Capítulo 13

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Sina Deinert

"O-o senhor m-matou ele?Pergunto estática com o cara caído em minha frente."

"Ele mereceu.Me olhou.Estava passando informações para outra pessoa.Se aproximou."

"Mas...Ele entregou a arma na minha mão."

"Você terá que matar aquele outro.Pegou no meu ombro e me fez girar."

Na minha frente estava mais um,amarrado em uma cadeira,pelas marcas em seu rosto foi torturado antes.

Meu pai levantou minha mão lentamente me fazendo mirar nele.

"Terá que aceitar o seu destino Maria.Sussurrou próximo ao meu ouvido e senti meu coração disparar..."

Uma batida na porta me tirou dos pensamentos. Eu já havia tomado café, já havia feito meus treinos na academia com Savannah, e agora, agora eu estava prestes a ir para uma sala de tiro.

Me levantei calmamente e abri a porta vendo Josh.

Fiquei sabendo que Noah viajou ontem de noite e volta hoje a noite também, só sei porque me pediram ajuda para desbloquear o dispositivo de comunicação deles, ao que parece sofreram uma invasão no sistema e os outros não estavam em casa.

— Me pediram para te chamar, você já deveria ter descido. — fechei minha mão sentindo minhas unhas em contato com minha pele.

— Estou indo. — digo tão baixo que acho que ele não ouviu.

Saí do quarto fechando a porta e segui até o local onde ocorrem os treinos de tiro.

Antes mesmo de tocar aquela maçaneta para adentrar na sala, senti meu coração disparar ao ouvir os sons de disparo e fiquei imovel com o braço esticado.

Balancei a cabeça para espantar as imagens daquele dia e respirei fundo.

Girei a maçaneta de uma vez e entrei na sala.

O barulho dos tiros estava alto e eu lentamente passei por trás de todos.

— Aí está você. — vejo Sofya se aproximar com um sorriso no rosto. — Achei que não viria. — forcei um sorriso.

Andamos para o fundo da sala e lá estava Mel também, acenei rapidamente e ela deu de ombros, pois é, outra que não vai com minha cara.

A verdade é que fiquei sabendo que Noah parou os melhores para me auxiliar, o que conclui que nenhum deles é mandado para nenhuma "missão" e são obrigados a me treinar, do que fiquei sabendo isso deixa eles irritados visto que odeiam ficar parados.

— Bom, do que sabemos de você, cresceu dentro de um ciclo de crime. — Sofya dizia ao meu lado enquanto eu via todos acertando os tiros com perfeição.

— Isso. — cruzei os braços sentindo um arrepio pelo meu corpo.

— Então você já pegou em uma arma. — disse brincalhona e eu ri fraco. Assenti e ela me colocou em uma cabine.

Olhei na minha frente as cinco pistolas que estavam expostas.

— Sabe diferenciar não é? — assenti. — O que são elas? — se inclinou para olhar meu rosto.

— Pistolas? — ela riu. — Todas são nove milímetros e semiautomáticas. — ela sorriu em forma de confirmação.

— Vai, é só atirar como se seu inimigo estivesse na sua frente. — dei risada. — O que foi? — neguei lentamente.

— Não me leve a mal, mas é que com esse rosto de bebê é quase impossível te imaginar fazendo isso. — até a voz dela é fofa cara.

— Pois é. — disse rodando uma pistola na mão. — Meu rosto é de bebê mesmo, mas acredite, não vai querer me ver irritada. — sem olhar ela apenas apontou no alvo e disparou.

Me assustei, mas quando olhei vi que tinha acertado exatamente a cabeça. Abri a boca e ela apenas piscou pra mim voltando abrir um sorriso.

Soltei um suspiro e me coloquei de frente, peguei uma hs2000 e fiquei olhando ela.

Sofya me deu as proteções e coloquei tudo com calma.

Respirei fundo e ouvindo os tiros ao meu lado, via que me tornava cada vez mais incapaz.

— Sina? — tirei os protetores de ouvido e olhei para Sofya.

— Olha, a gente não tem o dia todo. — Mel se virou já estressada.

— É mesmo? — cruzei os braços. — Porque até onde eu sei, Noah retirou todos os seus trabalhos. — sorri de canto.

— É, mas isso não significa que não tenho vida. — dei de ombros.

— Azar o seu, obedece seu chefe, se não já viu. — pisquei e ela fechou a cara.

Sem nem pensar, a garota pegou meu braço e me girou colocando seu braço no meu pescoço.

— Você se acha muito comediante não é? — sorri mesmo sentindo ela pressionar meu pescoço. — Mas deixa eu te avisar algo, eu não tenho dó nenhuma se você é uma garota que está perdida no mundo, me estressa que eu meto uma bala bem na sua cabeça.

— Ah Mel, sejamos francas? — digo debochada. — Nem que você quisesse muito iria fazer isso. — escuto sua risada.

— Já matei muita gente, uma a mais, um a menos, que diferença iria fazer. — ela apontou a arma na minha cabeça e a ouvi engatilhar. — Quais são suas últimas palavras?

— Mel, para, isso não é assunto seu. — disse Sofya. — Noah iria ficar irritado vendo você passar por cima dele e matando alguém. — Mel ficou em silêncio e logo me soltou deixando o local.

— Vai tarde! — gritei e ela se virou apontando a arma. Me abaixei no mesmo instante e ela disparou bem na parede atrás de mim. — Errou! — sorri e ela mostrou o dedo deixando o local.

— Para de brincar com a morte. — dei risada e Sofya me bateu de leve. — Vai, vamos com isso. — me entregou uma pistola.

Voltei a colocar a proteção e olhei aquele alvo…

"Atira Maria,não tenha piedade porque ele não pensará duas vezes em fazer isso com você.Suas mãos ainda seguravam as minhas me deixando com a arma mirada no cara."

"Eu acho que não consigo.Digo com vontade de chorar."

"Aprenda a vencer seus medos,se agir com o coração levará uma bala nele muito antes do que pensa.Engoli seco.Não pense Maria,apenas faça!"

Levei minha mão em cima da pistola e puxei para engatilhar,mexi meus três dedos de baixo e o indicador estava quase puxando o gatilho por completo.

O som sai preenchendo o local e acertando em cheio a cabeça do cara que caiu para o lado.

"Muito bem,minha filha.Me agitou de leve e tirou a arma da minha mão."

Minha respiração estava ficando cada vez mais pesada e o ar no local parecia faltar.

— Sina? — Sofya toca em meu ombro e eu olho ela.

Encarei a arma na minha mão e devolvi sobre a pequena bancada.

— Me desculpa. — tirei a proteção do ouvido e sai correndo do lugar.

Cruzei aquela casa o mais rápido que podia e subi as escadas correndo. Abri a porta do quarto e entrei trancando ela no mesmo instante.

Comecei a puxar o ar rapidamente e deslizei ali indo de encontro ao chão.

Não dá, não consigo, não posso… minha família errou na decisão!
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Nós vemos no próximo capítulo☆

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