· 9 · Os Campeões de Hogwarts

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Ainda que fosse um sábado, muitos decidiram não prolongar seu descanso e deixaram os dormitórios bem cedo. Dentre estes, quatro jovens em especial reuniram-se em um canto qualquer do castelo, onde discutiam. Lee Jordan havia terminado a poção de envelhecimento, cujo frasco Emily segurava à altura dos olhos, avaliando a aparência e questionando cada um dos detalhes de seu método de preparo.

Os gêmeos Weasley observavam, aguardando até que qualquer um dos dois resolvesse entregar-lhes a poção. Traziam nas mãos pedaços de pergaminho com seus nomes e o da escola. Ambos acreditavam que a ideia iria funcionar, ainda que tivessem sido alertados do contrário diversas vezes.

– Vai servir. – Emily se deu por vencida. – Só uma gota já deve ser o suficiente, não precisam exagerar.

– Tem certeza? É seguro? – Lee disse pegando o frasco das mãos dela.

– E por acaso isso já os impediu de fazer alguma coisa?

Com exceção da garota, cada um deles ingeriu sua minúscula porção do conteúdo do frasco e permaneceu quieto, esperando por efeitos colaterais, ou repentinas mudanças. Quando nada aconteceu, eles guardaram seus pedaços de pergaminho nos bolsos e partiram em direção ao saguão, extremamente confiantes no plano. Emily separou-se dos garotos, correndo para perto de Cedrico.

– Imagino que já tenha colocado seu nome no Cálice. – ela sorriu.

– É claro! – ele confirmou e olhou por cima do ombro, na direção do trio. – O que estava fazendo com aqueles três?

– Paciência. Você já vai ver. – ela indicou com a cabeça para o cálice e a fina linha dourada traçada no chão ao seu redor. – Se der certo, aqueles três tapados vão poder participar do Torneio.

– E se der errado? – perguntou com um mau pressentimento.

– Se der errado... – ela fez uma pausa dramática e virou-se para o amigo. – Vamos torcer pra que ao menos não seja muito grave, certo?

Cedrico arregalou os olhos em honesta perplexidade. Fred logo apareceu entre os outros alunos e parou ali, balançando-se nas pontas dos pés perto do limite da linha etária. Depois, acompanhado pelo olhar de todos, respirou fundo e atravessou. George soltou um berro de triunfo e correu atrás do irmão para de juntar à ele.

Antes que pudessem se dar conta, estavam voando e aterrissando dolorosamente dez metros de distância mais longe, no frio chão de pedra. Houve um forte estalo e brotaram em seus rostos longas barbas idênticas. O Saguão de Entrada se encheu de risadas.

– Eu avisei a vocês – disse uma voz grave e risonha. O Prof. Dumbledore estava saindo do Salão Principal. Ele examinou-os com os olhos cintilando. – Sugiro que os dois procurem Madame Pomfrey. Ela já está cuidando da Srta. Fawcett da Corvinal e do Sr. Summers da Lufa-Lufa, que também resolveram envelhecer um pouquinho. Embora eu deva dizer que as barbas deles não são tão bonitas quanto as suas.

Fred e George foram para a ala hospitalar acompanhados por Lee, que rolava de rir. Emily e Cedrico adentraram o Salão Principal para o café da manhã e Angelina Johnson surgiu ao som dos aplausos e gritos eufóricos. Havia acabado de colocar seu nome no Cálice.

– Posso perguntar uma coisa? – Emily disse. Cedrico concordou, admirando o gigantesco e imponente barco de Durmstrang. Após o café, os dois decidiram passear às margens do lago. – Tem conversado com Anabel?

– Não muito. – ele disse desanimado. – Acho que está me evitando. E tenho andado um pouco ocupado, sabe?

– Com aquela garota? A que você mencionou? – ela adquiriu uma expressão maliciosa, como a de alguém determinado a instigar um assunto que não deveria.

– Talvez. – respondeu hesitante.

– Isso é tão injusto! Quando vai me contar quem é? – ela parou de andar e colocou-se à frente dele.

– Em breve. Além disso, não sou o único com segredinhos aqui. – Cedrico sorriu com deboche, olhando para alguém atrás dela. Ao se virar, pôde ver Lee, Fred e George distraidamente jogando pedras no lago, tendo os dois últimos já recuperado sua aparência juvenil.

– Esses aí? Humpf. Tem noção do quanto as aulas de Poções são conturbadas quando se divide uma mesa com Lee? E quanto aos outros... – se deteve para pensar, depois deu de ombros e colocou as mãos no bolso. – Nem sei. Acho que é inevitável. Você se torna amiga de um e os resto vem de brinde.

– Então fez novos amigos? – ele sorriu provocando-a ao notar o leve rubor no rosto dela. – Fico feliz por saber. – Cedrico bagunçou os cabelos dela como um irmão mais velho orgulhoso.

– O cabelo não! Que mania boba voc... – ela reclamou entre risadas e de repente ficou séria, vendo um grupo de garotas se aproximar.

– O que foi? O que houve? – ele se preocupou, antes de notar a sombra crescente de um sorriso maldoso brotando nos lábios da jovem. Olhou pra trás. – Ah, não! Por favor! – implorou entredentes, sabendo o que o aguardava.

Oh, Diii-ggy! – ela cantarolou, correndo antes que ele pudesse impedi-la de escapar. – Hey, Diggy... Qual o problema? Achei que gostasse de ser chamado assim pelas garotas! – ela gargalhou. – Meu Diggy! Diggy querido! – o grupo dava gostosas risadinhas e apontava para a perseguição.

Passaram o resto da manhã juntos e depois do almoço tomaram diferentes rumos. Emily permaneceu na Sala Comunal de sua casa, lendo perto da lareira e ouvindo o som da chuva cair do lado de fora do castelo. Ao fim da tarde ela tomou banho, se vestiu e esperou até a hora do jantar.

Os alunos ansiavam pelo fim do banquete. Queriam desesperadamente saber quem seriam os campeões selecionados pelo Cálice de Fogo. Alguns deles não tiraram os olhos do objeto mágico desde que fora colocado no salão.

O cálice expeliu dois pergaminhos. Um deles com o nome de Vitor Krum e depois outro com o de Fleur Delacour, que após anunciados pelo diretor, se dirigiram à câmara ao som dos aplausos. Um longo silêncio tomou conta do lugar. O último nome a ser anunciado era o do campeão de Hogwarts.

– O campeão de Hogwarts – anunciou o diretor. – é Cedrico Diggory!

Os alunos da Lufa-Lufa ficaram de pé, gritando e sapateando. Ele virou-se para Emily com um enorme sorriso no rosto. Depois reuniu-se aos outros na câmara atrás da mesa dos professores. Os aplausos para Cedrico foram tão longos que passou algum tempo até que Dumbledore pudesse se fazer ouvir novamente.

Mas assim que o diretor voltou a discursar, as chamas do cálice ficaram vermelhas e mais um pedaço de pergaminho voou até às mãos do bruxo. Seus olhos se arregalaram e houve uma longa pausa, durante a qual todos ali fixaram o olhar em Dumbledore.

Por fim, pigarreou e anunciou em alto e bom som:

"Harry Potter!"

"Harry Potter!"

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The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora