragou tudo. - digo com desprezo.

- Achei que já havia me machucado antes, mas ninguém nunca me deixou tão ferida como você. - fechei os olhos. - Perdi meus pais por traição e você me alimentou dizendo que eu deveria ir atrás do que era meu. - encarei ele. - Você me fez acreditar que eu poderia fazer isso, me fez acreditar que você estaria ali para me ajudar no que fosse preciso, pra quê? Pra no final você simplesmente me matar e ficar com tudo! - Noah negou se aproximando e eu abracei meu corpo me afastando dando passos para trás.

- As coisas fugiram do meu controle Maria, eu não ia te matar. - neguei. - Acredita em mim. - olhou em meus olhos.

- Acreditar em você? - ri forçada. - Você e seu pai são iguais Noah, você é tão sujo quanto ele, até mais se duvidar. - ele suspirou fechando os olhos rapidamente.

- Quer realmente saber a verdade, Maria? - disse sério me olhando. - A verdade é que pai tinha razão esse tempo todo. - meu coração deu um aperto.

- Tinha razão no que Jacob - pergunto irritada. - Por eu ser uma mimada? Que eu sou uma desgraçada? Uma pirralha? Ou melhor, uma incompetente? - Noah se aproximou ficando a centímetros de mim e me olhou nos olhos.

- Que se eu te conhecesse me apaixonaria por você.
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Quero só dizer uma coisa,só tem pau no cu no meio da história.

Nós vemos no próximo capítulo☆

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