· 74 · Seu Nome

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(Fred Weasley POV)

Mais um dia chegando ao fim e continuo no escritório, revisando a pilha de papéis sobre a mesa. Infelizmente, os dez minutos restantes do expediente parecem levar uma eternidade para passar. O relógio na parede deve ter sido azarado, é a única explicação que encontrei.

Quando George e eu decidimos seguir em frente e assumir o risco de abrir nossa própria loja de logros, sabíamos muito bem o tipo de provações que teríamos de enfrentar (o que inclui uma senhora Molly Weasley extremamente furiosa porque os filhos abandonaram os estudos). Agora, a burocracia diária, as documentações infinitas e a contabilidade ocupavam a maior parte do nosso tempo e pensamentos.

Isso e a constante ameaça de uma guerra, é claro.

Poucas coisas conseguem realmente me preocupar, mas a segurança da minha família sempre foi uma delas. Sei que todos na Toca estão bem, Gui e Fleur ainda devem estar aproveitando a lua de mel e Carlinhos prefere estar rodeado de dragões à conversar com alguém da própria espécie. George? Dispensa comentários. Quanto à Percy... Um tópico que pode ser ignorado, afinal, estamos falando da família e não de covardes que preferem abandoná-la por um cargo de lambe-botas no Ministério.

O que nos leva à minha angústia atual (embora eu jamais vá admitir em voz alta): Rony.

Ele, Harry e Hermione se meteram numa expedição que pode ser considerada, no mínimo, suicida. Nunca imaginei que o nosso Roniquinho estivesse destinado à grandes feitos na vida, mas se essa viagem de propósitos misteriosos tem alguma importância, bom pra ele. E óbvio, salvar o mundo bruxo na companhia da garota por quem ele tem uma quedinha não é exatamente um sacrifício.

Não que ele tenha confessado, mas é inegável que há algo rolando entre aqueles dois. Meu irmãozinho pode não contar com um charme como o meu, mas certamente deve ter aprendido alguma coisa ao longo de todos esses anos de convívio.

As piadinhas e flertes, além de parte da minha natureza, são o caminho mais rápido para o coração de uma garota. Concordo que com uma habilidade assim eu poderia ser um grande canalha, traindo e quebrando corações à torto e a direito, porém Molly e Arthur Weasley criaram um cavalheiro.

Já saí com várias garotas, mas mantive uma conduta de respeito com todas elas. Tenho uma irmã mais nova e, se não quero que nenhum babaca se aproveite dela, é melhor dar o exemplo. Meus pais são um casal perfeito e quero o que eles têm, não vou encontrar se for um completo idiota com todas as mulheres que cruzarem meu caminho.

O princípio de não ser um idiota se estende inclusive à minha nêmesis. Assim que notei que Emily também é uma garota, decidi oferecer mais cordialidade. Veja bem, não significa nada, apenas um pouco de educação e respeito... Não é como se eu estivesse interessado.

Só que estaria mentindo se dissesse que é fácil ignorar certos aspectos sobre ela. E fica ainda pior quando todos ao nosso redor são integrantes do fã-clube de um relacionamento que não existe mais. É um compromisso tão grande com a causa, que por vezes até meu subconsciente ameaça me pregar peças.

Droga. Estou pensando nela outra vez.

– Fred? Está me ouvindo? – George acena, apoiado no batente da porta. Não sei há quanto tempo está parado ali, falando com as paredes.

– Não – eu assumo, abandonando os papéis para dar atenção ao meu irmão. – Pode repetir?

– Disse que já fechei a loja. Precisa de ajuda? – ele pergunta, entrando no escritório e se aproximando da mesa. George pega uma das folhas do topo da pilha e começa a analisá-la. – Está errado... E estes também. – aponta para o restante. – Acho que é um sinal para encerrar por hoje.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora