Capítulo 57

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Sina Deinert

Devemos ter ficado cerca de 10 minutos jogados no chão do banheiro. Enquanto eu simplesmente colocava meu choro pra fora, Noah seguia tentando me acalmar.

Acho que ele havia se cansado disso, visto que me ajudou a levantar com certa dificuldade. Foi o tempo de enxaguar minha boca que ele me levou até o quarto me deixando na cama.

Agora eu estava aqui, encarando o chão e ele sentado ao meu lado em completo silêncio.

— Como eu acordei vestido? — então aquele vasto silêncio se quebra.

Olhei o moreno e entortei os lábios ainda nervosa.

Essa situação ainda estava muito estranha, estou esperando um filho dele e ainda tentando entender como ele sempre soube de tudo e eu não suspeitei.

— Coloquei em você. — digo olhando ele. — Aliás, não foi fácil, você pesa. — soltei um riso baixo.

— Você realmente não queria isso. — disse soltando um suspiro.

Como dizer que queria, mas não podia?

Não acho errado me relacionar com ele, só não gosto do modo como ele age fazendo tudo parecer um jogo. Certo, eu brinco também, mas faço isso como um escudo de defesa. Se ele brinca, é sinal que não sente nada, então se eu brinco, é sinal que também não sinto nada.

— Noah. — chamo sua atenção e ele me olha. — O que vai acontecer agora?

— Não posso colocar a vida de vocês em risco. — mordi o lábio inferior. — Teremos que esperar um ano para ter aquilo. — fechei os olhos.

— Não digo disso. — alisei minha testa. — Seus pais Noah? — encarei ele e por um momento pensei ver seu corpo tenso.

Noah ficou em silêncio, me olhou durante todo o tempo e eu quase tive que refazer a pergunta…

— Deixa isso, ok? — franzi o cenho confusa.

— Noah, é um filho. — se levantou e virou as costas andando pelo quarto.

— Sei disso, mas... não é o melhor momento. — levei a mão na minha barriga após ela roncar.

— Como quiser. — me levantei e ele correu na minha frente.

— Onde vai? — olhei ele confusa.

— Sair do quarto para comer? — ele passou a mão no cabelo e eu cruzei os braços. — Está assustado porque vai ser pai, não é?

— Minha ficha não caiu. — tombou a cabeça para trás. — É uma criança, que vai crescer aí dentro. — apontou para minha barriga e eu ri fraco.

— Nove meses. — alisei meu ventre. — Agora oito. — olhei ele.

— Não foi ao médico? — neguei. — Por quê?

— Não sei. — encolhi os ombros. — Achei que quando você descobrisse, iria querer ver o ultrassom.

— Teremos que nos mudar. — arregalei os olhos.

— Oi? — digo completamente confusa. — Desculpa Noah, sei que transamos bêbados, estou grávida de um filho seu, mas isso não muda nossa situação.

— O que quer dizer?

— Que não acho certo iniciarmos uma relação por conta de um filho. — arqueou uma sobrancelha. — Venhamos e convenhamos Noah, a gente não dá certo junto.

— Porque você é complicada. — abri a boca.

— Você que é complicado! — soquei seu peito sem força. — Seus problemas são resolvidos de uma única forma, com grosseria! Quando queria descontava em mim. — cruzei os braços irritada. — Me desculpa, mas não nasci para estar em um lugar onde o cara se acha um alfa supremo e a mulher é obrigada a aguentar tudo calada como… — Noah não me deixou terminar, apenas me puxou pela cintura e selou nossos lábios.

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