Sina Deinert
Eu via tudo girar, mas eu sabia que no momento que meu corpo atingisse o chão, todos iriam descobrir.
Então, uma a uma foi negando, minhas mãos estavam tremendo e eu cruzei meus braços para que isso não fosse notado.
Eu sentia apenas um olhar queimando sobre mim, o único que eu não queria no momento e eu me neguei a olhar de volta. Eu só queria manter meus batimentos controlados e minha respiração regulada, mas isso estava se tornando um desafio cada vez maior.
Até que chegou em mim…
— Sina? — encarei Bay que segurava o teste e me olhava.
Por um momento eu pensei em jogar a bomba de uma vez, deixar todos cientes de que havia uma grávida na casa, porém a voz de Mariane saiu primeiro que a minha. — Sou eu!
Tudo havia ficado em câmera lenta e eu a vi caminhando até Bay para pegar o teste de sua mão.
Minha boca abriu e parecia realmente um choque eu descobrir que ela estava grávida.
— V-você? — minha voz saiu com um ato totalmente surpreso, e isso nem era encenação.
Poderia imaginar tudo, menos que ela me cobriria nessa mentira desse jeito.
— Como achou isso? — perguntou despreocupada e meu olhar caiu sobre Arthur que estava branco com tal informação.
— Parece que você foi jogar fora e o teste caiu no caminho. — ela pegou o teste.
— Eu ia fazer um de sangue para ter certeza, mas já que a bomba explodiu antes. — sorriu se virando. — Temos uma mamãe na casa. — levou a mão em seu ventre e minha vontade era de pegar ela e bater até não lembrar do seu nome.
— Parabéns. — Heyoon foi a primeira que caminhou até ela para dar um abraço.
Deus, esse abraço era pra estar sendo em mim. O que você fez Mariane? Aumentou ainda mais a merda mulher…
Ao menos o fato de ter uma mãe na casa não é mentira, só que eu preciso acertar essas coisas o quanto antes.
— Os dois. — digo chamando a atenção de todos ali, porém apontei somente para Arthur e Mari. — Venham comigo. — caminhei até as escadas.
Virei o corredor e abri a porta do escritório de Noah. Deixei os dois passarem e fechei rapidamente.
— Eu vou ser pai… — Arthur parecia em choque e eu encarei Mari. — Esse filho é meu, não é? — fechei os olhos lentamente.
Poderia seguir com isso, ela quis me ajudar, mas acho que isso só piorou tudo. Não posso deixar Arthur se iludir com um filho que nem existe…
— Não Arthur .— Digo calmamente e olho ele.
— Como não? — disse me olhando e eu olhei Mari.
— Quem está grávida sou eu. — seu olhos cresceram e sua boca abriu de uma vez.
Achei que ele ia gritar, surtar, fazer qualquer coisa que chamasse a atenção, mas tudo o que ele fez foi ir até a estante de Noah e tomar uma dose de whisky direto da garrafa.
— Eu não sei com qual notícia eu surto. — disse ele rindo, mas parecia aquelas risadas coberta de desespero. — Se é pelo fato de eu não ser pai, ou pelo fato de você ser mãe. — riu novamente dando mais um gole no whisky.
— Isso é tão ruim? — digo encolhendo os ombros e ele me olha.
— Não, longe disso. — limpou a boca com as costas da mão. — Como isso aconteceu? — Mari deu um forte tapa na sua própria testa e negou lentamente.
— Você não fez essa pergunta. — disse ela encarando Arthur.
— Não estou falando disso, Mari. — ele largou a garrafa na mesa. — Como isso aconteceu, digo, é um filho. — suspirei e caminhei me escorando na mesa.
— Foi no aniversário de morte dos meus pais, bebi, Noah apareceu, bebemos juntos, e acabamos no quarto. — Arthur voltou a andar pelo escritório e parecia atordoado com tudo isso.
— Por que você mentiu? — me olhou. — Por que a Mari assumiu isso, assim do nada?
— Ela está com medo de contar. — disse Mari e eu abaixei a cabeça. — Na cabeça dela Noah vai surtar, está de quatro semanas inclusive.
— Quatro? — gritou me fazendo olhar ele. — Caralho um mês! — revirei os olhos. — Você precisa falar com ele, ele tem o direito de saber disso.
— Eu sei, inferno! — gritei irritada. — Será que vocês podem ao menos respeitar o meu tempo? Ainda estou surtando.
— Não fica estressada, o bebê sente. — disse Mari calma e eu suspirei levando a mão até meu ventre alisando ele de leve.
— Arthur, está proibido de dizer algo, vou contar quando achar que é a hora. — digo olhando ele.
— A hora será quando? Quando você entrar em trabalho de parto? — cruzou os braços.
— Eu pensei quando o bebê estivesse em meus braços, mas isso aí serve. — Mariane soltou uma risada alta.
— Você é maluca. — Disse ele incrédulo.
— Eu sei. — sorri piscando em seguida. — Agora vai, precisa fingir que é o pai mais feliz do mundo. — bati uma palma assustando ele.
— Não vou me envolver nessa mentira. — arqueio uma sobrancelha.
— Ele vai sim Sina — disse Mari provocativa. — Não vai, lindo? — cruzou os braços olhando ele.
— Disse e repito, vocês duas juntas não prestam. — rimos.
— Aliás Mari, como você conseguiu a proeza de deixar um teste cair? — olhei ela que sorriu nervosa.
— Acredite em mim, estava tão nervosa quanto você e não vi o momento que caiu, eu apenas corri com medo de alguém aparecer. — suspirou. — Sinto muito, respeito você acima de tudo e jamais iria fazer algo propositalmente. — alisei minha testa.
— Não se preocupe. — sorri sem mostrar os dentes. — Mas você não acha que foi um pouco demais se colocar no meu lugar? Eu ia confessar.
— Já disse, aquilo não deveria ter acontecido, foi culpa minha e queria reparar. — deu risada. — Além do mais, você pode pensar com calma sem ninguém desconfiar de você. — entortei os lábios.
— Eu vou apenas fingir que não ouvi nada dessa conversa. — encaramos Arthur e começamos a rir.
Eu acho que foi nesse momento que minha vida virou de cabeça pra baixo. Achei que o pior já havia passado, mas descobrir a gravidez me faz temer ainda mais. Não digo por carregar ele, e sim porque de agora em diante terei que cuidar de duas vidas, a minha e a dele.
Agora só preciso formular um jeito de dizer isso de uma forma fácil e rápida na cara de Noah, porque de fato, minha barriga vai começar a crescer e a de Mari não, então uma hora isso vai explodir e será pior do que se eu contar… aí Deus, porque deixou o vinho existir? Agora estamos aí, com whisky, vodka… vida difícil.
Saímos do escritório e eu segui direto para o quarto, a Mari e o Arthur que se resolvam lá embaixo, pode estar cedo, mas eu realmente estou morrendo de sono.
Apaguei a luz do quarto e me enfiei debaixo das cobertas querendo apenas esquecer esse mal estar crescendo em mim novamente.
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Acharam que Noah fosse descobrir agora?Nós vemos no próximo capítulo☆
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The Máfia•Noart•
Action𝑵𝒐𝒂𝒓𝒕 𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒕𝒊𝒐𝒏|Ela é uma garota inteligente,mas chegar a esse efeito não foi nem um pouco fácil. 20 anos e vivendo totalmente isolada no subúrbio de LA,viver sem o luxo é uma escolha sua,visto que a mesma se diverte roubando pessoa...