Capítulo 26

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Sina Deinert

Duas batidas na porta e eu me encolhi na cama. Ouvi ela abrir e passei a mão no rosto.

— Maria? — escutei a voz de Noah e fiquei em silêncio.

Lá fora já era noite novamente, desde que conversei com ele não sai mais do quarto, tudo isso porque os momentos felizes com meus pais decidiram invadir minha cabeça.

— Sei que não está dormindo. — ouvi a porta fechar e ele se aproximar. — Precisa comer.

— Não tenho fome. — sussurro e sinto a cama afundar dando sinal de que ele se sentou.

— Que pena. — ouvi o barulho de um saco e arregalei os olhos. — Me disseram que essa batata com sabor de bacon é ótima. — como se fosse no automático me levantei e olhei ele.

Noah tinha em mãos um saco de batata chips e uma lata de refrigerante que não era zero.

— O que está fazendo? — pergunto com a voz ainda fraca.

— Te obrigando a comer algo. — me estendeu o saco e eu mordi o lábio inferior. — Não quer? Tudo bem? — ele se levantou.

— Não. — agarrei seu braço e peguei o pacote. — Obrigada. — forcei um sorriso.

— Aquilo que falou no escritório. — mordi uma batata e olhei ele. — Não pode e não vai acontecer. — neguei lentamente.

— Falei da boca pra fora. — ele assentiu. — Mas acho uma boa comunicar todos de quem sou, menos a Clary. — ele arqueou uma sobrancelha.

— Por que ela não? — peguei a latinha da sua mão.

— Aquela mulher não é confiável. — Noah deu risada.

— Ela só se preocupa se o cabelo está arrumado e a maquiagem bem feita. — dei um gole no refri.

— São as piores. — negou lentamente. — Acredite em mim, ela não presta.

— E acredite em mim, ela não faz mal a uma mosca. — piscou deixando o quarto.

Joguei um travesseiro na porta assim que se fechou. Idiota, vai quebrar a cara.

...

— Você parece com ciúmes. — encarei Any horrorizada com tal ofensa.

— Ciúmes? Do Noah? Aquele maluco? — as meninas riram. — Não me ofenda desse jeito. — girei na cadeira.

Já era outro dia, Noah me chamou mais cedo em seu escritório eu perguntou se eu queria mesmo informar todos de quem sou. Eu confirmei, mas me neguei a deixar Clary saber, não me importa quem seja, não confio nela.

Nesse meio tempo estava na sala de reunião com Any, Sabina, Nour, Mel e Diarra, estava falando para elas que não fui mesmo com a cara de Clary. Diarra disse que eu não deveria me preocupar, é só até o casamento e depois não ia mais ver ela, só que aí que tá, dois meses é muita coisa. Sim, nessa roda de fofoca descobri que os dois estão com planos para se casar daqui dois meses.

Eu realmente não me conformo com isso, sei lá, arma uma guerra com a Argentina, consegue uma aliança, pra que casar?

Meu Deus, eu estou mesmo com ciúmes?

A porta da sala voltou a se abrir e por ela passou o restante. Eu aproveitei o meu abuso e me sentei na cadeira de Noah, o que parece não ter agradado ele.

O moreno veio ao meu lado e puxou outra cadeira ficando em silêncio.

— Abusada. — disse baixo e eu ri.

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