· 70 · Quer Apostar?

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Se separaram logo após o fim do jantar. Os garotos sairam para explorar as proximidades do chalé, a fim de garantir que Anabel e Lee pudessem partir em segurança. Já as outras duas subiram para o quarto, onde Anabel precisava organizar os pertences que trouxera consigo.

– Posso perguntar uma coisa? – Emily interrompeu receosa. Não conseguia prestar atenção no que a amiga lhe explicava sobre a desgnomização do jardim ou que feitiço limpava as velhas prateleiras com mais eficácia.

– Se é sobre a divisão de quartos, você vai continuar exatamente onde está. Não deixe aqueles dois te convencerem do contrário. – Anabel respondeu, subindo na cama. Puxou a varinha e apontou para a bolsa, que fechou-se sozinha.

– É um pouco mais complicado que isso.  – Emily suspirou. – O que sabe sobre a alteração de um patrono?

– Apenas o básico. – ela deu de ombros. –  A teoria diz que é difícil, o que não necessariamente significa ser impossível. Se um bruxo passa por uma experiência emocional marcante, me parece lógico que venha a acontecer. – ela pontuou pensativa. – Mas seu patrono representa uma coincidência adorável, por que iria querer que fosse alterado?

– Não, não é esse o problema. – corrigiu depressa. – A questão é que já aconteceu. Meu patrono já foi alterado.

– O quê?! – Anabel arregalou os olhos.

– O melro-preto que Fred mencionou ter visto na noite em que Dumbledore morreu, foi resultado de uma transfiguração. Fui eu quem mandou-o até a janela. Vi quando Fred conjurou o patrono dele. – Emily explicou. Anabel deixou escapar uma exclamação de surpresa e cobriu os lábios. – Meu patrono anterior era um melro-preto, por isso escolhi-o quando usei a transfiguração Avifors.

Anabel permaneceu em silêncio, analisando as revelações como se fossem cálculos matemáticos. Ela saltou da cama e passeou pelo quarto de um lado para outro.

– Talvez o fato de vê-lo ameaçado e torturado por Bellatrix seja a razão por trás disso. Seu subconsciente deve ter entendido que perdê-lo, significaria se tornar completamente infeliz, especialmente depois de uma série de outras perdas. Felicidade é a base de um patrono e se você não é capaz de encontrá-la, não pode produzir um.

– Mas Fred não era a memória feliz que utilizei para aprender a produzir um patrono. – ela argumentou, arqueando as sobrancelhas.

– Acho que isso não importa. O que estou tentando dizer é que Fred é seu último recurso para se apegar à algum vestígio de felicidade dentro de sí. A expectativa de um futuro com ele funciona como uma motivação, entende? – explicou empolgada. Os olhos da mais velha brilhavam ao falar.

– Não gosto disso. Minha felicidade não depende de um cara. – Emily reclamou ofendida. – Principalmente agora que esse cara em específico me odeia.

– Ele não te odeia. – Anabel riu. – E é claro que não depende de um cara, você está sendo literal demais! Não se trata dele, se trata do sentimento. Não é sobre Fred, é sobre amar. Sobre a sua capacidade de amar, ser amada e ter isso como objeto de sua felicidade, já que todo o restante foi tirado de você.

– Um ponto complicado demais, se quer saber. Todo esse sentimentalismo...

– Então ao invés de analisar sob uma lente sentimentalista, seja racional e honesta consigo mesma, Emily. Depois de tudo o que passou, conseguiria suportar perdê-lo também?

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora