Capítulo 73

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Sina Deinert

"Quando notar que algo não vai funcionar, procure outra saída. — disse meu pai enquanto eu via um cara amarrado em uma cadeira. Os hematomas em seu corpo mostravam que ele já passou por tudo o que tinha direito."

"Mas se a tortura não funcionou, que outra saída eu tenho? — olhei meu pai que sorriu."

"Se a tortura não funcionar, lide com o medo. — disse pegando um revólver e caminhou em direção a ele."

— Quer que eu... te mate? — digo encarando seus olhos. — Está disposto a morrer apenas para me esconder o mandante do ataque fajuto? — soltei uma risada desacreditada. — Que lobista de primeira. — voltei a ficar séria.

— Já fui torturado pela máfia russa, terroristas e rebeldes, essa não é a minha primeira vez. — arqueio uma sobrancelha. — Consigo aguentar qualquer tipo de dor que queira me causar. — assenti lentamente e voltei a rodear a cadeira.

— Imagino que não saiba. — digo suavemente. — Há um limite para a dor, mas não há um limite para o medo. — parei na sua frente e levantei uma mão.

Na minha direção veio Arthur e em suas mãos havia uma mala que destravei rapidamente. Nela havia um revólver e ao lado, cinco balas. Peguei apenas uma e levantei minha mão mostrando para o indivíduo que apenas encarou. Coloquei a única bala na arma e rodei para fazer uma roleta da sorte, ou devo chamar de azar?

Levantei minha mão pedindo para Arthur voltar a se afastar e mirei de uma vez a arma na cabeça dele. Vi apenas seus olhos se fecharem e levei meu dedo no gatilho.

Contei até três em minha cabeça e puxei o gatilho que fez um pequeno estalo. A bala não saiu e eu pude ver ele apenas soltar seu ar de uma vez aliviado.

Seu olhar parou sobre mim e eu levei a arma na minha cabeça. Encarando seus olhos, eu apenas puxei o gatilho e novamente só ouvi o som do estalo, nada de bala.

Olhei o pessoal que estava atrás de mim e ninguém esboçava reação nenhuma. Voltei a olhar o cara e abri o compartimento.

— A primeira rodada empatou. — vi ele abaixar o olhar. — Segunda rodada. — rodei novamente e fechei de uma vez. — Eu começo dessa vez. — levei até minha cabeça e olhei ele enquanto puxava o gatilho.

Nada aconteceu!

— Não faz isso, calma. — apontei para sua cabeça. — Não. — disse trêmulo após eu puxar novamente.

Nada aconteceu!

— Segunda rodada também empatou. — abri mostrando a ele a bala e rodei fechando novamente. — Terceira rodada. — apontei na minha cabeça. — Vou primeiro de novo. — puxei novamente.

Somente o estalo ecoou pelo local e logo mirei em sua cabeça. Contei até três e puxei de uma vez.

Nada aconteceu e eu o vi com a respiração cada vez mais pesada.

— Opa, terceira rodada empatou novamente. — abri mostrando a ele e girei outra vez. — Quarta rodada. — apontei na minha cabeça e puxei olhando em seus olhos.

Somente o estalo e eu apontei na sua cabeça novamente.

— Não faz isso, pare, eu vou contar. — virei minha cabeça de lado olhando ele. — Foi o Velaz. — apertei a arma em sua testa. — A intenção não era te matar, e sim matar o bebê. — travei meu maxilar.

— Obrigada por colaborar. — digo controlando minha raiva. — Mas seu destino será o mesmo de todos.

Esse idiota só queria me falar isso, acho que só queria olhar em minha cara e ver minha reação de algo que eu já suspeitava. Uma pena ser tão burro.

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