· 16 · Todo Baile Chega Ao Fim

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A música chegou ao fim.

Quando se deu conta do que tinha feito, já era tarde. Emily estava próxima demais dele, o que deixou-a nervosa. Ela afastou-se imediatamente, temendo que ele julgasse seu comportamento como inapropriado.

– Eu.. Vou.. – tentou inventar uma desculpa para fugir, porém suas palavras saíram de forma desordenada e confusa. – Até!

A jovem desistiu, saindo dali o mais rápido possível, esforçando-se para desviar das pessoas dançando, mas esbarrando na maioria delas.

Conseguiu chegar ao Saguão de Entrada, desceu a escadaria e atravessou os caminhos serpenteosos do lado de fora do castelo, decorados com estátuas de pedra para a ocasião. Ela sentou-se em um dos bancos entalhados que estava vazio e pressionou os dedos sobre as bochechas quentes. 

Será que seu rosto estava tão vermelho quanto presumira que estivesse?

E essa não era a pior parte.

Pensar sobre a reação dele, deixou-a apavorada. Todo aquele silêncio, a forma como olhou-a quando se afastaram... Foi como se não estivesse certo. Quem em sã consciência sai correndo sem dar explicações descentes? Com certeza achava-a esquisita e agora, louca.

– Que humilhação... – repetiu em voz baixa, com as mãos cobrindo o próprio rosto. – Sua idiota!

– Emily?

Ela ergueu a cabeça e viu o garoto parado à sua frente. Era alto, pele morena, cabelos castanhos cacheados e olhos escuros, em um formato amendoado.

– Tudo bem? – ele perguntou.

– Desculpe. Nos conhecemos? – disse achando-o vagamente familiar.

– Temos uma aula juntos... Trato das Criaturas Mágicas.

– Sim, claro. – concordou, ainda sem ter a menor ideia de quem era.

– Ainda não lembra-se de mim, não é? – ele indagou educadamente. Não parecia ofendido. 

– Desculpe-me. – Emily disse acanhada. 

– Não tem problema. Posso me sentar? – ele apontou para o lugar vazio ao seu lado e ela assentiu. – Francis Harrington. – estendeu-lhe a mão direita.

– Harrington? – disse apertando a mão dele. – Artilheiro da Corvinal?

– Acho que é mais difícil me reconhecer sem o uniforme do time. – os dois sorriram. – Por que está aqui fora sozinha?

– Precisava fugir um pouco. E você?

– Acabei de descobrir que meu par decidiu fazer a mesma coisa... Com um cara da Durmstrang, creio eu.

– Sinto muito.

– Oh não, por mim tudo bem. – apressou-se em corrigir. – Eu não a conhecia direito. Era uma das garotas de Beauxbatons.

Os dois ficaram em silêncio, admirando o céu escuro da noite. Emily colocou as mãos nos braços e tentou aquecer-se. Arrependeu-se amargamente por não ter escolhido um vestido de mangas longas, ou quem sabe, um refúgio mais quente no qual se abrigar.

– Você está tremendo de frio. Use meu casaco. – ele despiu a peça e ajustou-a sobre os ombros dela.

– Obrigada.

– É melhor voltarmos para dentro. Aposto que vai se sentir melhor depois de se aquecer um pouco.

Emily concordou e acompanhou-o de volta ao castelo. Estar lá dentro era sim muito mais confortável e quente, mas significaria lidar com consequências à qualquer momento.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora