Burning In Hell: A Garota e o Diabo (Livro I)

Capítulo 23 - Scarlett mandou lembranças

Devil

– Eu entendi errado, ou você está me expulsando do seu quarto? – Louise me pergunta, ainda recostada na parede. Onde eu a coloquei minutos atrás quando meu autocontrole escapuliu de mim, quando eu sequer me lembrava do meu próprio nome.

Expulsando não seria a palavra certa para essa pergunta, estou apenas evitando de fazer uma coisa muito, muito, muito, muito idiota agora.

Não respondo nada conforme meus olhos se fixam no chão.

– Ainda não acabamos aqui – ela murmura, e eu a sinto se aproximar. – Ainda não disse quando vamos encontrar Dylan.

Respiro devagar, recuando o fogo, e ergo o rosto para ela.

– Amanhã, Meu Anjo.

– Não acredito em você.

– Então infelizmente não posso fazer nada.

Talvez surpresa, ou até irritada, ela franze o rosto. Alguns fios dos seus cabelos deslizam por seus olhos enquanto ela grunhe:

– Você me prometeu.

– E estou dizendo que amanhã resolveremos essa merda.

– Mas sei que está mentindo! Como todas as outras vezes, seu maldito diabo.

Tento reprimir a eletricidade que pulsa no meu corpo por apenas estar tão perto dela.

Isso é um erro, e eu sei disso. Sei que ela é só uma humana que irá embora daqui a alguns dias, sei que ela me odeia, e com razão. Mas não consigo controlar meus impulsos quando estou do seu lado. É inevitável.

– Eu prometo que amanhã iremos atrás dele – asseguro, tendo em mente que ela precisa sair daqui nesse exato momento. – Mas agora vá dormir, porque temos um dia bem cheio amanhã.

E eu não vou conseguir me controlar se continuar perto de você por mais tempo.

Ela grunhe, irritada, e passa por mim sem dizer nada. Nesse momento eu inspiro seu cheiro, agora de ervas, e fecho os olhos, cerrando os punhos e me contendo para ceder aos impulsos que correm pelas minhas veias.

Isso tem que acabar o mais rápido possível. Essa garota precisa ir embora.

[...]

– Esperem – murmuro para os dois demônios entrando na sala de reuniões. – Preciso falar com vocês.

Ravena lança um olhar para Alec como se dissesse: "se ferrou".

– Olha, se foi pela piada que eu fiz quando sair do seu quarto... – Alec tenta protestar, mas eu intervenho antes que ele consiga:

– Não, não é sobre isso, mas já que tocou no assunto. Se fizer isso outra vez, idiota, eu arranco suas bolas com meus próprios dentes.

Ravena bufa uma gargalhada enquanto Alec arregala os olhos, inclinando o rosto para baixo, parecendo conferir algo.

– Com os próprios dentes, hein – ele zomba, erguendo uma sobrancelha e derramando uma bebida em um copo de vidro. O divertimento no seu rosto me diz exatamente suas próximas palavras mesmo antes que ele as recite. – Relembrar os velhos tempos dos seus antigos amantes, né?

A Torturada não consegue evitar a risada dessa vez.

– Ah, eu tenho certeza que ele iria adorar arrancar suas bolas, Alec – ela zomba.

– Eu poderia estar disposto a isso e ignorar o fato de que eu só me deito com fêmeas se ele me pedisse com jeitinho – o caçador retruca. – E se levasse a humana junto.