· 80 · Escrito Nas Estrelas

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Durante as horas seguintes, conversaram como bons amigos. Emily teve o prazer de compartilhar com Fred algumas de suas aventuras em Hogwarts e o ruivo se divertiu ao descobrir acontecimentos dos quais lamentavelmente havia se esquecido.

Contou-lhe sobre o fatídico dia em que se conheceram, com o incidente envolvendo o caramelo e as ameaças que os levaram à detenção, quando McGonagall presenciou o conflito. Riram juntos da queda com tortas de limão na cozinha e quando veio à tona o plano do garoto para enganá-la e convidá-la ao baile no lugar do irmão gêmeo.

Emily foi acometida pela inevitável nostalgia presente nestes acontecimentos. Revisitar o passado e, dessa vez na presença dele, foi uma experiência agridoce. Apesar disso, Fred demonstrou sua empolgação a cada novo detalhe, criando expectativas para as loucuras absurdas que viriam a seguir.

A garota havia retornado para a cama, aninhada ao edredom e encarando o teto. Fred permaneceu no chão, com um dos travesseiros extras dela sob a cabeça, batendo os dedos ritmicamente contra o abdômen de tempos em tempos. Não era o local mais confortável para deitar seu corpo, mas para garantir que sua alma tivesse um pouco de paz de espírito, poderia fazer tal sacrifício sem problema algum.

– E então? Nós dançamos? Cumpri minha promessa de pisar em seus pés? – Fred perguntou, esforçando-se para imaginar a cena.

– Você pisou sim, mas não acho que tenha sido de propósito. – ela virou-se na cama e puxou o travesseiro para um abraço apertado. – Você adorava fazer isso, na verdade.

– Arruinar seus sapatos? – ele riu.

– Não, seu tolo! – Emily deixou o travesseiro cair sobre o rosto dele e Fred riu ainda mais. Quando finalmente parou, a garota se esgueirou até a beira da cama e olhou-o, apoiando o queixo sobre as próprias mãos. – Dançar comigo. Costumávamos fazer isso o tempo inteiro e até quando não havia música.

– É estranho o jeito como diz, como se tivesse acontecido há séculos. – contemplou-a com um prazer inocente, com o qual estava se acostumando. Fred suavizou o olhar e esboçou um sorriso contido, ao perceber a familiaridade daquele hábito.

– E qual o problema? Realmente já faz algum tempo desde a última vez. – ela encolheu os ombros casualmente, enfrentando a triste verdade.

– Está fazendo parecer que nunca mais vai acontecer. Minha memória não afetou minha coordenação motora. Ainda sei dançar, ouviu?

– Não é a mesma coisa, Fred. – concluiu girando na cama e retornando à posição anterior. – Esqueça. Você não entenderia.

– Atlas está trabalhando incansavelmente na poção, tenha um pouco de fé nele. Sou o maior crítico desse cara e olhe só para mim: Apoiando-o! – Fred sentou-se, apontando para si mesmo. – É a melhor chance que temos.

– Caso não tenha notado, as chances nunca estão a meu favor. Estou simplesmente sendo realista ao afirmar que a margem para erros é maior.

– Discordo. Está sendo pessimista – corrigiu. – Se não funcionar, tentaremos outra coisa. Além disso, sempre vai haver alguém que pode me contar sobre o que não me lembro. Na verdade, sinto que graças à nossa conversa esclarecedora, minha memória está voltando naturalmente... – fechou os olhos de forma zombeteira e assumiu uma postura de meditação. Emily sorriu com sua tamanha tolice. – É. Está tudo aqui. – ao abrir os olhos, notou o sorriso dela e decidiu investir ainda mais na brincadeira. – Você está duvidando? Pergunte-me qualquer coisa. Vou provar.

– Já que insiste – ela também sentou-se. – Tudo bem. Primeiro beijo.

– Fácil. No caminho para a casa dos Diggory, durante o pôr do sol. Pelo menos foi o que George me disse. – sussurrou a última parte.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora