Capítulo 60

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Sina Deinert

Eu estava irritada, sei que não posso ficar nervosa, independente das baboseiras que esse cara me fala, mas algo dentro de mim me dizia que ele jamais puxaria esse gatilho.

Queria apenas entender, por que me sequestrar? Por que me dizer para me afastar do Noah, assim do nada?

Parte de mim não queria acreditar em nada do que ele disse, eu simplesmente não queria aceitar que Noah estava me usando esse tempo todo. Mas tudo bate, tudo simplesmente se encaixa perfeitamente.

— O que você quer afinal? — pergunto novamente mantendo minha postura firme.

— Já disse. — seguiu com a arma apontada. — Sei que a primeira coisa que vai fazer quando sair daqui é contar para o Noah quem te sequestrou, mas vou te deixar avisado Deinert. — se aproximou encostando a arma na minha testa. — Se isso chegar aos ouvidos de Noah, eu mato você.

— Então é melhor não me deixar sair daqui. — sorri provocativa. — Se é verdade o que diz, que mal tem o Urrea confessar tudo? — ele abriu um sorriso, um sorriso que fez meu corpo inteiro arrepiar.

— Você tem que ser muito burra mesmo. — abaixou a arma. — Você alguma vez se perguntou como Henrique chegou até você, naquele dia no bar? — meu corpo ficou totalmente estático e eu completamente sem reação. — Nunca chegou a se perguntar, como raios o Noah sabia que iam chegar atirando?

Isso não pode está acontecendo, me diz que o despertador vai tocar e eu vou acordar.

Tem uma sensação horrível crescendo dentro de mim, queria gritar, chorar, sair correndo, mas acima de tudo, queria matar o Noah por tudo isso.

Sabia que isso era um erro, sabia que jamais deveria me deixar levar. Estava me apaixonando por uma mentira, alguém que só queria me passar a perna, Urrea é tão sujo quanto seu pai.

— Essa criança não estava nos planos, mas já que Noah cometeu essa burrada. — voltei a olhar ele. — Será cuidado por mim e por minha esposa assim que nascer. — arregalei meus olhos e voltei a me debater.

— Está louco se pensa que vou deixar você chegar perto do meu filho. — se aproximou e segurou meu rosto com força.

— Escuta garota, é melhor não bancar a durona. — fiquei encarando ele. — Meu neto virá comigo, e se pensar em fugir, assim que ele nascer eu mesmo acabo com a sua vida. — cuspi em sua cara o vi fechar os olhos.

— Vai se fuder seu velho nojento! — um forte tapa atingiu meu rosto e eu fui de encontro ao chão caindo de lado.

Levei a mão até minha bochecha e movimentei meu maxilar sentindo ele doer.

— Desgraçada, só não espanco você pelo filho que carrega. — cerrei meus punhos. — Está avisada Maria, de uma forma ou de outra esse bebê ficará comigo e a Itália com meu filho. — seus passos se distanciaram e eu respirei fundo segurando minha vontade de chorar.

O que diabos vou fazer? Posso demonstrar firmeza, mas sei que esse cara é capaz de tudo. Um herdeiro não só deles, mas também da Itália…

Ouvi barulhos de pneus e levantei meu olhar. O local estava aberto e eu só via a grande poeira de areia que subiu após os carros saírem.

Me levantei e caminhei até a porta do local.

— Onde diabos eu estou? — caminhei até a rua vendo os carros cada vez mais distantes.

Velho desgraçado, vai mesmo me deixar pra morrer?

Levei as duas mãos na cabeça e comecei a girar tentando me localizar. Como vou embora?

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