· 22 · Um Besouro Me Contou

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Em menos de um mês, o Torneio Tribruxo chegaria ao fim, consagrando seu vencedor. Com a data da última tarefa se aproximando, Emily, Anabel e Cedrico se concentravam em treinar pelo máximo de tempo que tinham disponível. O jovem estava mais nervoso desta vez, porém mantinha a cabeça erguida e os pés firmes no chão. Tudo ficaria bem assim que saísse do labirinto e, de preferência, carregando a taça da vitória.

Na manhã do dia do último desafio, o Profeta Diário trouxe uma nova matéria sobre Harry Potter. Contrariando as bajulações tendenciosas do primeiro artigo, este se apresentava carregado de suposições maliciosas e acusações inverossímeis acerca do garoto e seu comportamento.

– Outra vez? – Emily jogou o exemplar sobre o prato vazio. – Ela não vai parar nunca?

– Eu sei, é terrível. – disse Anabel limpando os cantos dos lábios sujos de farelo de bolo de frutas. – Mas sabem, eu a invejo.

– A Rita Skeeter? Ficou maluca? – Cedrico, que não pôde se conter diante da revelação, questionou-a de boca cheia e olhos arregalados.

– Pense, Cedrico. Ela pode até fazer inimigos aqui e ali, mas tem sempre algo pra usar contra eles. E tem mais: ela sabe de tudo o que acontece, em todo lugar. – Anabel repousou o cotovelo na mesa e apoiou a bochecha sobre o punho fechado. – Ah... O que eu não seria capaz de fazer pra ser uma mosquinha toda vez que há uma confusão nesse castelo.

“É claro!” Emily pensou consigo mesma. O súbito entendimento iluminou o rosto da garota. Ela correu os olhos até a mesa da Grifinória e como esperado, havia um espaço vazio entre Harry e Rony.

– Preciso encontrar alguém. Falo com vocês daqui a pouco.

E disparou em direção à biblioteca, onde imaginou que a encontraria. Seu palpite mostrou-se correto, pois lá estava Hermione folheando um livro avidamente em busca de respostas.

– Sei o que está procurando. – Emily se aproximou da mesa, pressionando a mão no peito e tentando recuperar o fôlego. – Não vai encontrá-la aí. Ela não fez o registro.

– Então você também acha que é possível? – Hermione disse baixinho, verificando os arredores com extrema desconfiança.

– Claro que sim. Nem sei porque não cogitei essa possibilidade antes. – ela sentou-se ao lado da bruxa mais nova. – Eu apostaria em algo pequeno. Algo que pudesse passear por qualquer lugar sem ter sua presença percebida. Uma mosca, uma aranha... Qualquer coisa incapaz de chamar atenção.

– Pensei em um besouro. – ela disse com os olhos cintilando. – Havia um no meu cabelo outro dia, quando Viktor me retirou do lago e conversamos a sós.

– Sim. Seria muito conveniente. Rita teria acesso ao que conversaram e poderia causar uma quebra de confiança entre vocês, já que eram os únicos que, em tese, saberiam sobre a natureza do diálogo. E ainda poderia usar as fãs obsessivas dele para te atacar... Muito engenhoso.

– É sim. – ela fechou o livro e ficou pensativa. – Céus! Rita é mesmo uma animago.

– Mas escute, Hermione. – Emily se inclinou um pouco e sua voz adotou uma tonalidade repleta de franqueza. – Não comente sobre isso com ninguém. Se Rita descobrir que você sabe sobre o segredo dela, vai perder uma boa oportunidade. Ou pior, vai acabar sofrendo outra retaliação.

– Mas Harry e Rony...

– Eles não saberiam disfarçar. Ficariam paranóicos e colocariam tudo a perder! Da próxima vez que estiverem reunidos, fique atenta. Se perceber algo estranho, faça o possível para impedi-la. – Emily alertou, checando o relógio de pulso. – Preciso ir para a aula.

– Tenho a impressão de que está sempre me ajudando de alguma forma. Com a F.A.L.E., a cozinha, o ferimento e agora isso. – Hermione deu-lhe um sorrisinho amigável. – Obrigada.

As duas se despediram e Emily voltou para o Salão Principal, onde encontrou-se com os amigos para irem às aulas do dia.

Estava difícil se concentrar nos testes ou qualquer coisa que não fosse relacionada ao evento que aconteceria em poucas horas. Não parava de pensar sobre Cedrico e seu desempenho nas últimas tarefas. É verdade que se saíra muito bem anteriormente, mas a jovem não conseguia deixar de se preocupar com o melhor amigo.

No jantar, os pais de Cedrico sentaram-se com eles à mesa da Lufa-Lufa e todos desfrutaram de uma refeição calorosa. O Sr. Amos Diggory era o mais animado, tecendo comentários de orgulho sobre o filho.

– Você está bem? – Emily perguntou discretamente para Cedrico, vendo-o alheio às conversas ao seu redor, embora fosse o assunto predominante na maioria delas.

– Sim. Só estou um pouco nervoso. – ele escondeu as mãos trêmulas e deslizou-as pela perna no tecido da calça.

Hey Diggy... Vai ficar tudo bem. – ela deu-lhe um olhar compadecido e entrelaçou suas mãos por baixo da mesa, passando para Cedrico sua bússola de prata. O garoto franziu o cenho.

– Mas é seu presente de aniversário. – ele fez menção de devolver o objeto, mas ela negou.

– Já que é minha, faço o que quiser com ela. – Emily fechou-a nas mãos dele. – Por isso quero que guarde com você, para usar caso se perca lá dentro. Não precisa provar nada pra ninguém, então não deixe que isso te assuste. Você vai entrar naquele labirinto e quando sair, prometo que estaremos todos esperando por você... Com, ou sem aquela taça ridícula.

– Jura de dedinho? – Cedrico sorriu e ergueu o dedo mindinho. – Disse que é assim que fazem, não é?

– Eu juro. – ela sorriu também e uniu seus dedos.

– Obrigada. – ele sussurrou e comprimiu os lábios, em seguida escondendo a bússola no bolso interno da capa. – Agora estou pronto.

"Senhoras e senhores, dentro de cinco minutos, vou pedir a todos que se encaminhem para o estádio de quadribol para assistir à terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo. Os campeões, por favor, queiram acompanhar o Sr. Bagman ao estádio agora."

Cedrico virou-se para os pais e abraçou-os. Ele, Anabel e Emily trocaram olhares rápidos e se separaram ao som dos aplausos no Salão Principal. Cinco minutos depois, os demais foram conduzidos ao campo de quadribol e as arquibancadas ficaram lotadas. As pessoas aplaudiam e gritavam.

"Então... quando eu apitar, Harry e Cedrico!", anunciou Bagman. "Três - dois - um..."

O bruxo soprou com força o apito e Harry e Cedrico correram juntos para a entrada do labirinto, cientes de que somente um deles poderia retornar vitorioso.

O bruxo soprou com força o apito e Harry e Cedrico correram juntos para a entrada do labirinto, cientes de que somente um deles poderia retornar vitorioso

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The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora