Sina Deinert
Seis dias… são seis dias que estamos sustentando uma mentira que se torna cada vez mais impossível.
Eu já conversei com a Mari, e decidi que iria fazer isso amanhã, no caso contar a Noah que estou grávida, porque realmente não consigo mais segurar tudo isso sozinha.
Mari está sendo uma amiga incrível durante esse tempo, tem até dormido comigo de madrugada com medo de algo acontecer, porém, o único que acontece é eu me levantar no meio da noite com os enjoos batendo. Ainda essa semana tenho que iniciar o pré natal, coisa que já deveria ter acontecido há uma semana atrás.
Eu quase fui sozinha, na verdade com Mari e Arthur, mas algo dentro de mim me dizia que o Noah deveria ir junto, olhar o ultrassom e tudo, por isso não fui.
Nesse momento estamos na sala de reunião, Noah havia dito que essa semana estaremos iniciando tudo, também foi por isso que eu criei coragem para contar. Eu realmente não posso colocar minha cara a tapa, não agora.
Estava tudo tranquilo, Noah estava na frente conversando com todos e ao meu lado estava Mari, Arthur e Mike, os três serão os principais comigo durante todo o processo — que no caso será adiado ainda.
Faltava pouco para a reunião acabar, Noah teria um compromisso daqui uma hora e não voltaria hoje, esse foi o motivo pelo qual eu deixei para contar amanhã. Imagina soltar a bomba e ele ter que sair? Nem eu ia aguentar.
Mas foi aí que a merda aconteceu de vez. Meu estômago começou a embrulhar e eu me mexi na cadeira atraindo alguns olhares. Noah não parou de falar, e quando olhei a hora vi que não daria para segurar.
Então o vômito subiu e eu levei a mão na boca enchendo as bochechas de ar. Fiz ele descer novamente e por uns segundos fiquei aliviada, até que ele voltou duas vezes pior.
Não consegui dizer nada, apenas afastei a cadeira e sai correndo no meio da reunião.
— Sina! — escutei o grito de Mari mas ignorei.
Subi aquelas escadas correndo e adentrei o quarto. Bati a porta com força e corri até o banheiro.
Abri a tampa do vaso de uma vez, despejando todo o meu café da manhã e almoço.
Abracei o vaso e fiquei com a cabeça enfiada ali sentindo novamente o meu estômago queimar.
Isso até então não havia acontecido na frente de ninguém, até porque não tivemos reunião e eu consegui me isolar um pouco na casa 2. Era lá que Mari cuidava de mim e eu vomitava sem me preocupar com quem iria ouvir.
Escutei a porta do meu quarto abrir e fechar. Passos se aproximaram e eu logo senti Mari segurando meu cabelo.
Quando meu vômito resolveu cessar, apenas fechei os olhos e soltei um longo suspiro.
Como vou explicar isso para eles agora?
— Obrigada Mari. — digo em sussurro.
— Quando ia me contar?
Então meu corpo travou de uma vez, minha respiração falhou e eu nem ao menos consegui virar minha cabeça.
Eu queria acordar e ver que tudo isso não passou de um sonho, que quem acabou de segurar meu cabelo enquanto eu vomitava não era Noah.
Sua pergunta se refez na minha cabeça, era como se um eco fosse e voltasse infinitas vezes…
O barulho da descarga me despertou me fazendo piscar. Me joguei para trás caindo sentada no chão e no meu campo de visão apareceu Noah fechando a tampa.
Estava sem reação, queria falar, mas algo dentro de mim me prendia.
Então ele se agachou na minha frente, encarou meus olhos e eu sentia meu corpo cada vez mais tenso.
Antes eu tinha medo de contar, agora me sinto apavorada…
— Maria. — ele suspirou chamando minha atenção. — Fala comigo.
— E-eu… — balancei a cabeça negando tentando buscar alguma forma de explicar toda essa palhaçada, mas a verdade é que não tinha…
— Eu sei que está grávida, e sei que esse filho é meu. — arregalei meus olhos. — Eu só quero saber, por que me escondeu? Porque mentiu para a casa toda e ainda envolveu a Mariane?
