Capítulo 66

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Sina Deinert

— Você enlouqueceu? — perguntei vendo Mariane com uma frigideira na mão.

— Achei que era um inimigo. — ela largou a frigideira no chão e olhou o corpo desmaiado de Noah com desdém. — E é inimigo mesmo, esse periquito que não tem uma metade de cérebro mereceu. — neguei desacreditada.

— Não foi você que me pediu para ir conversar com ele? — pergunto incrédula.

— Sim. — deu de ombros. — Mas nada me impede de descontar a raiva que estava dele. — bati a mão na testa.

Não acredito que essa louca fez isso.

— A gente precisa tirar ele daqui. — me agachei.

— Não faz isso, você não pode pegar peso. — bufei sem paciência. Era só o que me faltava.

— Mari, eu... — levantei meu olhar e vi Arthur que estava com uma cara assustada.

Mari me olhou e no mesmo instante abrimos um sorriso.

— Arthur sem perguntas, pega ele e o leve para o quarto. — digo apontando para o corpo de Noah.

Ele demorou um pouco, mas acho que realmente desistiu de fazer alguma pergunta e pegou o corpo de Noah.

— Você não é o fortão? — Mari provocou.

— Vocês duas são impossíveis. — rimos subindo às escadas.

Viramos o corredor e eu abri a porta do quarto dele. Arthur levou ele até a cama e o ajeitou.

— O que vocês fizeram? Deram boa noite Cinderela? — ele nos olhou e não demorou até a gente rir novamente.

Isso não deveria estar sendo engraçado, mas só de lembrar da Mari segurando uma frigideira me dá vontade de rir.

— Mari te explica, agora saiam. — peguei no braço dos dois.

— Espera. — Mari entrou na minha frente. — Vai conversar com ele? — olhou em meus olhos.

— Eu te explico tudo mais tarde. — me olhou com os olhos semicerrados. — Sim Mari, vou conversar com ele, agora saiam.

— Por que eu nunca sei de nada? — Arthur resmungou e Mari riu alto.

— Aliás, vão no shopping e me comprem um celular novo. — pisquei fechando a porta.

Me virei olhando aquela cama e soltei um suspiro pesado.

Me aproximei me sentando do seu lado e apenas fiquei olhando seu rosto.

...

Na boa, quanto tempo demora para uma pessoa acordar? Já se passaram 10 minutos e nada.

Comecei a ouvir um toque abafado de celular e olhei em volta. Meu olhar parou sobre a calça dele e eu mordi o lábio inferior pensando se deveria mesmo fazer isso…

Liguei o foda-se e enfiei a mão no bolso pegando o celular. No visor apareceu "mãe" e eu pensei 10 vezes antes de fazer isso.

Deslizei o dedo atendendo a ligação e me levantei da cama.

Filho seu pai me ligou. — prendi a respiração. — Noah? — sua voz soou confusa.

— Olá, senhora Urrea. — digo calma cruzando apenas um braço.

Quem está falando?Cadê meu filho? — notei seu desespero e andei pelo local.

— Sou a Sina. — um silêncio pairou do outro lado e eu olhei a tela para ver se a ligação havia caído. — Alo? — voltei com o celular para o ouvido.

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