Burning In Hell: A Garota e o Diabo (Livro I)

Capítulo 44 - Você realmente se apaixonou pela humana?

Devil

Louise não está em nenhum lugar.

Estou a procurando há horas. Fui até seu mundo enquanto Alec e Ravena deram voltas e mais voltas por todo o Hell, mas ela não está em lugar nenhum. E isso está acabando comigo, com minha sanidade. Nunca imaginei que não saber a localização de uma humana fosse tão aterrorizante.

– Zion não conseguiu nada? – pergunto a Ravena.

Ela faz que não com a cabeça, apoiada na mesa da sala de reuniões. A única coisa que ficou intacta depois que eu destruí a Casa do Fogo.

Achava que as obsidianas eram impenetráveis, mas meu fogo e meu desespero foram mais fortes que a própria rocha. Estamos nesse momento sobre a luz da lua por culpa da minha explosão.

– Ele não consegue ver a humana em nenhum dos mundos – Ravena retruca.

– Eu também não – admito, girando um dos anéis nos meus dedos, inquieto. – Não consigo sentir a alma dela e nem a essência de Scarlett.

– Por que mesmo Louise foi embora? Ainda não entendi isso, eu achei que vocês estavam... – Alec ergue as sobrancelhas. – Se resolvendo.

Meu olhar cai no chão rachado. É estávamos, até aquele maldito humano surgir na nossa conversa.

– Não importa agora, Scarlett a levou. Precisamos descobrir onde caralho aquela vadia está.

– A humana está bem, A. – Desvio meu rosto para Alec, que continua, oscilando uma das tatuagens no seu pescoço: – Precisa se acalmar para conseguir pensar direito. Onde Scarlett a levaria?

Estranhamente, algo dentro de mim se tranquiliza.

Alec tem razão. Eu preciso pensar com a cabeça agora. Não posso deixar as minhas malditas emoções tomarem conta de mim.

Contornando o anel em formato de V no meu dedo do meio, tento pensar em que lugar Scarlett provavelmente Levaria Louise. Alguns segundos morrem enquanto minha mente vaga no vazio.

Scarlett ficou longe durante anos. Eu não faço a mínima ideia de onde ela possa estar agora...

O ouro girando sobre meu dedo cintila sobre o reflexo na lua, e eu reseto.

– O anel – murmuro a ninguém em especial, erguendo o rosto.

– O anel? – Ravena estreita os olhos.

Nunca imaginei que essa merda iria me ajudar nesse momento, mas... Aquele anel tem um traço da minha essência. Posso conseguir rastrear sua localização com minha consciência.

– Eu dei o anel a Louise – conto, por fim, e todos congelam. E com razão. Aquele anel é intocável.

– Você... deu... Uau – Ravena murmura.

– Não temos tempo para isso agora, Ravena.

Suspiro, acalmando minha respiração, e busco o anel pela escuridão da minha mente.

É tudo muito confuso, nevoado. Minha consciência nada no vazio, contornando o ar gélido do lugar, e tenta enxergar algo, qualquer coisa. E mesmo com todo o esforço usado, é impossível saber que lugar é esse.

Buscando mais concentração do meu interior, vou seguindo o rastro do anel pela composição. Consigo senti-lo. Ele chama por mim.

Há um borrão por todos os lados. É como se minha visão estivesse sendo bloqueada. Ainda assim, escorrego minhas sombras por entre o ar, fazendo minhas veias se contraírem levemente. Elas seguem uma linha reta em direção a algo.