Capítulo 52

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Sina Deinert

Quebra de tempo...

Algumas semanas se passaram, devo dizer que minha vida não poderia ter melhorado tanto. A começar com a segunda casa.

Dado aos crimes frequentes que Arthur andou acompanhando, hoje já temos uma boa quantia guardada. Óbvio que eu dou meus jeitos, mas não faço nada grande, parei de roubar gente de máfia, vai que me descobrem antes da hora.

Nesse meio tempo a bomba também explodiu de uma vez nos ouvidos de Henrique, o bonito descobriu que Noah está me ajudando. Como isso chegou até ele? Eu ainda não sei, só descobri porque Lorenzo conseguiu me avisar e novamente me pediu para tomar cuidado.

Outra coisa que andou acontecendo, Mari e eu viramos melhores amigas, não há nada que aconteça no dia que não vire fofoca no fim dele, chega a ser engraçado. Arthur ainda andou dizendo que nós duas juntas não prestamos, somos quase uma bomba relógio.

Fora isso, passamos as duas últimas semanas conversando somente sobre a Itália e como passar despercebido, porque o fato de Henri descobrir sobre Noah complica um pouco as coisas.

Eu também tenho passado mais tempo na mansão 2, do que na 1, primeiro que eu auxiliava e monitorava os crimes, Arthur colocou na minha cabeça que eu tenho que parar de ser ''irresponsável" e ficar o quanto der escondida, então eu não ia nas missões. Também conseguimos um carregamento de armas que chegaram ontem de noite. Nisso eu tive que ir pois o cara queria me ver, ainda riu da minha cara por ser mulher… Só dei uma nele que caiu desmaiado no chão. Idiota!

Se tudo der certo, semana que vem colocamos tudo o que estudamos em prática, mas o que Mari me disse ainda fica martelando na minha cabeça. Tudo está indo bem demais para não dar merda no meio…

Tem outra coisa que está rolando, e isso não deveria estar acontecendo, mas está me incomodando.

Noah andou essas últimas semanas totalmente distante. Foi isso que eu pedi, mas não sabia que ia me fazer essa falta.

A gente se vê, afinal estamos na mesma casa, mas parece que ele faz questão de estar em todas as missões totalmente presente. Nos dias de reuniões ele é totalmente sério, assim como sempre foi, mas nenhum tipo de contato visual é feito comigo, zero, nem quando me pergunta algo.

As provocações acabaram, as conversas acabaram, suas piras de raiva… ele realmente escutou o que eu disse, parou de se aproximar de mim.

Como eu disse uma vez, odeio me sentir atingida com certas coisas, mas eu realmente esperava que isso fosse funcionar. Seguir com a minha vida nunca foi tão difícil como está sendo agora, e parece que todo mundo faz questão de notar isso.

Essa última semana não teve reunião com ele, o que resultou que eu tive mais tempo livre lá na outra casa, mas parece que tudo o que acontecia eu via o rosto desse bendito, essa semana parece que a saudade dele resolveu vir mais forte. Estou me sentindo carente sem motivo nenhum.

Arthur como sempre veio conversar comigo, me disse que eu preciso aprender a separar as coisas. Eu nem comentei nada com ele, mas aquele ali parece que lê meus pensamentos. Mas também, a cada três vezes que eu chamava ele, cinco saia o nome do Noah da minha boca, estava complicado…

Eu só tenho que segurar isso mais um pouco, menos de dois meses e eu posso retornar à Itália. Embora tenha a aliança, sei que tudo se tratará apenas de juntar forças, não preciso ver ele todo o santo dia.

Hoje era domingo, não vi ninguém o dia todo e deixei todos na casa 2 com o Mike supervisionando. Estou no centro de treino, socando um saco de boxe sem luvas por simplesmente raiva. Do quê? Eu não sei, mas eu sabia que se não viesse socar isso, iria chorar e acabar quebrando algo sem necessidade.

Escutei a porta abrir e parei por uns segundos de socar aquilo. Ofegante, eu apenas vi o moreno entrando no local já sem camisa e engoli seco. Seu olhar veio de encontro ao meu e eu senti meu estômago embrulhar a medida que meu corpo arrepiava.

Desviei o olhar encarando o saco e voltei a socar aquilo ignorando sua existência.

Uma parte de mim queria ir ali e falar com ele, outra, queria apenas sair desse local e correr o mais longe que conseguisse.

Era estranha toda essa situação, era como se eu estivesse no ensino médio e me apaixonasse pelo menino mais gatinho da sala. Bem, eu nunca estive no ensino médio, aprendi tudo em casa com aulas particulares, mas nos filmes que eu via, era essa sensação que as meninas passavam.

Droga, que falta que o beijo desse cara me faz.

Eu escutei ele socando um outro saco mais a frente, porém parei o que estava fazendo no momento que vi tudo escurecer de uma vez.

Foi coisa de segundos, apenas caí no chão e escutei a voz de Noah em um grito.

Tudo estava girando e meu estômago queria jogar tudo para fora…

— Ei, ei. — suas mãos geladas tocaram meu rosto me obrigando a olhar ele. — Maria? — estalou os dedos na minha frente e eu pisquei algumas vezes para ver se tudo parava de girar.

— Oi. — foi tudo o que saiu da minha boca.

Queria vomitar, mas isso não poderia acontecer, não aqui.

— Ficou tonta? — assenti sentindo suas mãos em meu rosto.

Eu ainda não o enxergava direito, mas sua voz saia preocupada e isso eu conseguia notar.

— Não tomou café de novo e veio treinar? — não consegui responder, a sensação de enjoo voltou a tomar conta de mim e eu tentei me colocar de pé. — Calma. — suas mãos me pegaram com firmeza.

— Estou bem. — digo calma me soltando dele. — Vou tomar um banho e ir comer algo, não se preocupe. — juntei o resto das minhas forças e saí do lugar.

Eu me alimentei, comi até mais do que deveria, mas isso não está acontecendo desde hoje, e juro que estou ficando cada vez mais preocupada.

Subi aquelas escadas com a mão na boca e corri até o quarto. Tranquei a porta e corri até o banheiro.

Abri a tampa do vaso e de uma vez despejei todo o café da manhã ali.

A sensação era totalmente horrível, minha garganta chegava a queimar com o líquido que saia após não ter mais alimento em meu estômago.

Uma semana, foi exatamente quando isso começou. Até então isso não aconteceu nessa casa, todas as vezes que me senti mal foi na casa 2, mas os sintomas não mudaram.

Tonturas, enjôos, desejos, tudo estava se acumulando e o que eu temia realmente pode ter acontecido. Minha menstruação já deveria ter vindo, meus seios parecem mais sensíveis e eu já ganhei um peso, o que realmente é difícil de acontecer, só está acontecendo porque eu estou com uma fome quase que insaciável...

Já não tinha mais o que eu colocar pra fora,me joguei no chão fechando os olhos e respirei com um pouco de dificuldade.

Isso não pode estar acontecendo!
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Segundo meu médico:É normal...

Nós vemos no próximo capítulo☆

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