— C-como soube? — consegui por fim perguntar algo.
— Você só come batata quando vai conversar a sós e está nervosa, se naquele dia estava nervosa, algo aconteceu. Deixei pra lá, até porque eu realmente havia acordado de cueca. — mordi o lábio inferior. — Mas você começou a ficar estranha, a começar por suas refeições de madrugada. No dia que desmaiou no centro de treino, me disse que não tinha tomado café, mas você mentiu, porque eu olhei as câmeras e vi que você havia se alimentado muito bem. — fechei os olhos.
— Pode me chamar de louco, mas notei seus seios maiores, isso no dia em que você derrubou o prato. — está explicado porque me olhou tanto. — Depois disso, subiu correndo para o quarto. Mari havia usado o carro da casa, e quando olhei a rota ela havia ido para uma farmácia. Isso eu deixei de lado, até porque poderia ter acontecido algo, mas aí veio a notícia do teste. — olhei ele apertando meu dedos.
— Quando Mari revelou que foi ela, fiquei em estado de choque, mas depois me veio a ideia de que ela estaria te protegendo. — suspirou. — Vocês foram para o meu escritório, e assim que saíram eu olhei as câmeras. Não teve abraço dos dois, não teve choro e não teve grito, teve apenas você alisando seu ventre, foi quando minha ficha realmente havia caído.
— Por que não disse nada? — pergunto baixo, tão baixo que pensei que ele não havia escutado.
— Porque se você não me contou, alguma coisa estava acontecendo. — fechei os olhos com força segurando minha vontade de chorar. — Você disse que transar comigo seria um erro, mas isso aconteceu, e ainda pior, ninguém se preveniu pois estávamos bêbados. Eu teria todos os motivos do mundo para estar bravo com você, mas esperei pacientemente para você vir e me contar, só que isso foi a gota d'água.
— Me desculpa. — digo com a voz embargada. — Mas eu não esperava engravidar Noah, transar foi um erro sim, não queria que isso acontecesse, e vai por mim, se eu estivesse sóbria jamais aconteceria.
— Não ligo de você colocar a culpa na bebida, mas não acha que eu deveria ter sido avisado? — neguei.
— Você nem ao menos lembrava, porque eu iria tocar nisso? — Noah bufou bagunçando os cabelos.
— É sexo Maria' bêbados ou não, tivemos uma relação. — passei a mão no rosto. — Por quanto tempo ia me esconder?
— Ia te contar amanhã. — funguei passando a mão no nariz. — Você ia viajar hoje, não queria apenas contar e você ir. Mari me cobriu, mas eu não esperava aquilo. — Noah fechou os olhos e tombou a cabeça para trás.
— E me escondeu por quê?
— Fiquei com medo. — apertei meus dedos. — Não sei Noah, quando aquele teste sinalizou como positivo fiquei desesperada. — encolhi os ombros voltando a chorar. — Eu mal conseguia cuidar de mim, agora tenho que me preocupar em dobro. — cobri o rosto e novamente me pus a chorar.
Ao menos com isso me sinto mais leve, como se eu realmente tivesse tirado um peso enorme das costas.
Planejei o que dizer a ele, contar com calma, em um momento apenas bom, mas agradeço por isso ter acontecido. Ele já sabia, sabia de tudo e eu escondi por medo dele dizer algo...
O único som no banheiro era do meu choro alto, até que senti seus braços em volta de mim.
Sua mão levou minha cabeça até seu pescoço me forçando a ficar ali, seus dedos mexiam me fazendo um leve cafuné e eu poderia jurar que a qualquer momento iria acordar e ver que tudo isso não passou de um sonho.
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Vocês esperavam ela contar ou já estavam cientes que ele já sabia?Nós vemos no próximo capítulo☆
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The Máfia•Noart•
Action𝑵𝒐𝒂𝒓𝒕 𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒕𝒊𝒐𝒏|Ela é uma garota inteligente,mas chegar a esse efeito não foi nem um pouco fácil. 20 anos e vivendo totalmente isolada no subúrbio de LA,viver sem o luxo é uma escolha sua,visto que a mesma se diverte roubando pessoa...