Capítulo 39 - Implore, reze para o diabo

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Louise


Antes que eu consiga entender a situação, o diabo me arrasta pelos corredores da casa e nos leva até a sala com a porta contornadas por chamas.

A sala onde eles geralmente estão.

Tento perguntar o que estamos fazendo aqui, mas não consigo dizer nada enquanto suas mãos circulam meu corpo, envolvendo seus dedos sobre meu quadril, e me ergue sobre a mesa retangular cobertas de runas, arremessando a sua coroa no chão.

Arfo com o movimento brusco, sentindo uma leve dor nos meus ossos, devido a força que usou, e arqueio as costas, assistindo seu olhar queimando sobre mim e sentindo meu coração acelerado. No entanto, quebramos o contato, porque, sem nenhum aviso, Aren agarra minha nuca com uma mão e prende meus lábios com os seus.

Maldito seja o inferno.

Não há nada de suave ou calmo no seu beijo. Aren consome minha boca como se quisesse tomar tudo de mim, como se não houvesse espaço para afeto e delicadeza. O diabo está me beijando como se estivesse dançando sobre o fogo do inferno. É quente e abrasador. As chamas cercam nossos corpos, assim como sua língua que arde em encontro com a minha.

Sua mão livre desliza até minha cintura, pressionando ainda mais meu corpo contra seu peito, e eu a curvo mais um pouco, sentindo-o entre minhas pernas. Ofego contra sua boca no momento em que seus dedos firmam meu pescoço com força o suficiente para queimar minha pele.

Só então sinto que realmente estamos em chamas.

Abro os olhos, ainda com sua boca agarrada a minha, e avisto os contornos alaranjados ao redor de nós dois. É como se fossem sombras. Sombras que queimam, embora não estejam queimando de fato.

Ainda assim, Aren continua consumindo meus lábios como se fossa a coisa mais urgente que ele precisa no momento, e eu sinto que estou embriagada. Embriagada com o seu gosto, com o seu cheiro, com a sua voz. Por mais que isso seja errado, eu sinto que preciso dele, que preciso dos seus lábios colados nos meus. Sinto que estou caindo de um precipício, me jogando sobre ele, mesmo sabendo que ele é o diabo. Estou caindo sobre uma ruína causada pelos seus lábios, que parecem ter sido criados para os meus.

De repente, ele larga meus lábios, deixando um vazio contra minha respiração, e ergue o olhar a mim. Seus olhos estão queimando. Literalmente. A coloração escura sumiu completamente, só há o fogo. O fogo que sussurra sobre nossos corpos aquecidos.

– Maldita seja a hora que meus olhos viram você, Meu Anjo – ele ofega, e volta a me beijar. Dessa vez no meu pescoço. – Isso é a minha fraqueza. Você é a minha fraqueza.

Arfo, jogando a cabeça para trás, enquanto seus lábios passeiam sobre minha pele, arrancando gemidos baixos da minha boca.

– Eu sou o diabo – ele continua, arrastando uma das suas mãos até meus seios, ainda cobertos pelo tecido do vestido. – Não deveria ter nenhuma fraqueza. Mas você... me deixa louco.

Não consigo evitar de gemer alto dessa vez. Estou permitindo que ele suje minha alma, que sabote meus pensamentos. Ele é o diabo, e eu sou a humana que faria qualquer coisa para congelar esse momento.

– Há dias, meses, na verdade, que quero fazer isso. – Aren faz uma pausa, deslizando seu olhar debaixo da minha clavícula. – Mesmo sabendo que seria minha ruína.

Minhas mãos apoiadas sobre a mesa tremem enquanto seus olhos famintos devoram meus seios. Ele solta um suspiro pesado antes de erguer uma mão e toca meu ombro. Paro de respirar no mesmo momento.

Burning In Hell: A Garota e o Diabo (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora